domingo, 29 de setembro de 2013

Irlanda traz à tona a vergonha das lavanderias católicas

Para serem "purificadas", "as caídas" (mães solteiras e suas filhas,
 prostitutas, etc.)  eram submetidas ao trabalho análogo ao da escravidão.


O governo da Irlanda trouxe à tona de novo o que os jornais do país chamam de “vergonha nacional”: as lavandeiras administradas por ordens de freiras católicas que exploravam o trabalho das “caídas” (mães solteiras e suas filhas, vítimas de abuso sexual, prostitutas e portadoras de deficiência física ou mental).  As mulheres trabalhavam duro sem nada ganhar, como se fossem escravas. Algumas sofriam abuso sexual de padres e outras  morreram em circunstâncias desconhecidas.

As roupas eram de empresas, órgãos públicos e Forças Armadas— um negócio altamente lucrativos para as freiras.

O governo divulgou um relatório com a informação de 1922 a 1996 mais de 10.000 jovens tidas como fardo pela família, escola ou Estado trabalhavam nas chamadas Lavandeiras Madalena. Para serem “purificadas”, elas ficavam trancadas de seis meses a um ano nesses locais lavando e passando roupas, além de trabalho de costura.

No relatório, o governo reconheceu que o Estado irlandês encaminhou para essas lavandeiras 2.124 mulheres, 26,5% do total. Também informou ter descoberto que cerca de 900 mulheres morreram nesses locais de trabalho forçado — a mais nova delas tinha 15 anos.


"Caídas" trabalhavam mais de 10 horas
por dia sem ganhar um tostão
O historiador Diarmaid Ferriter disse que as lavanderias faziam parte dos mecanismos que a sociedade, Estado e ordens religiosas usavam para tentar enquadrar as pessoas tidas como párias no modelo de pureza mítica cultural da identidade irlandesa.

A imprensa tem publicado o testemunho de algumas sobreviventes das lavandeiras. Uma delas, por exemplo, contou que sofre até hoje de depressão por causa dos maus-tratos. “Eu me sinto em pedaços”, disse. “Já tentei o suicídio várias vezes.”

Como representante do Estado irlandês, o primeiro ministro Enda Kenny pediu desculpas pelo sofrimento das mulheres internadas nas lavanderias Madalena, por endossar o estigma de “caídas” e por ter demorado para assumir parte da  responsabilidade pelas mazelas.

Para mulheres sobreviventes das lavanderias, só o pedido de desculpas não basta. Elas querem ser indenizadas.

O filme de 2001 The Magdalene Sisters ("Em Nome de Deus", na versão para o português) conta a história de quatro jovens que foram mandadas por seus familiares para uma dessas lavanderias ou, como eram chamadas, asilos católicos. As jovens são chamadas de  “irmãs Madalena”. Três delas eram mães solteiras e uma tinha sido estuprada.

O cineasta Peter Mullan se baseou em histórias reais para mostrar a rotina de castigos (alguns físicos) e de humilhações que as freiras imponham às “decaídas".



Trailer do The Magdalene Sisters


Com informação do Time.
http://www.paulopes.com.br/2013/02/irlanda-traz-a-tona-a-vergonha-das-lavanderias-catolicas.html#.Ukgl_oacwtB

sábado, 28 de setembro de 2013

Cientistas da ONU culpam mais claramente o homem por aquecimento global

Relatório aumentou para 95% a probabilidade de que a maior parte do aquecimento global seja causada pelo homem, ante 90% no estudo anterior, de 2007



Um relatório da Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas alegou nesta sexta-feira que as atividades humanas são a causa dominante do aquecimento global desde os anos 1950. Contudo, o documento também apontou que as temperaturas não estão subindo tão rápido quanto se estimava anteriormente.

Um resumo do relatório, divulgado nesta sexta-feira pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), adotou uma postura ainda mais firme sobre a influência humana do que o documento anterior, publicado em 2007. O novo relatório disse que há um aquecimento "inequívoco" do clima e que é "extremamente provável" que os seres humanos tenham sido a maior influência. Seis anos antes, o grupo havia usado a expressão "muito provável" para definir a influência humana.

Saiba mais
Brasil pode enfrentar aumento de até 7°C na temperatura média
O grupo de trabalho do IPCC compilou provas físicas e pesquisas científicas para chegar a uma conclusão de que há uma chance de 95% de que os seres humanos foram os principais culpados pelo aumento da temperatura.

O relatório é acompanhado de perto pelos governos, ambientalistas e principais setores, como a indústria de petróleo, gás e carvão, porque fornece o respaldo científico para as políticas de muitas autoridades sobre as mudanças climáticas e pode influenciar as medidas oficiais. O resumo publicado na sexta-feira é uma prévia de um relatório completo que será publicado na próxima semana. O documento completo faz parte da chamada quinta avaliação do grupo, que deverá ser publicado em várias fases.

"Observações de alterações no sistema climático são baseadas em múltiplas linhas de evidências independentes", disse Qin Dahe, copresidente do Grupo de Trabalho do IPCC. "Nossa avaliação sobre as revelações científicas é que a atmosfera e os oceanos têm se aquecido, a quantidade de neve e gelo têm diminuído, o nível global do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram."

Contudo, o IPCC reduziu as projeções sobre o tamanho do aumento de temperatura no final do século 21.

A mudança de temperatura na superfície global para o final do século 21 deve exceder 1,5 graus Celsius em relação aos anos de 1850 a 1900 "em todos os cenários considerados, com exceção dos mais baixos". Contudo, a temperatura deve aumentar 2 graus Celsius nos dois cenários" de maior elevação, disse o copresidente Thomas Stocker.

Anteriormente, foi previsto que as temperaturas subiriam 3,9 e 4,5 graus Celsius em relação aos anos de 1850 a 1900, nos dois piores cenários. Fonte: Dow Jones

Newswires.http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1412126&tit=Cientistas-da-ONU-culpam-mais-claramente-o-homem-por-aquecimento-global


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Chile vai fechar luxuosa prisão para agentes da ditadura


Penitenciária Cordillera oferece acomodações confortáveis, acesso à internet, jardins, atendimento de nutricionista e quadra de tênis para ex-agentes condenados


 O presidente conservador do Chile, Sebastián Piñera, determinou na quinta-feira a desativação de uma luxuosa prisão exclusiva para ex-agentes da ditadura militar condenados por violações dos direitos humanos.

A penitenciária Cordillera, construída logo após a redemocratização do Chile, oferece acomodações confortáveis, acesso à internet, jardins, atendimento de nutricionista e quadra de tênis.

Piñera, primeiro presidente direitista desde o fim do regime de Augusto Pinochet, argumentou que a desativação atende a "três princípios: a igualdade perante a lei, a segurança dos detentos e o funcionamento normal e mais eficiente da polícia".

Entre os atuais detentos no local está Manuel Contreras, ex-chefe da temida Dina, a agência de inteligência nacional, que foi condenado a mais de 200 anos de prisão por sua responsabilidade em crimes cometidos contra opositores de Pinochet.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Um clamor percorre a América




Um clamor percorre a América:


Ao longo da semana passada multiplicaram-se em todas as grandes cidades dos EUA as manifestações de repúdio a uma agressão imperialista contra a Síria. 
Em São Francisco, Seattle, Chicago, Nova Iorque, Washington, Albuquerque, Tallahassee e Boston, dezenas de milhares de estado-unidenses saíram à rua para exigir um ponto final na perigosa escalada de tensão bélica que marca os nossos dias. Che Guevara dizia que invejava os americanos do Norte porque, vivendo no «coração da besta», lutavam a mais importante das batalhas anti-imperialistas. Sondagens recentes estimam que 95% do povo dos EUA se opõe a esta nova guerra e mesmo dentro das forças armadas crescem os apelos à deserção e à desobediência caso um ataque contra a Síria se materialize.
A oposição maciça dos norte-americanos à guerra, fator decisivo na prevenção desta imponderável loucura, assume também uma natureza de classe: é cada vez mais claro para os trabalhadores americanos que as aventuras do imperialismo só prejudicam os que vivem do seu trabalho. São os trabalhadores que vão para a guerra e pagam no final a conta; são eles que perdem os seus filhos sem saber porquê e são eles que vêem as suas escolas públicas encerradas para, com o dinheiro poupado, inaugurar porta-aviões. «Não teremos botas no chão», afiançou Obama aos seus compatriotas, em jeito de promessa de que só correrá sangue sírio. Mas nem assim os americanos se demoveram da sua incredibilidade. Afinal, quantas vezes se pode enganar o mesmo povo com as mesmas mentiras?

Os EUA falam de novo numa guerra humanitária, como aquela que semeou a destruição e a morte na ex- -Jugoslávia. Aí está de novo Obama, na esteira de Bush e Nobel da paz ao peito, a agitar o fantasma das armas químicas embora use diariamente urânio empobrecido e fósforo branco contra todo o Médio Oriente. 
Uma vez mais, ouvimos falar do «fardo do homem branco»: civilizar com napalm e chumbo os povos que se permitem ser governados por psicopatas e ditadores.  Nas ruas, nas empresas e nas escolas, são cada vez mais os estado--unidenses que questionam a investidura do seu Governo como polícia do mundo. 
Como podem os EUA, com o maior arsenal nuclear do planeta e único país que alguma vez usou armas nucleares contra civis querer livrar o mundo de armamentos perigosos noutras terras?
Que moral tem para falar de armas químicas, quem pulverizou o Vietnam com mais de 80 milhões de litros de agente laranja e outros herbicidas letais, afetando mais de cinco milhões de civis? E o que valem as provas de Obama, se também Dick Cheney um dia perante a ONU acenou com um frasquinho de pó branco, afirmando ter provas irrefutáveis de que Saddam tinha armas de destruição em massa?  
A preenchida agenda do imperialismo  O cepticismo vem dos próprios generais norte-americanos. Wesley Clark, general de quatro estrelas do Exército, contou em entrevista a Amy Goodman no Democracy Now! a conversa que teve em 2001 com outros generais: «Desci as escadas para dizer olá a algumas pessoas do Estado Maior que tinham trabalhado para mim e eis que um dos generais me chama. Agarrou num pedaço de papel e disse-me “acabei de receber isto lá de cima” referindo-se ao Secretário da Defesa. (…) Era um memorando que descrevia como vamos derrubar sete países em cinco anos, começando com o Iraque e depois a Síria, o Líbano, a Líbia, a Somália, o Sudão e, por fim, o Irã.»     
O povo dos EUA de estúpido só tem a fama. Neste momento de incerteza, o clamor de toda a humanidade encontra eco combativo nas gargantas dos norte-americanos, que já reservaram as ruas durante toda esta semana para assegurar ao mundo que Obama não fala em nome dos americanos. Fala sim em nome do capitalismo, sinónimo universal de guerra que não conhece pátria nem nacionalidade.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Sete em cada dez brasileiros apoiam a vinda de médicos estrangeiros

Pesquisa exclusiva revela que a maioria da população é favorável à importação desses profissionais. Para 88%, o número de médicos no SUS é insuficiente



De um lado, o governo federal defende a vinda de médicos do exterior para suprir a demanda por esses profissionais no país; do outro, a classe médica discorda da forma encontrada pelo Ministério da Saúde para resolver o problema. Em meio a essa disputa está a população, que aparentemente já escolheu de que lado ficar.

71% discordam do repasse de salários a Cuba

Da mesma forma que concorda com a vinda dos médicos cubanos, a maior parte dos brasileiros é contra a forma como esses profissionais serão remunerados. Pelo acordo entre os governos do Brasil e de Cuba, os R$ 10 mil referentes à bolsa paga a cada um desses profissionais serão repassados ao país de Raul Castro. O governo caribenho enviará aos profissionais parte desse dinheiro – o equivalente ao salário que receberiam se estivessem na ilha.

“Se eles estão trabalhando aqui, têm de receber o pagamento deles direto aqui”, diz a dona de casa Gil Silveira. A opinião dela é refletida pelo levantamento do Paraná Pesquisas, que mostra que 71% dos entrevistados não concordam com a forma de pagamento dos médicos cubanos. Na avaliação do diretor do Instituto, Murilo Hidalgo, esse é o principal ponto de crítica da população ao programa federal. “Isso passou a impressão de se estar ajudando o governo cubano, o que não foi bem aceito”, avalia.

O governo federal argumenta que o acordo com a administração cubana segue o padrão do que já foi feito em outros países onde médicos de Cuba atuaram. Ressalta ainda que os profissionais receberão auxílio moradia, alimentação e transporte das prefeituras das cidades em que vão atuar. Além disso, terão emprego garantido quando voltarem a Cuba.

Tira dúvidas

Respostas a algumas dúvidas sobre a atuação dos estrangeiros e cubanos dentro do programa Mais Médicos:

Quanto os médicos cuba­nos vão receber de salário?

O Ministério da Saúde considerou as mesmas condições fixadas pelo edital do Mais Médicos – de R$ 10 mil. O valor, porém, será repassado ao governo cubano, que decidirá quanto vai mandar para cada médico considerando diversos aspectos. Fala-se em algo em torno de R$ 2,5 mil e R$ 4 mil.

Cubanos e demais estran­geiros terão direito a férias?

Sim. Além disso, podem se licenciar por motivos de saúde, licença maternidade e paternidade, convocação do país de origem ou falecimento de pessoa da família.

Como está sendo verifi­cada a documentação dos estrangeiros?

Os médicos estrangeiros precisam entregar os documentos legalizados previstos na medida provisória do Mais Médico na representação consular, que verifica a veracidade da documentação.

Como será feita a fiscalização do trabalho desses profissionais?

Tutores e supervisores vão acompanhar a atuação dos médicos estrangeiros. Já os Conselhos Regionais de Medicina terão a atribuição legal de fiscalizar os profissionais.

Como são selecionados os tutores dos profissionais estrangeiros?

O responsável pela seleção é o Ministério da Educação, que publicou portaria no Diário Oficial da União com as regras para adesão das instituições de ensino interessadas em participar do programa e para a indicação dos tutores.

Fontes: Redação e Ministério da Saúde.

Tutor

A Universidade Federal do Paraná vai acompanhar a atuação dos estrangeiros no estado. O médico Edevar Daniel, professor da UFPR, será o tutor desses profissionais. Segundo ele, ainda serão indicados os supervisores, que vão fazer o acompanhamento mais próximo desses médicos. Será observada a atuação dos médicos e feita orientações, com reuniões periódicas para a discussão de casos e assuntos técnicos.

30 médicos formados em outros países devem começar a atuar no Paraná neste mês. O início das atividades estava prevista para a próxima segunda-feira, mas eles ainda não conseguiram o registro provisório no Conselho Regional de Medicina (CRM). No começo da semana, o CRM do Paraná informou que não iria conceder nenhum dos 20 registros já solicitados por problemas na documentação e falta de informações adicionais.

Opiniões

“O importante é ter médico e ser bem atendido. Se os daqui não querem atender, então que venham os de fora.”

Áurea Silva, diarista.

“Acho bom que venham mais médicos, mesmo que estrangeiros. Não é que o médico brasileiro não seja bom, mas com a concorrência pode ser que eles fiquem melhores.”

Lourival Souza, aposentado.

“Sem problemas ser atendido por um médico de fora. Se eles vêm para melhorar a situação, então é uma boa ideia.”

Gil Silveira, dona de casa, com o filho Natan.

Levantamento nacional do Instituto Paraná Pesquisas revela que 70% dos brasileiros são favoráveis à chegada dos médicos estrangeiros. Em relação aos profissionais cubanos, 68% defenderam a contratação.

A pesquisa ainda questionou o que os brasileiros pensam do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria (60%) disse considerá-lo ruim ou péssimo. Entre aqueles que se declararam usuários do SUS, 88% disseram que o número de médicos na rede pública é insuficiente.

Para o diretor do Paraná Pesquisas Murilo Hidalgo, o levantamento resume o seguinte pensamento: “É melhor ter um médico, mesmo que estrangeiro, do que não ter”. É o que pensa a diarista Áurea Silva, usuária da Unidade de Saúde do Bairro Novo, em Curitiba, que vai receber um dos médicos formados no exterior trazidos pelo programa Mais Médicos. “Eu me consultaria sem problemas [com um estrangeiro]. O importante é ter médico e ser atendido”, afirma.

A agente educacional Marilza Aparecida da Costa também se diz favorável ao programa. Ela conta que morou em uma cidade onde não havia médico e que “a situação era triste”. Marilza está entre os 83% de brasileiros que conhecem ou já ouviram falar do Mais Médicos. Em relação à polêmica envolvendo o governo e os Conselhos Regionais de Medicina sobre o registro dos estrangeiro, ela afirma que isso “é apenas uma burocracia”.

Fiscalização

Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), porém, não é bem assim. No início da semana, o presidente do CFM, Roberto Luiz d´Avila, afirmou que informações adicionais – como a lotação dos profissionais e os nomes do tutor e supervisor do médico estrangeiro – continuarão a ser exigidas para conceder o registro provisório. A argumentação é que essas informações são necessárias para fiscalizar a atuação desses médicos, o que é função dos Conselhos de Medicina.

Segundo Gérson Zafalon, representante do Paraná no CFM, a preocupação é ter segurança acerca da formação do médico que irá atuar no país. “O que batalhamos é que o médico estrangeiro ofereça um atendimento de qualidade. Por isso, insistimos para que fosse feito o Revalida [exame nacional para a revalidação de diplomas médicos expedidos por instituições do exterior] ou outro teste. Se o médico formado no exterior não fez um exame para mostrar seus conhecimentos, eu não sei se ele é bom”, explica.

Após avaliação, governo reprova só um dos 682 intercambistas

Folhapress

Depois de três semanas de aulas e avaliações em oito universidades públicas, o governo reprovou apenas um dos 682 médicos intercambistas – incluídos os 400 cubanos – selecionados na primeira rodada do programa Mais Médicos. Após aulas e avaliações de português e conceitos básicos de saúde brasileira, 670 intercambistas foram aprovados, 11 ficaram em recuperação e um foi reprovado, informou o Ministério da Saúde.

A pasta não soube dizer, porém, de qual nacionalidade é o médico reprovado, que voltará ao país de origem e terá de ressarcir a União pelos gastos com a viagem. Os 11 em recuperação tiveram desempenho entre 30% e 50%, e terão duas semanas de aulas adicionais em Brasília.

Rio Grande do Sul

Em respeito a uma decisão judicial, o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) liberou ontem os primeiros 19 registros provisórios do país para médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior, tornando-se o primeiro estado a fornecer o documento a profissionais do programa Mais Médicos. Os registros são para cinco brasileiros e três estrangeiros, sendo dois uruguaios e um palestino. Ao todo, o Cremers tem 40 pedidos em análise.

Ontem, a Advocacia-Geral da União informou que estuda ir à Justiça para cobrar dos Conselhos de Medicina os dias parados dos estrangeiros que não tiverem obtido os registros legais até amanhã.

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1410132&tit=Sete-em-cada-dez-brasileiros-apoiam-a-vinda-de-medicos-estrangeiros

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Torturados contam como religiões ajudaram ditadura


por Cristina Indio do Brasil
da Agência Brasil


Parte da Igreja Católica e de outras religiões  foi
conivente com a violência do regime militar
O golpe de 1964 no Brasil teve apoio de parcelas importantes das igrejas. Essa foi uma das conclusões da segunda série de depoimentos, na terça-feira (17), durante audiência pública da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão Estadual da Verdade, na sede Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (Caarj), no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Seccional Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense. A educadora Letícia Cotrim, o pastor emérito presbiteriano Zwinglio Motta e o pastor luterano Mozzart Noronha relatam experiências que vivenciaram durante a ditadura militar.

Letícia ficou presa por 14 dias no Destacamento de Operações de Informações — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) —  uma semana no quartel da Polícia Militar no centro do Rio e um mês e três dias em um quartel do Exército em Petrópolis, na região serrana fluminense. Apesar de ter recebido apoio de integrantes de destaque da Igreja Católica, como dom Aloísio Lorscheider, ela disse que parte da igreja ficou omissa.

“Foram pessoas que nos ajudaram em uma hora de sofrimento. Eu tive isso, mas não quer dizer que a igreja era homogênea. Houve quem deu e quem não deu apoio. Foi pedido por mim a dom Eugênio Sales, e dom Eugênio não deu apoio para falar com quem tinha me prendido, que eu tinha uma história na igreja. Eu fui dada como uma pessoa subversiva e que não estava acontecendo nada comigo, quando na verdade estava”, disse Letícia, que participou desde a adolescência do Movimento Ação Católica.

Zwinglio Motta chegou a ser expulso da Igreja Presbiteriana do Brasil por defender questões contrárias às posições conservadoras da instituição. O pastor disse que foi preso por ser irmão de Ivan Motta Dias, militante desaparecido político, e, de acordo com informações levantadas pela família, foi morto em um dos locais de tortura em Petrópolis. "A repressão queria saber onde estava ele. Tentava por todos os meios e não conseguia. Descobriu-me, alguém me delatou, e fui preso por isso”, declarou.

Para Zwinglio, o trabalho da comissão em apurar a atuação da igreja no período da ditadura e no golpe de 1964 é importante para a história política do país. “Recuperar a memória é muito importante para que as gerações futuras tenham acesso ao que aconteceu para que isso não volte a se repetir”, disse o pastor emérito que depois, junto com 80 religiosos, fundou a Igreja Presbiteriana Unida.

O pastor luterano Mozzart Noronha, que fez parte de um movimento de resistência dentro das igrejas protestantes, também falou sobre a falta de apoio da instituição. Ele disse que recebeu suporte apenas de pessoas envolvidas com o movimento ao qual pertencia. “A igreja oficial não me deu nenhum apoio, mas aquela comprometida, que nós chamamos a do Cristo fora dos muros. Pessoas e indivíduos, embora membros da igreja, mas não respondiam institucionalmente por ela, essas pessoas nos deram apoio, não somente no tempo da nossa atuação clandestina contra a ditadura, mas também fora do país”, declarou o pastor que precisou se mudar para a Europa.

O coordenador do Grupo de Trabalho Papel das Igrejas durante a Ditadura, na Comissão Nacional da Verdade, Anivaldo Padilha, disse que os depoimentos confirmam que as igrejas tiveram postura contraditória, algo surpreendente porque era de se esperar que tivessem uma posição clara contra a violação dos direitos humanos, a tortura, assassinatos e desaparecimentos forçados. E isso, segundo ele, não ocorreu. “Alguns setores importantes das igrejas apoiaram a ditadura e setores minoritários se opuseram à ditadura", destacou.

Para o professor de direitos humanos da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e membro da Comissão Estadual da Verdade, João Dornelles, a participação das igrejas se modificou com o trabalho de integrantes que se opunham aos militares e desenvolveram trabalhos com movimentos sociais de atuação mais política.

"Surgiu, a partir da Igreja Católica, uma série de instituições que passou a cumprir um papel de denúncia de violação de direitos humanos, e a própria CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] se posicionando contra a ditadura, principalmente no decorrer dos anos 1970, na luta pela anistia e libertação dos presos políticos, junto com igrejas presbiterianas e metodistas”, disse.

http://www.paulopes.com.br/2013/09/torturados-contam-como-religioes-ajudaram-ditadura.html#.Uj4LooacwtA


sábado, 21 de setembro de 2013

Uma presidenta à altura do cargo



Por Bepe Damasco, em seu blog:

A decisão da presidenta Dilma de cancelar a viagem aos EUA é o tipo de gesto que distingue o estadista do chefe de estado vassalo; o mandatário que não abre mão da soberania do seu país do que curva a espinha diante do primeiro rosnar dos poderosos.


Noves fora a importância política do cancelamento, se levarmos em conta apenas os procedimentos inerentes ao jogo diplomático, a decisão de Dilma é impecável. A regra não escrita da reciprocidade, que rege a relação entre as nações, não só respalda a decisão brasileira como alça o nosso país a um patamar ainda mais alto na cena internacional.

É assim que procede quem almeja de fato uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Essa é a postura de quem cansou de desempenhar um papel subalterno no mundo e vai se firmando como interlocutor de respeito e liderança inconteste entre os países em desenvolvimento.

Vale notar que a resposta dos EUA à cobrança dura feita pelo Itamaraty à chancelaria norte-americana e depois, olho no olho, por Dilma a Obama foi um amontoado de evasivas, com base nos imperativos de segurança e combate ao terrorismo, mantra predileto dos EUA.

Nenhum pedido de desculpas pela espionagem das mensagens entre a presidenta e seus auxiliares, nem pela bisbilhotagem nos sistemas da Petrobras e tampouco pelo monitoramento dos cidadãos e das empresas e embaixadas brasileiras.

Na certa, a arrogância americana concebeu como tática para superar o imbróglio diplomático a tergiversação e a enrolação. O negócio era empurrar o máximo com a barriga que o Brasil cederia. Afinal, sempre foi assim em mais de 500 anos. Ou não teve até ministro de FHC que tirou o sapato para pisar em solo americano ?

Mas a diplomacia de Obama errou feio ao menosprezar a política externa soberana e independente que o Brasil adotou desde o primeiro governo Lula. Apostou suas fichas no cinismo e perdeu feio. O chanceler dos EUA, em visita ao Brasil, chegou a dizer que a arapongagem visava proteger os próprios países bisbilhotados do terrorismo.

Por sua vez, Obama emitiu nítidos sinais de que para os EUA é impossível deixar de espionar pessoas, empresas e governos ao redor do planeta. Está no DNA imperialista deles. É política de Estado, não de governo. Por fim, chegou a culpar, mais uma vez, os que vazaram a informação, responsáveis, segundo o presidente norte-americano, por amplificar e distorcer os fatos.

Embora a direita midiática vá seguir sua sina colonizada e entreguista e criticar a presidenta Dilma por "colocar em risco as relações com os EUA" e "criar embaraços diplomáticos com o nosso principal parceiro comercial",o Brasil só tem a agradecer à presidenta por essa decisão corajosa em defesa da nossa soberania.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2013/09/uma-presidenta-altura-do-cargo.html

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Amor em outra época: fotos antigas



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É engraçado ver as pessoas pregando o amor ao próximo, buscando um mundo melhor e toda essa coisa de sociedade feliz e, ao mesmo tempo, tomando atitudes que desconsideram o amor alheio, desfavorecem um mundo mais decente e deformam a sociedade. Um clássico desse comportamento é a tal história de que família é formada por mulher, homem e filho(a) e que um casal do mesmo sexo não é família, não tem amor. É problema psicológico, é moda, defeito ou, ainda, é safadeza (é, eu já cheguei a escutar essa).


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Apesar da legalidade que os casais homoafetivos já alcançaram através da união civil, a aceitação ainda tem um longo caminho a percorrer. E a ideia de que isso é errado parece tão enraizada na sociedade, que não é só religioso que tem preconceito. Já vi gente que se diz ateu, expressar ideias do tipo: “eu não ligo de ser gay, só não quero perto de mim”. Quer dizer, os religiosos acreditam que é errado pela crença que seguem – a discussão sobre como o fato deles acreditarem não tornar errado é longa e não cabe agora -, mas um ateu achar errado me parece mais estranho. Se alguém tiver uma explicação, por favor.
Enfim, a questão não é essa. O problema é que ao invés de achar que é moda, problema, ou qualquer outra coisa, por que não supor que é simplesmente amor?

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Os casais nessas fotos não são uma afronta aos seus direitos, muito menos um perigo para a sociedade. São pessoas que se encontraram e decidiram que, juntos, a vida poderia ser melhor. Simples assim. Querer ser feliz com alguém não é exclusividade de homem ou de mulher, é coisa do ser humano, entende? Agora, se você não vê um humano nessa foto, me permito concluir que, bom, o problema não é a imagem, é você.

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Do Blog Maria da Penha Neles

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O analfabeto midíatico



Por Celso Vicenzi, no sítio Vermelho:

Ele ouve e assimila sem questionar, fala e repete o que ouviu, não participa dos acontecimentos políticos, aliás, abomina a política, mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo. Prega ideias preconceituosas e discriminatórias, e interpreta os fatos com a ingenuidade de quem não sabe quem o manipula. Nas passeatas e na internet, pede liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas – na era da informação instantânea de massa – são muito influenciadas pela manipulação midiática dos fatos. Não vê a pressão de jornalistas e colunistas na mídia impressa, em emissoras de rádio e tevê – que também estão presentes na internet – a anunciar catástrofes diárias na contramão do que apontam as estatísticas mais confiáveis.

Avanços significativos são desprezados e pequenos deslizes são tratados como se fossem enormes escândalos. O objetivo é desestabilizar e impedir que políticas públicas de sucesso possam ameaçar os lucros da iniciativa privada. O mesmo tratamento não se aplica a determinados partidos políticos e a corruptos que ajudam a manter a enorme desigualdade social no País.

Questões iguais ou semelhantes são tratadas de forma distinta pela mídia. Aula prática: prestar atenção como a mídia conduz o noticiário sobre o escabroso caso que veio à tona com as informações da alemã Siemens. Não houve nenhuma indignação dos principais colunistas, nenhum editorial contundente. A principal emissora de TV do País calou-se por duas semanas após matéria de capa da revista IstoÉ, denunciando o esquema de superfaturar trens e metrôs em 30%.

O analfabeto midiático é tão burro que se orgulha e estufa o peito para dizer que viu/ouviu a informação no Jornal Nacional e leu na Veja, por exemplo. Ele não entende como é produzida cada notícia: como se escolhem as pautas e as fontes, sabendo antecipadamente como cada uma delas vai se pronunciar.

Não desconfia que, em muitas tevês, revistas e jornais, a notícia já sai quase pronta da redação, bastando ouvir as pessoas que vão confirmar o que o jornalista, o editor e, principalmente, o “dono da voz” (obrigado, Chico Buarque!) quer como a verdade dos fatos.

Para isso as notícias se apoiam, às vezes, em fotos e imagens. Dizem que “uma foto vale mais que mil palavras”. Não é tão simples (Millôr, ironicamente, contra-argumentou: “Então diga isto com uma imagem”). Fotos e imagens também são construções, a partir de um determinado olhar. Também as imagens podem ser manipuladas e editadas “ao gosto do freguês”.

Há uma infinidade de exemplos. Usaram-se imagens para provar que o Iraque possuía depósitos de armas químicas que nunca foram encontrados. A irresponsabilidade e a falta de independência da mídia norte-americana ajudaram a convencer a opinião pública, e mais uma guerra com milhares de inocentes mortos foi deflagrada.

O analfabeto midiático não percebe que o enfoque pode ser uma escolha construída para chegar a conclusões que seriam diferentes se outras fontes fossem contatadas ou os jornalistas narrassem os fatos de outro ponto de vista.

O analfabeto midiático imagina que tudo pode ser compreendido sem o mínimo de esforço intelectual. Não se apoia na filosofia, na sociologia, na história, na antropologia, nas ciências política e econômica – para não estender demais os campos do conhecimento – para compreender minimamente a complexidade dos fatos. Sua mente não absorve tanta informação e ele prefere acreditar em “especialistas” e veículos de comunicação comprometidos com interesses de poderosos grupos políticos e econômicos.

Lê pouquíssimo, geralmente “best-sellers” e livros de autoajuda. Tem certeza de que o que lê, ouve e vê é o suficiente, e corresponde à realidade. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o espoliador das empresas nacionais e multinacionais.

O analfabeto midiático gosta de criticar os políticos corruptos e não entende que eles são uma extensão do capital, tão necessários para aumentar fortunas e concentrar a renda. Por isso recebem todo o apoio financeiro para serem eleitos. E, depois, contribuem para drenar o dinheiro do Estado para uma parcela da iniciativa privada e para os bolsos de uma elite que se especializou em roubar o dinheiro público.

Assim, por vias tortas, só sabe enxergar o político corrupto sem nunca identificar o empresário corruptor, o detentor do grande capital, que aprisiona os governos, com a enorme contribuição da mídia, para adotar políticas que privilegiam os mais ricos e mantenham à margem as populações mais pobres. Em resumo: destroem a democracia. Para o analfabeto midiático, Brecht teria, ainda, uma última observação a fazer: Nada é impossível de mudar. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pastores pentecostais tocam fogo em templos indígenas no Brasil


É preciso que algo seja feito urgente para que os indígenas sejam respeitados e saiam estas igrejas pentecostais da região porque estão fazendo a mesma coisa que foi feito no tempo da colonização,quando o Brasil foi invadido. De um lado, jagunços entram coma violência física e,de outro, os ditos pastores,entram com a violência cultural/religiosa de forma fundamentalista e ignorante.
"Pastores Pentecostais" estão agredindo os indígenas de Mato Grosso do sul, tentando fazê-los rebanho do servilismo para entregarem suas terras, senão para os fazendeiros para as igrejas que lá se dispõem a lutar lado a lado com jagunços, contra os 25 mil indigenas que lutam por suas terras. Na verdade, toda esta invasão é para tirar o pouco que resta dos indígenas, suas terras, cultura e dignidade. Os pentecostais querem que se sintam culpados por serem indígenas e entreguem de graça tudo o que possuem.
“A luta dos índios guaranis no Mato Grosso do Sul para preservarem suas tradições religiosas  necesssita de intervenção do governo federal,  suas práticas religiosas estão sendo acintosamente satanizadas pelas seitas pentecostais”, Ras Adauto da ppa berlim, alertou sobre a grave situação em que vivem os Guaranis no Mato-Grosso do Sul:
,O 25 mil índios que ainda restam na região em que eles foram donos, estão sendo vítimas no momento de um massacre e genocídio cultural. 36 igrejas pentecostais 

concorrem entre si pelas almas indígenas, somente em uma reserva com 12 mil indios em Dourados.
Os indígenas já não podem nem mais usar urucum, pois segundo os pastores das igrejas, a tinta  usada pelos indígenas para cobrir seus corpos, é “bosta” do diabo.
Reportagem de Fábio Pannunzio para a Rede Bandeirantes de Televisão.


Leia mais: http://www.revistareciclarja.com/news/video-mostra-pastores-pentecostais-tocam-fogo-em-templos-indigenas-no-brasil-/

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Prepara, que agora, é hora do racismo velado



Crianças, adolescente e adultos não podem mais ouvir a palavra “prepara” que já emendam: que agora, é hora, do show das poderosas – trecho da música de MC Anitta (sim, com dois T) que “estourou nas paradas de sucesso de todo o Brasil”. Mas esse post não é sobre a música, nem sobre a Anitta, nem sobre o funk. É sobre outra coisa.
Eu sei que essa imagem aí de cima é brincadeira, gente, não vamos focar nisso, ok? Mente aberta e vamos conversar. O que quero dizer é que essa garota estourou na mídia e é respeitada por ela porque é branca, “fez faculdade”, e os vídeos dela têm uma qualidade superior aos dos demais cantores de funk (afinal, gravar um clipe envolve muita grana, coisa que a galera da favela não tem). Para mim, ela é um ícone do racismo velado.
Branco cantando funk é ícone pop, preto cantando funk é bandido. Aliás, vamos fazer as devidas marcações de gênero, né? BrancA cantando funk é capa da Capricho , pretA cantando funk é “vagabunda”, “tá doida pra engravidar”, ou vocês não lembram do caso Bonde das Maravilhas ?
Aliás, a “celebridade pop” falou sobre o grande sucesso do Bonde: o quadradinho de oito. “Eu inventei o convencional, que você tem que mexer o quadril e parar. Aí vieram as meninas do Bonde das Maravilhas e criaram o quadradinho de 8 em que elas ficam de cabeça pra baixo e formam um 8 com a perna. Sei fazer, mas tenho que fingir que sou fina”, brincou .
Ela é sexy sem ser vulgar. Ela inventou o passo. Mas ela não faz. Porque ela é fina. Afinal, quem faz quadradinho de oito de cabeça pra baixo não é fina, mas quem inventou é. Então tá bom. A branca inventou. As negras “não-finas” copiaram o passo e o “pioraram”. É a história da humanidade, o preto fazendo tudo errado sempre, e o branco contando a sua versão do fato, de como tudo era puro e bonito antes do preto chegar.
Não sei se vocês lembram, mas o funk foi inventado por negros . Logo, os passos também. Logo, Anitta, você não “criou” um passo, ele sempre existiu. O máximo que você pode ter feito é tê-lo “descoberto”, como Cabral “descobriu” o Brasil. Só falta dizer que inventou os passinhos das batalhas…
Antes de me perguntar por que eu defendo o funk, ou as dançarinas, ou porque não gosto da Anitta, por favor, pare pra pensar: quantas bandas de rock você conhece cujos vocalistas são negros? Quantos grupos de pagode? Quantas boy bands têm a participação de negros? Quantos grupos de funk? Quais desses grupos são mais discriminados e têm suas músicas depreciadas na grande mídia? Quais deles são considerados “alta cultura”?
E por favor, não me venham com a exceção. Milton Nascimento, Gilberto Gil, O Rappa, Broz (quem lembra deles?) são exceções. Eu quero mais de um nome. Anitta é um exemplo de algo popular que foi absorvido pela burguesia e virou “cult”. Bailes funk de favela são “perigosos”, bailes em boates de classe média são “balada”. Axé na rádio popular é brega. Axé no camarote vip open bar da micarê é “festa”.
O funk está passando por esse processo. As pessoas gostam, as pessoas dançam, mas ninguém que ser associado com algo que não é “fino”. Anitta, branca, maquiada, perfumada, cheia das roupas de grife que trouxe das viagens aos Estados Unidos, foi, por um acaso do destino, identificada pelo mercado fonográfico como a pessoa que iria possibilitar esse embranquecimento do funk.
Vamos começar a chamar as coisas pelo nome? Sabe qual é o nome do processo que leva o funk a ser sucesso na voz da Anitta e ser piada com o Bonde das Maravilhas? Racismo. Vamos lá, eu sei que você não gosta dessa palavra, que ela está no mesmo nível de um palavrão horrível, uma coisa quase imaginária, mas é preciso dizê-la, e eu sei que você consegue: RACISMO.
Não é fácil chegar a essa conclusão quando você não gosta de funk, quando você não é negro, quando você nem sabe quem é Anitta. Mas facilita se você ligar a TV e começar a contar quantos negros você vê, seja em comerciais, programas de auditório, apresentando telejornais, enfim, sendo produtores, e não vítimas de piadas e/ou processos jornalísticos duvidosos.
A culpa não é da Anitta. Nem da música dela. Nem do funk. Vivemos numa sociedade extremamente racista (é um choque pra você, eu sei), que não considera bom nada feito genuinamente por negros. Rap, funk, axé, pagode: é tudo “subcultura”. Quer dizer, até alguém vir e fazer um clipe majestoso e sair na capa da Capricho. A coincidência é que a Capricho também não estampa negras nas suas capas. Ou você nunca reparou isso?
O racismo é realmente assustador, e pouca gente o percebe nessas nuances. As verdadeiras “poderosas” não se importam nem se preocupam com isso, porque estão viajando pelo mundo pra gastar o dinheiro que fizeram com o funk, tudo sendo muito finas, claro. Certa é a Anitta, que expulsa as invejosas e é fina. É outro nível.
*Joceline Gomes é jornalista, gosta de Lelek Lek mas não sabe fazer o quadradinho de oito (nem a versão fina).

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Espionagem contra Dilma expõe falhas do serviço de inteligência nacional

Brasil investe pouco em sistemas de proteção de informações estratégicas. Orçamento da Abin, por exemplo, é 270 vezes menor do que a verba secreta dos EUA para o setor

A denúncia de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos espionou a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores revela que o sistema brasileiro de inteligência tem falhas. A opinião é de especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo.

Membro do Grupo de Análise da Conjuntura Inter­­­­nacional da Universidade de São Paulo, Alberto Pfeiffer avalia que o caso mostra falhas do sistema de inteligência brasileiro. Segundo ele, é “uma grande ingenuidade” achar que o governo dos Estados Unidos não utiliza os dados disponíveis na internet para compilar informações de outros países – seja no âmbito de segurança ou comercial. “Espantar-se com essa situação é jogo de cena. Agora fica a questão: será que a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] está preparada para lidar com esses desafios?”

Senado instala hoje a CPI da Espionagem

Na esteira das últimas informações de quebra de sigilo das comunicações da presidente Dilma Rousseff, o Senado decidiu instalar hoje a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem. A CPI foi aprovada a pedido da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e deve apurar a possível colaboração de empresas de telecomunicações que atuam no Brasil com o governo dos Estados Unidos. Outro objetivo é apresentar propostas para aprimorar a segurança no uso de dados privados ou sigilosos no país.

A comissão terá 11 membros titulares e sete suplentes. O primeiro ato do grupo deve ser a eleição de presidente e relator. Ontem, o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), disse que não estava surpreendido com os novos episódios revelados em reportagem do Fantástico e falou que “o nível de espionagem dos americanos não tem limites”.

Correios vão desenvolver e-mail brasileiro criptografado

Em meio às denúncias de espionagem das correspondências eletrônicas da presidente Dilma Rousseff e de seus assessores, o governo federal planeja criar um sistema nacional de e-mail. O novo produto está sendo desenvolvido pelos Correios e deve ser lançado no segundo semestre de 2014. A ideia surgiu no Ministério das Comunicações a partir dos primeiros casos de violação de dados de brasileiros revelados pelo ­ex-agente norte-americano Edward Snowden, em junho de 2013.

Formato

Ainda não há definição sobre o formato do novo sistema – se será gratuito ou pago. O principal diferencial em relação aos serviços de e-mail mais utilizados no país, como Hotmail e Gmail (que pertencem às gigantes norte-americanas Microsoft e Google), é que os dados dos usuários serão armazenados obrigatoriamente no Brasil. Além disso, e-mails serão protegidos por criptografia, mecanismo de segurança que protege as mensagens de violações.

R$ 500 milhões é o orçamento da Abin para este ano.

US$ 52,6 bilhões é o gasto secreto do governo dos EUA com serviços de inteligência neste ano. Isso equivale a R$ 135 bilhões.

Após as denúncias de que os EUA espionam até a presidente Dilma Rousseff, você se sente seguro ao enviar informações por e-mail? Deixe seu comentário no quadro abaixo do texto.

“As notícias sobre espionagem dos Estados Unidos não chegam a ser surpreendentes. O que surpreende é a falta de investimentos de países como o Brasil em autoproteção”, diz Virgílio Arraes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.

Na sexta-feira passada, reportagem do jornal nor­­te-americano Washington Post produzida com base em um relatório repassado pelo ­­ex-agente Edward Snowden, mostrou que o governo dos Estados Unidos alocou no orçamento de 2013 um gasto “secreto” com inteligência de US$ 52,6 bilhões (R$ 135 bilhões). Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, o orçamento da Abin para este ano é de R$ 500 milhões – ou seja, 270 vezes menor.

A Abin é o eixo central do Sistema Brasileiro de Inteligência, que conta com a participação de órgãos como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A agência tem sido alvo de críticas recentes, mesmo dentro do governo, por não ter previsto, por exemplo, o alcance das manifestações populares de junho.

Segundo Virgílio Arraes, é preciso levar em consideração que a espionagem pode nunca ter sido aceita oficialmente, mas sempre existiu paralelamente ao trabalho formal da diplomacia. “Se antes um país poderia utilizar uma amante para tirar informações de um alto dirigente governamental, hoje em dia os meios para se chegar às informações são mais tecnológicos e eficazes”, complementa Arraes.

Senador boliviano

A denúncia da espionagem contra Dilma ocorreu seis dias após a troca de comando no Itamaraty devido a outro caso que colocou em xeque o monitoramento de informações estratégicas pelo governo. Antonio Patriota deixou o Ministério das Relações Exteriores em 26 de agosto após a operação em que o encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, trouxe sem autorização superior o senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. O diplomata tomou sozinho a decisão de transportar Molina, que é alvo de 20 processos por corrupção na Justiça boliviana e estava asilado na embaixada brasileira desde junho de 2012.

Alberto Pfeiffer diz que a atuação do país no caso do senador é mais um exemplo dos problemas do sistema de inteligência nacional. “Como é que não se sabia que o senador estava sendo trazido de carro para o Brasil? Essas dificuldades de monitoramento mostram a inadequação do país para lidar com temas de segurança nacional”, diz. Pfeiffer cita que seria de se esperar que dois carros que trouxeram Pinto Molina tivessem algum tipo de rastreamento. “Um aparelho de GPS já seria suficiente”, opina.


“Indignado”, governo brasileiro vai aguardar para tomar medidas

Das agências

O governo brasileiro expressou ontem sua “indignação” diante da denúncia de que os Estados Unidos espionaram a presidente Dilma Rousseff. O Itamaraty chamou o embaixador norte-americano no país, Thomas Shannon, e cobrou explicações formais e por escrito, ainda nesta semana, do governo norte-americano. Mas, ao mesmo tempo, o Planalto e o Itamaraty não anunciaram nenhuma medida concreta contra Washington, alegando que ainda não há comprovação da denúncia. Nos bastidores da diplomacia, especula-se que o governo tentará uma saída honrosa, pois não pretende confrontar sozinho os Estados Unidos – um importante parceiro comercial do Brasil.

Fontes do Planalto disseram que Dilma avalia tomar três atitudes para demonstrar a indignação com a ação de espionagem americana. Uma delas seria fazer um “discurso forte” contra a espionagem em setembro, na abertura da Assembleia-Geral da ONU. Até lá, costuraria o apoio de outras nações que foram espionadas. A segunda medida em análise seria convocar o embaixador brasileiro em Washington para voltar ao Brasil – o que na linguagem diplomática é o gesto anterior à suspensão das relações bilaterais. E, em último caso, a viagem oficial de Dilma aos Estados Unidos, prevista para outubro, seria cancelada.

Durante entrevista coletiva na tarde de ontem, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, foi questionado várias vezes se a presidente manterá a viagem. O ministro disse que não trataria do assunto. Ele afirmou que a reação brasileira dependerá das respostas que serão enviadas pelos Estados Unidos. “O tipo de reação dependerá do tipo de resposta. Por isso queremos uma resposta formal, por escrito, para que seja avaliada e a partir daí vamos ver qual será o tipo de reação que adotaremos”, disse Figueiredo.

Ele e Thomas Shannon estiveram reunidos ontem pela manhã. De acordo com Figueiredo, a conversa foi franca e direta. Nela, informou o ministro, ele disse que o governo brasileiro considera inadmissível e inaceitável o que julga uma violação à soberania nacional. “Na conversa, ele [Shannon] entendeu o que foi dito porque foi dito em termos muito claros. Muitas vezes, pensa-se que diplomacia é explicar as coisas de formas sinuosas. Não é. Quando as coisas têm de ser ditas de forma muita claras, são ditas.”

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que, se a denúncia de espionagem for verdadeira, o Brasil vai levar a questão a fóruns internacionais. “Se confirmados os fatos, isso revelaria uma situação inaceitável e inadmissível à nossa soberania”, disse. Ao levar a discussão para organismos internacionais, como a ONU, o Brasil daria uma resposta aos Estados Unidos sem ter de fazer uma confrontação direta, pois poderia obter o apoio de outras nações.

Cardozo esteve reunido na semana passada com o vice-presidente americano, Joe Binder, nos Estados Unidos. Na conversa, segundo Cardozo, o vice-presidente americano negou que seu governo fizesse interceptações telefônicas ou de mensagens de cidadãos brasileiros. E recusou a proposta brasileira de compartilhamento de dados com os americanos para questões envolvendo suspeitas de ilícitos.

http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1405187&tit=Espionagem-contra-Dilma-expoe-falhas-do-servico-de-inteligencia-nacional

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

CUBA TERÁ UNIÃO HOMOSSEXUAL PERMITIDA POR LEI


Blog Thonny Hawany

Por Thonny Hawany

Cuba se prepara para definir os direitos de lésbicas, de gays, de bissexuais e de transexuais em seu território, segundo informou à imprensa a sexóloga Mariela Castro, filha do presidente de Cuba, Raúl Castro. Essa é uma notícia que recebo com muita alegria. A Ilha de Fidel, caso sejam confirmadas as palavras de Mariela, surpreenderá o mundo positivamente e em matéria de Direitos Humanos.



Para Mariela Castro, a discriminação não combina com os interesses da Revolução Cubana, tanto por isso, será desenvolvido um trabalho que "demonstra a vontade política do governo cubano para enfrentar a homofobia como forma de discriminação, algo incoerente com o projeto emancipador da Revolução Cubana".



Sobre a possibilidade de os Estados Unidos criticarem a atitude do governo de Cuba na rede mundial de computadores pelo feito, segundo anunciou a sexóloga Mariela, considero pouco provável haja vista ter a Secretária de Estado Americano, Hillary Clinton, anunciado em Genebra, no mês de dezembro, por ocasião das comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a criação de fundo para auxiliar países a descriminarem a homossexualidade dentre outras ações positivas anunciadas no mesmo pacote. Espero que, apesar dos entraves políticos e econômicos existentes entre Cuba e o EUA, este se posicione favoravelmente à humana e louvável atitude daquela. Seria a mais digna atitude de uma país que efetivamente entreou na briga contra a homofobia mundial.





Conforme Mariela, será encaminhada à Assembleia Nacional do Poder Popular um projeto de lei que reconhecerá a união livre entre pessoas do mesmo sexo. A modalidade de união denominada de livre deve ser semelhante ao que conhecemos por união estável, visto que no texto do projeto encaminhado ao Congresso não consta a palavra casamento. Isso já representa um gigantesco passo para os irmãos e irmãs lésbicas, gays, bissexuais e transexuais da Ilha de Fidel Castro. Com a decisão, se favorável, haverá mudanças no Código da Família de Cuba.



Mariela acredita que esse passo significa o primeiro na adoção do que ela mesma chamou de “política de não-discriminação”. Resta então esperarmos para ver o posicionamento do Partido Comunista que se reunirá em conferência .



Cabe salientar que Mariela Castro dirige o Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba e que sua luta em favor da aprovação de direitos aos homossexuais não é de hoje. Sua luta vem de longa data e tem ecoado por todos os continentes.



Em face do exposto, podemos afirmar que o mundo olhará diferente para Cuba a partir da concretude dessa decisão. Tratar seu povo com humanidade, com igualdade, com liberdade e respeitar a sua dignidade é o maior de todos os passos para o progresso em todos os aspectos. Estou de olho e deverei acompanhar o progresso desse feito histórico, não só para Cuba, mas para o mundo.



FONTES: Agência Brasil e O Diário de Cuba

www.blogdocarlosmaia.blogspot.com Carlos Maia