domingo, 28 de setembro de 2014

Evangelizadores querem tomar lugar dos pajés, diz antropólogo

Evangelizadores católicos e evangélicos estão perseguindo os pajés de etnias do interior do Amazonas, na região do rio Solimões, com a intenção de substituí-los para impor aos índios a cultura cristã.

A denúncia é do antropólogo Ademir Ramos, coordenador do NCPAM (Núcleo de Cultura Política do Amazonas), que é uma entidade ligada à Universidade Federal do Amazonas.

Para ele, o que está ocorrendo nas aldeias da região é uma interferência de fora para dentro com o propósito de “matar” a cultura indígena, descaracterizando-a a partir da criação de outros chefes espirituais.

Ele falou que os religiosos disputam entre si quem exerce maior controle sobre os índios. “Há a demarcação, tendo de um lado os católicos e de outro os evangélicos”, disse em entrevista ao Portal Amazônia.

Francisco Loebens, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Regional Norte 1, negou que a Igreja Católica esteja querendo acabar com a liderança dos pajés. Argumentou que o Cimi respeita a diversidade e que tem atuado para fortalecer a cultura indígena. “ Destruir ou agredir [essa cultura] afronta o Evangelho”, disse.

O pastor José Soares, da Omeam (Ordem dos Missionários Evangélicos do Amazonas), afirmou que a denúncia “não tem fundamento”, porque há respeito pela “crendice” dos índios e pelo direito deles de manifestação religiosas.

O que ocorre, falou, é uma “conversa” sobre algumas práticas espiritualistas dos índios e o que diz a Bíblia. “Quando mostramos a palavra de Deus, alguns [índios] acabam por entender o Evangelho”, afirmou.

Com informação do Portal Amazônia.



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

IBOPE deve começar a ajustar os resultados manipulados


BEPE DAMASCO - Não sou daqueles que comemoram pesquisa favorável e execram as que não são boas. Mas, depois de tanto tempo acompanhando pesquisa eleitoral, penso que o "pulo do gato" dos institutos que servem aos interesses conservadores, como o Ibope e o Datafolha, é a tal margem de erro. Esticando para baixo e para cima a intenção de votos dos candidatos conforme seus interesses políticos, eles, ao mesmo em que se protegem de questionamentos quanto à eficiência de seus levantamentos, expõem suas preferências de forma subliminar. Às vezes, porém, a coisa escapa do controle e deixam passar flagrantes barbeiragens, como no caso da pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira, 16 de setembro de 2014.


Nela, o fato novo é o crescimento de quatro pontos percentuais do candidato do PSDB, Aécio Neves, que chegou a 19%. Como pesquisa se compara com pesquisa anterior do mesmo instituto, lembramos que o tucano marcou 15% na sondagem do Ibope publicada na semana passada. Mas, pasmem, sabe de onde o Ibope quer nos fazer crer que vieram a maioria dos votos responsáveis pela subida de Aécio ? Dos eleitores de Dilma. Isso mesmo.

Dos quatro pontos a mais que ele obteve, três saíram da queda da candidata do PT, que variou de 39% para 36%, e apenas um de Marina Silva - de 31% para 30%. É evidente que isso não tem cabimento e não se sustenta do ponto de vista político.

Além de várias pesquisas já terem detectado que o eleitor da Dilma é o mais fiel de todos, pois deseja continuidade e se mostra satisfeito com as mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 12 anos, é preciso rememorar os fatos que marcaram a campanha de semana passada para cá. Sim, porque estamos tratando de uma acirrada disputa política, e não de uma queda de braço mercadológica entre um bem de consumo e outro.

Tivemos o choro de Marina e sua vitimização amplamente reverberados pela mídia monopolista e a insistência de Aécio em mostrar as fragilidades e as inconsistências de Marina como alternativa oposicionista. Já a campanha de Dilma investiu mais nas realizações do seu governo, suavizando um pouco a acertada política de revelar quem de fato Marina representa e o risco de retrocesso que um eventual governo seu representaria para o povo brasileiro. Dois grandes eventos muito positivos para a campanha aconteceram no Rio de Janeiro : o ato que reuniu 10 mil pessoas com Lula em frente à Petrobras e o evento com artistas e intelectuais.

Sobre os ataques da oposição e da imprensa à Petrobras, o que se viu foi o mais do mesmo, embora Marina tenha baixado o nível acusando o PT de colocar um diretor "para roubar a Petrobras". Tudo isso somado, convenhamos, é muito pouco para justificar, ou explicar, a pequena  variação negativa de Dilma, de 3 pontos percentuais. E muito menos que o herdeiro desse contingente de eleitores seja justamente Aécio Neves, o candidato "faca nos dentes" de oposição ao governo. Não dá para entender. Está na cara que o Ibope usou o "estica e puxa" da margem de erro para poupar Marina e atingir Dilma.

Vamos supor que seja real o crescimento de Aécio. Sua campanha de fato bateu duro em Marina nos últimos dias, utilizando até com competência uma de suas inserções de TV para mostrar as ligações históricas de Marina com o PT. Mas não é preciso ser nenhum estrategista político para perceber que Aécio tirou votos da candidata do PSB, e não de Dilma. Escudado, porém, na margem de erro, o Ibope está livre de ser cobrado. O negócio é ir ajustando os resultados à realidade à medida em que se aproximam as eleições. Esse é o procedimento padrão dos nossos institutos de pesquisa.

O desenrolar da campanha nos próximos dias parece ser auspicioso para Dilma. Além de explorar na TV o encontro com os artistas e intelectuais, que sempre renderam frutos para o PT, e o ato da Petrobras, maior manifestação de rua da campanha no Rio até agora, Marina e seus assessores seguem fazendo dos seus discursos trunfos preciosos para a campanha da presidenta. Nesta terça-feira, um dos economistas que assessoram Marina disse que o regime de partilha do pré-sal tem de ser revisto, enquanto a candidata do PSB defendeu a "modernização" da CLT. Imagina o o que isso significa para a classe trabalhadora?

Fonte: Forum ZN

As 7 coisas que você precisa saber sobre o referendo na Escócia



Na Escócia, o referendo será realizado na quinta-feira 18 de setembro para decidir sua separação do Reino Unido. O declínio econômico dos cortes populacionais, do neoliberalismo e do bem-estar pioraram a crise e impulsionou argumentos nacionalistas.

Este 18 de setembro dos escoceses vão às urnas para exercer o seu direito de votar e decidir se tornar-se independente ou não do Reino Unido, onde tem sido anexado neste país por 307 anos.

A intenção da independência escocesa tem implicações importantes para nível econômico, político e social, resultando em várias questões que merecem ser explicadas.

1 Porque esse referendo?

O Partido Nacional Escocês (SNP) é o principal defensor da independência, no entanto, a iniciativa adicionou grandes seções de compartilhar o papel da iniciativa da população. O SNP ganhou uma maioria esmagadora em 2011 nas eleições parlamentares, e a partir desse chamado a guerra como uma campanha que compromete seu líder, Alex Salmond.

O referendo é resultado do enfraquecimento dos setores dominantes da sociedade britânica. A crise do capitalismo, o modelo neoliberal, cortes na Segurança Social (mais de 75 bilhões de euros) e à destruição do Estado social que pioraram a situação e os argumentos avançados de independência.

2 O que está em jogo?

As reservas de petróleo e gás são fundamentais nesta luta pela independência, o que tem grandes implicações econômicas.

No Mar do Norte campos petrolíferos são ótimos recursos que geram anuais estimados 40 bilhões de dólares por ano.
Os apoiantes da independência apontar para o modelo norueguês, que investe o boom do petróleo em um fundo de investimento soberano, que poderia se transformar Escócia em um estado rico, se alcançou a independência.

Enquanto isso, o governo conservador britânico argumenta que o Reino Unido tem sido uma união benéfica para todos os seus cidadãos, e no que diz respeito à exploração de petróleo tem sido possível graças ao esforço conjunto que será necessário no futuro, porque dificuldades operacionais.

5.-O que se você ganhar o "sim"?

Independência da Escócia seria um duro golpe para o Estado britânico e a sua posição geoestratégica, devido à perda de um grande território e dos recursos naturais.

O Governo escocês acredita que a independência é a chave para o sucesso econômico.

O Governo escocês acredita que a independência é a chave para o sucesso econômico. Alex Salmond disse que "a Escócia precisa de controle sobre os poderes económicos e fiscais para desbloquear o potencial, promover o crescimento e criar empregos sustentáveis, justamente recompensados."

Além disso, a Escócia teria o controle total do saldo mais eficaz de crescimento - como o imposto, bem-estar e regulação - o que permite o desenvolvimento de políticas para o crescimento económico sustentável e qualidade de vida para a população em geral.

Escócia e é um país rico, mas os benefícios de que a riqueza não é sentida pelas pessoas. Salmond disse: "Com a independência, nós podemos fazer o nosso país rico em uma sociedade próspera."

Para alguns analistas, a ruptura com o Reino Unido seria um fracasso. Entre eles está o economista Nobel Paul Krugman, que no New York Times alertou para os riscos causados pela separação.

"Eu tenho uma mensagem para os escoceses. Tenha medo, tenha muito medo. Os riscos de ir em seu próprio país são enormes. Pode pensar que a Escócia pode se tornar outra Canadá, mas é muito mais provável que acabe se tornando uma Espanha sem o sol ", disse ele.

Suas palavras são adicionadas ao risco real de que muitas empresas financeiras, mas também outras entidades optar por mover seus escritórios para o sul se, finalmente, ganha o "sim".

6.-Porque EUA e Cameron estão com medo de independência?

Para especialistas americanos, voto "sim" à independência refeerendo seria um erro econômico para a Escócia e um desastre geopolítico para o Ocidente.

A perda da Escócia iria enfraquecer a influência Reino Unido na União Europeia

Para os EUA as consequências económicas do processo de independência seria "surpreendentemente negativo".

"A desintegração do Reino Unido deveria estar em declínio a Grã-Bretanha e uma tragédia para o Ocidente, precisamente no momento em que a América precisa de aliados fortes", admitiu o ex-vice-secretário de Estado e ex-presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick Bruce .

Outro motivo de preocupação para os decisores políticos americanos é a cooperação militar. Como disse o senador republicano John McCain com o Financial Times, as ligações a independência escocesa damnificaría inteligência militar e as relações únicas que Washington mantém com Londres, seu aliado militar mais importante.