sábado, 29 de junho de 2013

Por que os médicos cubanos assustam.


Por que os médicos cubanos assustam. Elite corporativista teme que mudança do foco no atendimento abale o nosso sistema mercantil de saúde

A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.

Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.

A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.

Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste
Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.

E isso não acontece por acaso. O próprio modelo de formação de profissionais de saúde, com quase 58% de escolas privadas, é voltado para um tipo de atendimento vinculado à indústria de equipamentos de alta tecnologia, aos laboratórios e às vantagens do regime híbrido, em que é possível conciliar plantões de 24 horas no sistema público com seus consultórios e clínicas particulares, alimentados pelos planos de saúde.


Mesmo com consultas e procedimentos pagos segundo a tabela da AMB, o volume de clientes é programado para que possam atender no mínimo dez por turnos de cinco horas. O sistema é tão direcionado que na maioria das especialidades o segurado pode ter de esperar mais de dois meses por uma consulta.

Além disso, dependendo da especialidade e do caráter de cada médico, é possível auferir faturamentos paralelos em comissões pelo direcionamento dos exames pedidos como rotinas em cada consulta.

Sem compromisso em retribuir os cursos públicos

Há no Brasil uma grande “injustiça orçamentária”: a formação de médicos nas faculdades públicas, que custa muito dinheiro a todos os brasileiros, não presume nenhuma retribuição social, pelo menos enquanto não se aprova o projeto do senador Cristóvam Buarque, que obriga os médicos recém-formados que tiveram seus cursos custeados com recursos públicos a exercerem a profissão, por dois anos, em municípios com menos de 30 mil habitantes ou em comunidades carentes de regiões metropolitanas.

Cruzando informações, podemos chegar a um custo de R$ 792.000,00 reais para o curso de um aluno de faculdades públicas de Medicina, sem incluir a residência. E se considerarmos o perfil de quem consegue passar em vestibulares que chegam a ter 185 candidatos por vaga (UNESP), vamos nos deparar com estudantes de classe média alta, isso onde não há cotas sociais.

Um levantamento do Ministério da Educação detectou que na medicina os estudantes que vieram de escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo Estado. Na odontologia, eles são 80%.

Em faculdades públicas ou privadas, os quase 13 mil médicos formados anualmente no Brasil não estão nem preparados, nem motivados para atender às populações dos grotões. E não estão por que não se habituaram à rotina da medicina preventiva e não aprenderam como atender sem as parafernálias tecnológicas de que se tornaram dependentes.

Concentrados no Sudeste, Sul e grandes cidades

Números oficiais do próprio CFM indicam que 70% dos médicos brasileiros concentram-se nas regiões Sudeste e Sul do país. E em geral trabalham nas grandes cidades. Boa parte da clientela dos hospitais municipais do Rio de Janeiro, por exemplo, é formada por pacientes de municípios do interior.

Segundo pesquisa encomendada pelo Conselho, se a média nacional é de 1,95 médicos para cada mil habitantes, no Distrito Federal esse número chega a 4,02 médicos por mil habitantes, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (3,57), São Paulo (2,58) e Rio Grande do Sul (2,31). No extremo oposto, porém, estados como Amapá, Pará e Maranhão registram menos de um médico para mil habitantes.

A pesquisa “Demografia Médica no Brasil” revela que há uma forte tendência de o médico fixar moradia na cidade onde fez graduação ou residência. As que abrigam escolas médicas também concentram maior número de serviços de saúde, públicos ou privados, o que significa mais oportunidade de trabalho. Isso explica, em parte, a concentração de médicos em capitais com mais faculdades de medicina. A cidade de São Paulo, por exemplo, contava, em 2011, com oito escolas médicas, 876 vagas – uma vaga para cada 12.836 habitantes – e uma taxa de 4,33 médicos por mil habitantes na capital.

Mesmo nas áreas de concentração de profissionais, no setor público, o paciente dispõe de quatro vezes menos médicos que no privado. Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, o número de usuários de planos de saúde hoje no Brasil é de 46.634.678 e o de postos de trabalho em estabelecimentos privados e consultórios particulares, 354.536. Já o número de habitantes que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) é de 144.098.016 pessoas, e o de postos ocupados por médicos nos estabelecimentos públicos, 281.481.

A falta de atendimento de saúde nos grotões é uma dos fatores de migração. Muitos camponeses preferem ir morar em condições mais precárias nas cidades, pois sabem que, bem ou mal, poderão recorrer a um atendimento em casos de emergência.

A solução dos médicos cubanos é mais transcendental pelas características do seu atendimento, que mudam o seu foco no sentido de evitar o aparecimento da doença. Na Venezuela, os Centros de Diagnósticos Integrais espalhados nas periferias e grotões, que contam com 20 mil médicos cubanos, são responsáveis por uma melhoria radical nos seus índices de saúde.


Cuba é reconhecida por seus êxitos na medicina e na biotecnologia

Em sua nota ameaçadora, o CFM afirma claramente que confiar populações periféricas aos cuidados de médicos cubanos é submetê-las a profissionais não qualificados. E esbanja hipocrisia na defesa dos direitos daquelas pessoas.

Não é isso que consta dos números da Organização Mundial de Saúde. Cuba, país submetido a um asfixiante bloqueio econômico, mostra que nesse quesito é um exemplo para o mundo e tem resultados melhores do que os do Brasil.

Graças à sua medicina preventiva, a ilha do Caribe tem a taxa de mortalidade infantil mais baixa da América e do Terceiro Mundo – 4,9 por mil (contra 60 por mil em 1959, quando do triunfo da revolução) – inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Da mesma forma, a expectativa de vida dos cubanos – 78,8 anos (contra 60 anos em 1959) – é comparável a das nações mais desenvolvidas.

Com um médico para cada 148 habitantes (78.622 no total) distribuído por todos os seus rincões que registram 100% de cobertura, Cuba é, segundo a Organização Mundial de Saúde, a nação melhor dotada do mundo neste setor.

Segundo a New England Journal of Medicine, “o sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”.

O Brasil forma 13 mil médicos por ano em 200 faculdades: 116 privadas, 48 federais, 29 estaduais e 7 municipais. De 2000 a 2013, foram criadas 94 escolas médicas: 26 públicas e 68 particulares.

Formando médicos de 69 países

Em 2012, Cuba, com cerca de 13 milhões de habitantes, formou em suas 25 faculdades, inclusive uma voltada para estrangeiros, mais de 11 mil novos médicos: 5.315 cubanos e 5.694 de 69 países da América Latina, África, Ásia e inclusive dos Estados Unidos.

Atualmente, 24 mil estudantes de 116 países da América Latina, África, Ásia, Oceania e Estados Unidos (500 por turma) cursam uma faculdade de medicina gratuita em Cuba.

Entre a primeira turma de 2005 e 2010, 8.594 jovens doutores saíram da Escola Latino-Americana de Medicina. As formaturas de 2011 e 2012 foram excepcionais com cerca de oito mil graduados. No total, cerca de 15 mil médicos se formaram na Elam em 25 especialidades distintas.

Isso se reflete nos avanços em vários tipos de tratamento, inclusive em altos desafios, como vacinas para câncer do pulmão, hepatite B, cura do mal de Parkinson e da dengue. Hoje, a indústria biotecnológica cubana tem registradas 1.200 patentes e comercializa produtos farmacêuticos e vacinas em mais de 50 países.

Presença de médicos cubanos no exterior

Desde 1963, com o envio da primeira missão médica humanitária à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres no planeta. Nenhuma outra nação do mundo, nem mesmo as mais desenvolvidas, teceu semelhante rede de cooperação humanitária internacional. Desde o seu lançamento, cerca de 132 mil médicos e outros profissionais da saúde trabalharam voluntariamente em 102 países.

No total, os médicos cubanos trataram de 85 milhões de pessoas e salvaram 615 mil vidas. Atualmente, 31 mil colaboradores médicos oferecem seus serviços em 69 nações do Terceiro Mundo.


No âmbito da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América), Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha humanitária continental com o nome de Operação Milagre, que consiste em operar gratuitamente latino-americanos pobres, vítimas de cataratas e outras doenças oftalmológicas, que não tenham possibilidade de pagar por uma operação que custa entre cinco e dez mil dólares. Esta missão humanitária se disseminou por outras regiões (África e Ásia). A Operação Milagre dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Central e do Caribe. Em 2011, mais de dois milhões de pessoas de 35 países recuperaram a plena visão.



Por: Vania Grossi.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

LULA CONVOCA MOVIMENTOS SOCIAIS PARA IR ÀS RUAS


É a política, estúpido



Por Roberto Amaral, na revistaCartaCapital:

Certamente, o melhor caminho para esse artigo será começar com uma comemoração: viva o fim da pasmaceira, viva a redescoberta da política, amaldiçoada pela grande imprensa, condenada pela direita e ignorada por uma esquerda que renunciou à luta ideológica. Os jovens romperam com a esquizofrenia dos dois mundos contemporâneos, o falso mundo da alienação diante dos problemas sociais, e o mundo real da crise social – o mundinho do político fazendo politicazinha, aprovando emendinhas, verbinhas para pontezinhas, e o mundo real da tragédia urbana. Enquanto o País fervia nas ruas, a Câmara Federal discutia a matança de cachorros no interior do Pará, e o seu presidente, em doce vilegiatura em Moscou, se divertia enviando fotos do Kremlin. Foi o melhor uso que encontrou para o Twitter.

Mas o gigante despertou e decidiu da melhor maneira que se conhece na democracia: pela voz das ruas.

Afora os adivinhadores de fatos já ocorridos, os observadores da cena política se mostraram surpreendidos tanto pela irrupção estudantil quanto por suas consequências. Um movimento de classe média (segundo o IBOPE-TV Globo, 75% dos manifestantes em São Paulo eram estudantes, 70% deles universitários, 43% tinham menos de 24 anos, 49% tinham renda familiar superior a cinco salários mínimos) despolitizado, que agia sem atender ao chamamento de organizações políticas, antes as rejeitando (96% dos manifestantes não são filiados a qualquer partido, 83% não se sentem representados por qualquer líder político, 89% não se sentem representados por qualquer partido político), bradando contra um aumento de 20 centavos nas passagens de ônibus na cidade de São Paulo, terminou, com a inefável colaboração da truculência da polícia paulista, em protestos que se espalharam como rastilho de pólvora por todo o País – chegando, no Rio de Janeiro, a mobilizar uma multidão de algo como 200 mil manifestantes que percorreu as quarto pistas da avenida Presidente Vargas, da Candelária até à Cidade Nova, onde fica a Prefeitura. Nada menos que 3,5 quilômetros de pessoas em movimento.

O fato político notável já se caracterizara, fosse pela espontaneidade (a ausência de partidos, sindicatos e outras organizações financiando e mobilizando a movimentação das massas), fosse pelas multidões que acorreram às ruas. Reivindicações difusas, expressas em inumeráveis cartazes de cartolina escritos à mão, forte e saudável participação de jovens a indicar que felizmente deixavam de pensar apenas no próprio umbigo, e ausência de lideranças ostensivas (não havia discursos) foram as principais características de todas as manifestações. Não almejavam o poder, nem tinham um inimigo claro a combater. O que os unia era o desejo de um Brasil melhor. Já não se pode chamar essa juventude de alienada, como antes.

A repressão paulista teve o dom de trazer para o campo das ações a questão democrática, não só o direito de manifestação da cidadania, que os governos de São Paulo e Rio de Janeiro tentaram impedir, mas a obrigação do Estado de assegurá-lo, respeitando os direitos civis. Em menos de uma semana, enquanto partidos e sindicatos burocratizados permaneciam atônitos e silentes, os jovens desorganizados realizaram a proeza de trazer a política de volta e pautar a política do país. Refiro-me ao encontro dos estudantes com a presidente Dilma e desta com governadores e prefeitos, concertando uma pauta de reivindicações nacionais.

E aqui atrevo-me a assinalar o que me ocorre como o fato mais significativo: a inversão da política. A mão única, do Estado (como tal leia-se também Congresso e tudo o mais), deliberando à revelia do povo, mesmo quando o fazia em seu benefício, como as conquistas sociais outorgadas pela ditadura do Estado Novo. A tradição da via prussiana sofre seu primeiro grande abalo. Pela primeira vez desde 1964 – quando as baionetas calaram as ruas – são as ruas que indicam para seu governo (no seu sentido mais lato) as conquistas que desejam e exigem.

Na verdade, o levante contra o aumento das tarifas de ônibus foi a gota d’água de um copo que os partidos de esquerda, e a grande sociedade, não sabiam que estava por transbordar. Os jovens, que primeiro chegaram às ruas reclamando da política (mas, na verdade, pretendendo condenar os políticos e os partidos), condenavam, sem disso terem consciência, a ausência da política simbolizada na absoluta ausência de debates, na absoluta ausência de diálogo ideológico, na inoperância de um Congresso sem representatividade e de uma Justiça cara e lenta, letárgica e injusta quando se trata de julgar os pleitos dos pobres. E de uma onda de chefes de executivos, do Planalto para baixo, optando pela gestão pela gestão como forma de fazer política, quando Lula (e antes dele Juscelino) nos haviam ensinado que é pela política que se faz a boa gestão, porque gerir é fazer opção.

Os jovens se manifestavam contra um sistema político que renuncia à política para privilegiar a artimanha, e por isso põe no mesmo palanque Lula e Maluf. Um sistema no qual o líder da campanha contra os ‘mensaleiros’ (capa da revistona) é um senador sócio de um traficante; e sonegar impostos, como faz a elite econômica, não é crime, mas esperteza.

Em nome da governabilidade, o governo se assenta em uma bancada que vai do seu PT ao PP e assim se impede promover as reformas que deve ao País. Passa, assim, a ter a forma do PMDB, ou seja, forma nenhuma. Falando às pedras do deserto, o governador Eduardo Campos, justiça lhe seja feita, vem advertindo que a coalizão governamental de hoje não tem mais correspondência com o Brasil real. Este que grita nas ruas.

A política não é a ‘arte’ da só negociação, da transação, da unanimidade, nem do consenso, inimigos da revolução e das reformas. A política exige lado. A pasmaceira mentirosa, o centrismo amorfo, foram desmoralizados pelos jovens nas ruas, mostrando que a República que começamos a construir em 1988 está velha, envilecida, superada, com suas artes e suas manhas, seus chefes e chefetes, seus patronos e seus áulicos, os rentistas da avenida Paulista e o sindicalismo de resultados. Os partidos de direita, falsos até em não se reconhecerem como tal, e os partidos do campo da esquerda repetindo o Príncipe de Lampedusa: é preciso que tudo mude para que tudo fique como está.

Eis a tragédia: em nome da continuidade eleitoral, deixamos de ser instrumentos da mudança, o projeto que nos justifica. Em nome do pragmatismo, abandonamos a política, abandonamos nossas teses, abandonamos nossos programas, nossas diferenças... até a construção da geleia atual, cujo objetivo é deixar como está para ver como fica. Partidos e políticos de esquerda e de direita, estadistas e anões, chafurdando no mesmo lodaçal, passamos a ser a mesma coisa para o povo, pois, à noite, todos os gatos são pardos.

O povo que saiu às ruas, a classe média que se supunha morta (de início, predominantemente estudantes universitários do Mackenzie e da USP), para protestar contra um irrelevante 20 centavos de aumento no preço dos transportes, terminou, em dias, realizando a obra renunciada pelos partidos: inserir na pauta política as reformas pelas quais o País clama desde os tempos das ‘reformas de base’ do governo Goulart: uma reforma política que avance da falsidade representativa de hoje para a participação direta da cidadania, como há tantos anos reclamam constitucionalistas como Paulo Bonavides; uma reforma que assegure um sistema de representação mais verdadeiro, uma relação mais genuína e fluente entre eleitos e eleitores, governantes e governados; a reforma tributária e sua carga regressiva que os interesses fiscais dos Estados sabotam, punindo o consumidor; a reforma do Judiciário monárquico e seletivamente lerdo, porque classista; e a democratização dos poderosos meios de comunicação, sem o que falar em democracia será pura hipocrisia, porque não há democracia onde há monopólio da informação.

O povo, na ruas, fortaleceu a democracia. E nenhum objetivo seria aceitável se o pressuposto não fosse esse. Estamos longe daqueles idos nos quais os proletários nada tinham a perder, ‘senão os grilhões que os prendiam’. O Brasil tem a perder a conquista de caro, caríssimo processo de construção democrática e nacional que sem dúvida alguma é ainda insatisfatório, mas foi duramente conquistado e tem muitas posições avançadas a defender.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Agência dos EUA financia campanha midiática contra Cuba





Ações estão orientadas a desestabilizar o governo e justificar ações ante a opinião pública
Escrito por: Prensa Latina


A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) financia campanhas midiáticas contra Cuba orientadas a desestabilizar o governo e justificar ações ante a opinião pública, denunciou Gabriel Fuentes, analista internacional equatoriano.

Fuentes informou que os EUA usaram os meios de comunicação desde o início da Revolução Cubana para difundir e apresentar ao mundo um suposto fracasso do governo da ilha e uma suposta violação permanente dos direitos humanos.

Em uma reportagem televisiva transmitida pelo canal CNPlus, o cientista político Carlos Estella também disse que o bloqueio econômico como o existente contra Cuba é fatal para qualquer país.

O analista descreveu a política de Washington contra Cuba como intervencionismo, enquanto recordou que “um dos princípios do direito internacional é a não-intervenção”.

Fuentes disse também que as campanhas midiáticas serviram de instrumentos para justificar ante a opinião pública as intervenções militares e de pressão política e econômica, com fins geopolíticos e intervencionistas dos EUA.

Para isso, ressalta, a Usaid foi o organismo gestor da violação ao direito internacional. De acordo com a reportagem do CNPlus, entre 1999 e 2007, a Usaid destinou cerca de 2,3 milhões de dólares para forjar campanhas caluniosas contra Cuba e na formação de jornalistas dentro da ilha.

Já entre 2001 e 2008, destinou 197,27 milhões de dólares para programas destinados a desestabilizar o sistema político em Cuba, ressalta.

A campanha é contínua, disse Fuentes, pois em 2010 as organizações anti-cubanas nos Estados Unidos dispunham de um orçamento de mais de 20 milhões de dólares para financiar grupos hostis ao sistema político cubano de dentro e fora da ilha, para promover o que chama de “agenda para a democratização”.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

PCdoB :A voz do povo deve ser atentamente escutada e respondida

Renato: A voz do povo deve ser atentamente escutada e respondida



Portal Vermelho

As manifestações juvenis e populares que se ampliam e se estendem por todo país têm um motivo - uma causa social. Para o PCdoB a questão democrática se entrelaça com a questão social. Por isso, para o avanço democrático é precioso e auspicioso conhecer através de largas manifestações - por serem mais autênticas - o que clama e atormenta parcelas significativas do nosso povo. 

Por Renato Rabelo*


Muitas vezes são razões maiores que se acumulam, vindo à tona através de reivindicação aparentemente simples. A luta contra os preços das tarifas dos transportes urbanos e o descontentamento contra os elevados investimentos na construção dos estádios de futebol são
manifestações agudas e de um grande estresse vivido pela maior parcela da população dos grandes centros urbanos no Brasil.

As cidades em nosso país cresceram rapidamente, sem conseguir contar em tempo com estruturas adequadas para responder a essa galopante transformação, provocando assim uma concentração de graves problemas sociais - tornando-as inóspitas para seus habitantes - sobretudo para os que vivem nas suas periferias. O estalar desses acontecimentos que se espraia pelo país afora tem o sentido de uma alerta, de um extravasamento das reais condições da vida nas cidades, sendo um dos grandes problemas, na sequencia de muitos, que ocupam agora a ordem do dia e devem ter prioridade e serem enfrentados.

Defendemos que os governos realmente democráticos e comprometidos em garantir o avanço social - os governos em que estamos à frente, ou dele participamos - têm o dever de buscar saídas para começar a resolver os graves problemas urbanos. Uma solução de fundo que se impõe, defendida pelo Programa do PCdoB, é a concretização de uma Reforma Urbana, que possa estabelecer um plano integrado para o desenvolvimento, renovação e humanização das cidades. É uma exigência que se avoluma.

De imediato, medidas para enfrentar o urgente problema habitacional - que tem forte impacto nos centros urbanos - já foram deflagrados pela presidenta Dilma Rousseff por meio do programa de grande dimensão,Minha Casa Minha Vida, que vem cumprindo significativo papel no financiamento de moradias populares. Também através do PAC 2 são muitos os projetos em andamento para solucionar impasses estruturais de mobilidade urbana em grandes centros nas capitais. Mas vai se impondo como uma questão candente a resposta para a edificação de um sistema e o financiamento dos transportes de massa, de qualidade nos centros urbanos, que permita a locomoção dos seus habitantes sem necessitar do uso constante do automóvel.

O PCdoB se empenhará - por meio da sua influencia no movimento social e da sua participação e relação com os governos democráticos - na busca emergencial de medidas que encontrem já soluções para reduzir os preços das tarifas dos transportes urbanos e para maior eficácia das redes de transporte coletivo. Neste momento é necessário um esforço conjugado que reúna os governos Federal, estadual e municipal no caminho de encontrar uma saída de como responder a esses sentidos anseios.

*Renato Rabelo é presidente nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=216483&id_secao=1

segunda-feira, 17 de junho de 2013

F L O R E S!!!!! A arma mais letal do Planeta Terra!

A maravilhosa manifestação "pacífica"




Para necessariamente contra a Polícia.


Uniforme representa Ordem e Respeito, e eu fui educado a
respeitar.
Eu corrigi minha irmã dias atrás quando ela me disse "a gente deve
respeitar quem exige respeito" para "a gente respeita quem demonstra respeito". Mal sabia eu que a vida esfregaria na minha cara a dura realidade daquilo que eu acabara de verbalizar.
Era uma bela Quinta-feira, e eu tinha de trabalhar, mas a linha que pego pra trabalhar estava parada. Poderia eu pegar 3 ou 4 ônibus a fim de ir para o trabalho? Sim, mas como eu trabalho em diferentes partes daquela linha, eu dependeria não mais dos 15min de trem, mas dos 45min de ônibus, luxo que eu não possuía. Tive de cancelar meus trabalhos do dia. O que me restou? Ficar em casa escrevendo, lendo e estudando.
Fui chamado para essa tal de "Manifestação Pacífica" que teria início em frente ao Teatro Dom Pedro, mas eu me recusei a ir. Por que? Oras, preciso explicar? Manifestantes anarquistas bocós invadindo espaços privados só para mostrar que são pobres e não tem emprego? Não, obrigado pelo convite.
Fiquei em casa. Cocei. Dormi. Acordei e comi. Liguei o Face e li algumas manchetes sobre o que REALMENTE aconteceu na Manifestação dos dias anteriores. Pensei. A cachola começou a processar informações. Descansei o cérebro em banho-maria de informações de fontes não tão confiáveis.
Li mais. Absorvi mais. Fiquei curioso, e foi aí que tudo começou.
Acabei despertando uma curiosidade de descobrir por mim mesmo o que REALMENTE era essa tal Manifestação. Eu ainda achava que o povão ía todo se reunir xingando partidos (odeio Partidos, eu gosto é de Solução com gente inteligente tomando as rédeas que sempre façam o melhor por aqueles que os colocaram no comando), apedrejariam bonecos enormes, íam ficar berrando no
meu ouvido sobre "VOSSÊ TEIN QUE LUTÁ PELUS ÇEUS DIREITU!!!".
Sério, eu sou um cara banhado em dinheiro desde que nasci, então a minha percepção era uma bem particular (que viria a se dissolver muito em breve).
Fui. Acabei chegando às 17h40. A Polícia havia pedido para todos os Manifestantes saírem de dentro do Metrô Anhangabaú, e assim eles fizeram.
Alguns passinhos pra trás e simples. Lá nos encontramos e de lá fomos para o Teatro. Andamos, vimos policiais de colete amarelo encostados nas paredes hiper de boa lá com a gente, fiquei impressionado com a quantidade de gente em volta dos policiais, e nenhum policial/manifestante machucado.
Achei linda aquela percepção e pensei: "Nossa, eu sempre via pancadaria quando essa água e esse óleo se juntavam, que coisa!". Continuei andando em direção à concentração. Cheguei lá em menos de 20min. 18h00 eu já estava lá e o pessoal estava todo unido, sorridente, feliz por estar ali. E eu lá, perdidão com medo de alguém me roubar o iPhone.
Estranhei por ninguém ter trombado em mim pra me assaltar, e todos aqueles que trombaram em mim, olharam de volta e disseram: "desculpa, cara". Eu não escuto isso nem dentro das empresas onde vou todo arrumadinho!!!! Fiquei abismado, em
choque com tamanho respeito.
A concentração começou a tomar proporções que eu não imaginava. Pensei com meus botões "uns 80 sem-ter-o-que-fazer estarão lá brigando pelo Direito do Brasil. HAHAHAHAHA retardados e sem noção, eu devia era tá em casa assistindo seriado que eu ganharia muito mais, tem até bolo em casa", mas
não éramos em apenas 80, não éramos apenas em 800, e não éramos apenas 8.000. A contagem foi estimada por baixo em 10.000 (números redondos ajudam a galerinha a lembrar bem). DEZ MIL pessoas lutando pelo Direito dos outros.
Eu engoli seco o meu preconceito.
Começamos a andar, a passeata estava linda, bem organizada, as pessoas desviavam o senhor e o carro dele de recolher lixo das ruas. Um moço até levantou uma placa de "Vendo Ouro ou Prata" para conseguir alguma coisa daquela concentração tão gostosa e animada. Pessoas saíam de seus apartamentos para danças nas janelas, e não para xingar. O ritmo era tão gostoso que cativava a todos que nos ouviam. Eu fiquei pasmo com tamanho respeito por todos os lados. Eu comecei a entender melhor a ideia da Manifestação.
Caminhávamos BEEEEEEM devagar, sem atropelar ninguém, sem entrar por ruas já não previamente bloqueadas pela Polícia de Trânsito. Sério, era lindo ver TANTA gente caminhando por onde já havia sido previamente combinado por onde andaríamos. Tudo dentro da Lei, tudo respeitoso e harmonioso.
Fantástico, seria o que eu diria para descrever tal evento grandioso.
Andamos e andamos, pessoas dançavam nas janelas, pais colocavam seus filhos em cima de seus ombros, familiares se abraçavam, casais se beijavam, a galera bem educada, se portando de forma apreciada por qualquer ser humano.
Parávamos - para que a Manifestação não se esticasse muito entre cabeça e cauda - e continuávamos quando a concentração realmente se concentrava.
Filmei tudo. Queria eu ter tudo aquilo registrado porque eu AINDA não acreditava que tanta gente desconhecida se respeitaria ali por um ato nacional. Eu tinha ainda 3 pés atrás quanto à educação dos manifestantes (eu esperava ver a máscara dos manifestantes cair para ver que eles realmente eram vândalos, agressores e mal-intencionados, mas tava difícil já porque eu estava esperando por longos 70min já e nenhuma máscara dentre os 10.000 caía, ninguém xingava, ninguém cuspia, quem trombava pedia desculpa e dava abraço até, tava bem complicado achar um errante ali, mas
não perdi a fé de que alguém apareceria, que máscaras cairiam).
Chegamos na Praça da República querendo subir a Rua da Consolação. E foi ali que as Máscaras caíram.
Paramos, concentramos, nos unimos e por ali ficamos gritando: "Oooooooo, o povo acordou!!!! Ooooooooo, o povo acordou!!!!" Muitas pessoas tiravam fotos, mas ninguém se mexia, não dava. A Polícia lá longe (eu diria uns.... 100 metros? Mais? Não sou bom de cálculo quando se passa de 50 metros) estava fazendo uma barricada enorme na Rua da Consolação para que nós não
subíssemos.
Ué? Não era por ali que íriamos subi...... POFT! Alguém começa a correr desesperado pela direita traseira empurrando todo mundo.
Eu logo pensei "BADERNA! Achei!", e logo vejo o que realmente está acontecendo. A Tropa de Choque avançou nas pessoas que seguravam as flores!


F L O R E S!!!!! A arma mais letal do Planeta Terra! A Tropa de Choque avançou com Escudos e Cacetetes por trás da gente, encurralando a Manifestação Pacífica na Praça.


Pensei comigo:
"é AGORA que a gente revida com pedras e paus, quer ver?"
O que aconteceu? O povo se uniu, pegou quem tava caído no chão e começou num coro lindo "SEM VIOLÊNCIA! SEM VIOLÊNCIA!". Sério, se eu tinha alguma vergonha na cara, ela entrou pelos meus ouvidos, por minhas narinas e se escondeu, junto com o meu preconceito e ausência de informação. Eu estava no meio da Manifestação esperando ver a Manifestação se tornar Vândala, e o
que eu recebo como recompensa? Amor, pedidos de compreensão, tentativa de conversar com a Tropa de Choque.FFoi ali que a MINHA máscara caiu, que os meus olhos abriram, que a minha Realidade se tornou uma só com a dos Manifestantes. Eu era um Boyzinho, um  coxinha, um Topzinho esperando ver os manifestantes virarem agressores, mas em troca eu encontrei pessoas humanas dispostas a se sacrificarem por um
bem maior. Não consigo muito explicar em palavras o que eu senti, apenas consigo dizer que tudo aquilo que me foi pintado pela Mídia da TV havia perdido sua tinta.
Conversando com o pessoal sobre o que fazer, eles disseram: "Unidos, galera! Unidos!". Nos unimos, e continuamos "ô motorista, ô cobrador, será que seu salário aumentou?" Palavras pesadas, não? Merecidas de uma boas...


BOOOM!!!! BOOOOOM!!!!! BOOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!!!!!


Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas no meio da gente, na nossa
frente, atrás da gente! PRA QUÊ???????? Não tinha uma rota que seguiríamos
para depois irmos embora? Não é assim com a Marcha de Jesus? Marcha das Vadias? Parada Gay? Marcha dos Ciclistas? Por quê com a gente tinha bomba?
Cadê o roteiro, gente?????? Pra que isso?????
Eu não passei vinagre em lugar algum. Eu fui com a cara ao tapa e disse "Não, se é pra cheirar essa merda, eu vou cheirar, que venha a Realidade".
Senti o cheiro, chorei pra caralho, meu nariz escorreu feito uma cachoeira, minha boca secou, a ânsia de vômito bateu e eu quis morrer ali de tanto amargo no fundo da boca. Entendi como funcionava aquele produto químico, daí sim, fiz o que podia fazer. Destapei o nariz, esfreguei as lágrimas, dei meus pulos e o efeito passou. Não vomitei, não passei mal, nada me aconteceu. Olhei em volta e....


Gente passando mal
Gente caída no chão
Gente sem poder abrir os olhos
Gente desnorteada
Gente vomitando


Precisava???????????????EEu fui ajudar uma menina que estava caída no chão (já que eu tinha me perdido do meu grupo). BOOOOOM!!!!!! A menina que estava de pé na minha frente caiu dura. A testa dela sangrando loucamente enquanto ela se esperneava no chão. Só pude concluir que acertou uma parte bem irrigada do rosto dela, mas eu não pude ajudá-la porque meus conhecimentos médicos são limitados, então fui ajudar quem dava. Peguei a menina do chão, tonteada e perdida, limpei as narinas dela e limpei os olhos dela. Ela levantou
perdida, agradeceu e foi ajudar mais alguém. O meu queixo "caiu" ali ao ver aquela ação. Eu pensei que a menina ia correr pra longe, mas não, ela ficou e lutou.
Eu encontrei o meu grupo de volta e os ajudei como pude. A manifestação fez o quê? Pegou pedras? Pegou pau? Desenvolveu super-poderes que poderiam ameaçar a vida daqueles policiais bem protegidos e armados? Não.
A gente se uniu novamente e berrou aos quatro ventos:
"CHEGA DE VIOLÊNCIA!!!! SEM VIOLÊNCIA!!!"


A Tropa de Choque chegou com reforço, e foi aí que tudo se perdeu. Uma bomba caiu no meu pé, e em frações de segundos a minha vida passou na frente dos meus olhos enquanto eu só via aquela coisinha estranha soltando gás pra cima de mim. Respirei fundo, protegi os olhos e puxei as pessoas pra longe da bomba enquanto eu tentava chutá-la pra longe.


BOOOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!! BOOOOM!!!!!


Mais e mais bombas foram lançadas em cima da gente, e mais e mais pessoas se separavam do grupo, não tinha como se manter unido ali. A Manifestação se fragmentou.
Eu desci para a Avenida (era a 23 de Maio ali? Não me lembro, tinha muita fumaça no meu cérebro), onde fiquei com a pior parte da Manifestação: os "Vândalos". Foi ali que eu aprendi a defender a Realidade, e não os fatos impostos garganta abaixo.
A Polícia vinha de carro atirando borracha na gente, bem estilo joguinho de tiro, sabe? Você vê uma coisa se mexendo, você atira. Simples assim. O que o pessoal pensou em fazer? Debilitar a Polícia de seus carros. Fizeram barreiras nos chãos para que a Polícia não passasse mais brincando de tiro-ao-alvo na gente, e barricadas foram feitas.
Concordo com as barricadas? Não. Concordo com brincarem de atirar na gente por diversão? Menos ainda. Fica ao seu critério achar se deveríamos ou não ter feito as barricadas.
A Polícia ficou a pé, igual a gente. A moça do meu lado estava ali de boa quando tomou um treco na cabeça. O cara com ela (possível namorado) assustou e berrou: "EU NÃO TÔ NA BRIGA, MERDA!!!!" A Polícia não liga muito porque nessa hora é muita ameaça que representamos, sabe? 1 camiseta, 1 cueca, 1 calça, 1 par de tênis podem ferir mortalmente um policial protentemente armado e protegido. Cuidado.
Por vezes e vezes pensei: "quero ir embora, a polícia tá metendo bala em tudo quanto é gente, tá passando por cima de latões, por cima de lixo, por cima de tudo, e depois vão falar que fomos nós!!!!! Eu quero ficar vivo pra poder viver o dia de amanhã, mas..... mas.... por que eu não vou? Por que eu fico e luto? Por quê????" Eu não entendia ainda muito bem o porquê da minha vontade de ficar e defender um ideal. Era difícil, pra mim, acordar em tão pouco
tempo, sabe?
Subi a Rua da Consolação ao lado da Cavalaria Policial depois que fomos dispersados. Pensei "acabou". Subi e lá encontrei os repórteres gravando o que o pessoal - indignado - dizia para a TV. Pensei "estou seguro, ninguém jamais faria qualqu....."


BOOOM!!!!!!!!!


Câmera cai. Bomba no meio do povo. Dispersão. Medo. Liberdade de expressão  ::: zero.
Meu mundo caiu ali. Fiquei sem palavras. A Polícia atirou bomba em pessoas que não tinham nenhuma arma que não a voz. Seria o poder do povo tão forte assim???
Subindo a Consolação, um milagre. A Manifestação se reencontrou! Estávamos em 2, depois em 100, depois em 1.000! O restinho da Manifestação que ainda lutava por Direitos estava ali!!!! UFA!!!!!! Ninguém desistiu tanto assim!
Nos unimos e berramos "Oooooo, o povo acordou!!!" várias vezes, meio entristecidos, mas contentes de termos encontrado outros guerreiros pelos Direitos alheios.
Se tinha uma coisa que aquelas bombas tinham feito era ter me instaurado um medo interno gigantesco, mas.... um presente apareceu depois de alguns metros. Um eco vinha de uma rua estreita, pequena... Não dava pra entender muito bem, mas era muito barulho. Pensei "POLICIA, CORRE, GENTE!!!".


Não era a Polícia.


Eram os outros 4.000 que havíamos perdido lá atrás na República! Do nada, da minha direita, vem descendo mais uns 3.000!!!! O grupo INTEIRO estava todo reunido!!!! A sensação de libertação do medo passou num instante assim que eu me dei conta de uma única coisa:
"Eles podem machucar o meu corpo, mas não posso permitir que machuquem o meu espírito. Jamais!"


  • E foi ali que eu nasci de novo. Nasci para o mundo, nasci para a Vida.Claro que aquilo estava longe de acabar pois a Tropa de


  • "SEM VIOLÊNCIA!!!".


Não sei quantas bombas foram, sério. A menina que estava a 25 passos à minha frente tomou uma bomba nos peitos. Deduzi que era quente porque ela berrava de dor enquanto aquela granadinha soltava alguma coisa que parecia ser uma massa densa de calor, vapor, queimando a pele dela, a roupa, e ela ficava desesperada aos segundos.
Válido? Pense você, mas só você, sem o auxílio da TV.
Eu continuarei lutando até que mais e mais pessoas acordem. Espero que você não me xingue, pois eu não xingo você. Eu te entendo se você está com medo, eu também estava. Você acordará no seu tempo. Ou no seu tempo...



Victor Samuel Bueno Rosa - viciado em trabalhar com idiomas, comer comida vegana, estudar de tudo um pouco a fim de ajudar ao próximo, ouvir e aconselhar, além de assistir muitos desenhos. (onde está a minha arma aí?)

terça-feira, 11 de junho de 2013

CHE GUEVARA – JUREI DIANTE DE UMA IMAGEM DO VELHO E CHORADO CAMARADA STALIN



Categoria: Sobre Stálin

San Jose, Costa Rica
10 de dezembro, 1953
Tia-Tia-minha:
A minha vida tem sido um mar de decisões conflitantes até que eu deixei corajosamente o minha  bagagem e a mochila sobre o ombro e assumi com o companheiro García a estrada sinuosa que nos trouxe aqui.
Em El Paso eu tive a oportunidade de percorrer os domínios da United Fruit convencendo-me mais uma vez de quão terrível são esses polvos capitalistas. Jurei perante uma imagem do velho e pranteado camarada Stalin sem descanso até ver aniquilados esses polvos capitalistas. Em Guatemala, vou me aperfeiçoar e conseguir o que eu preciso para ser um verdadeiro revolucionário. Eu denuncio que, além de médico, sou jornalista e ensino, coisas que me dão (embora poucos) u $ s. Juntamente com os teus anexos, te abraça, te beija e te ama o teu sobrinho, o da saúde de ferro, com o estômago vazio e a fé luminosa no futuro socialista.
Chau
Chancho
Carta do Che à sua tia Beatriz da Costa Rica

Traduzido e enviado pelo camarada Claudio Buttinelli
Original em - Citas Marxistas
De  Comunidade Stálin
http://comunidadestalin.org/54-sobre-stalin/489-che-guevara-jurei-diante-de-uma-imagem-do-velho-e-chorado-camarada-stalin
Do blog do Carlos Maia

sábado, 8 de junho de 2013

Bolsa Família teve impacto na queda da mortalidade infantil


Tereza Campello: “Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses Ministra recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança"

Yara Aquino
Brasília – Uma pesquisa feita para avaliar os impactos do Programa Bolsa Família nas taxas de mortalidade infantil mostra redução de 17% na mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009. A pesquisa foi feita com dados de cerca de 50% dos municípios brasileiros e revela que o programa contribuiu, principalmente, para a redução dos óbitos em decorrência da desnutrição. A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também contribuiu para a queda dos números.
Os dados apontam que a condicionalidade do Bolsa Família de determinar que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia foi um ponto importante, já que aumentou a cobertura de imunização contra doenças como sarampo e pólio. O aumento da renda das famílias beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde, também é citado. Esses fatores foram destacados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
“O Bolsa Família melhorou a alimentação das mães. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança. Ter acompanhamento pré-natal também contribui muito porque a criança já é cuidada antes mesmo de nascer”, disse.
A pesquisa aponta que o Programa Saúde da Família, que oferece atenção básica à saúde, teve papel na redução da mortalidade causada por doenças como diarreia e infecções respiratórias. A redução no número de grávidas que davam à luz sem receber atendimento pré-natal também foi registrada pela pesquisa.
“Os dois programas se complementam para evitar o adoecimento das crianças na primeira infância. É importante observar como uma pequena quantia de dinheiro pode ter tamanho benefício em relação à mortalidade infantil”, avaliou Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e titular em epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A pesquisa foi conduzida pelo mestre em saúde comunitária da UFBA, Davide Rasella, com a participação de pesquisadores da instituição. Os resultados foram publicados pela revista The Lancet, periódico científico da área de saúde, com sede no Reino Unido.
Edição: Denise Griesinger

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Uma história de amor em preto & branco que mostra o quanto podemos ser preconceituosos




Casal é preso por casarem.Ela negra,ele branco




Uma história bela sobre o amor e a liberdade de querer vivê-lo, sobre o preconceito e atitudes irracionais.

Em junho de 1963, Mildred Loving, uma moça de 22 anos de idade, e seu marido Richard Loving, um pedreiro de 27, sentaram-se a mesa de uma humilde casa com folhas soltas alinhadas e escreveram uma carta para a filial de Washington da Associação Americana de Direitos Civis (ACLU) onde relatavam a história de seu amor único pelo qual passaram agruras inimagináveis; a carta começava assim:

"Meu marido é branco. Eu sou parte negra, metade índia. Cinco anos atrás nos casamos, somos pessoas simples e não sabíamos que havia uma lei na Virgínia contra casamentos mistos. Tão logo retornamos para nossa casa, alegres pela celebração, fomos presos, julgados e expulsos do estado.


Sabemos que não podemos viver lá, mas nós gostaríamos de voltar pelo menos mais uma vez para visitar as nossas famílias e amigos, mas temos medo. Um juiz disse a Richard que se colocássemos de novo o pé naquele estado, juntos, seríamos novamente presos e desta vez jogariam a chave fora..."







A carta dos Loving não mencionava os detalhes da prisão: em uma noite de junho, de calor infernal, três policiais invadiram o quarto onde Mildred e Richard dormiam acordando-lhes com o brilho ofuscante de uma lanterna. Ela também não reclama da humilhação de passar mais de uma semana numa prisão infestada de ratos, seu marido ficou em uma cela melhor, era branco, e passou apenas uma noite atrás das grades.

Dois jovens advogados de direitos civis assumiram o caso, e em 1967 veio a decisão do Supremo Tribunal, escrita pelo Juiz Earl Warren que declarava que ...a liberdade do casamento há muito tinha sido reconhecida como um dos direitos vitais e pessoais essenciais para o exercício regular da felicidade dos homens livres", Warren argumentou que o estatuto da Virginia violava a 14ª Emenda, invalidou a lei segregacionista e deu ganho de causa aos Loving, que comemoraram com um beijo, longo e apaixonado.

Nos anos seguintes a sentença, os Loving recusaram inúmeros pedidos para entrevistas, aparições públicas e honras. Mildred Loving não tinha outras filiações além de sua igreja e sua família e nunca se considerara uma heroína, apesar de assim ser reconhecida














quarta-feira, 5 de junho de 2013

Com 47 milhões de crianças alcançadas, Brasil é referência global em refeições escolares



Ministra Tereza Campello: “Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança" Yara Aquino Repórter da Agência Brasil Brasília – Uma pesquisa feita para avaliar os impactos do Programa Bolsa Família nas taxas de mortalidade infantil mostra redução de 17% na mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009. A pesquisa foi feita com dados de cerca de 50% dos municípios brasileiros e revela que o programa contribuiu, principalmente, para a redução dos óbitos em decorrência da desnutrição. A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também contribuiu para a queda dos números. Os dados apontam que a condicionalidade do Bolsa Família de determinar que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia foi um ponto importante, já que aumentou a cobertura de imunização contra doenças como sarampo e pólio. O aumento da renda das famílias beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde, também é citado. Esses fatores foram destacados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. “O Bolsa Família melhorou a alimentação das mães. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança. Ter acompanhamento pré-natal também contribui muito porque a criança já é cuidada antes mesmo de nascer”, disse. A pesquisa aponta que o Programa Saúde da Família, que oferece atenção básica à saúde, teve papel na redução da mortalidade causada por doenças como diarreia e infecções respiratórias. A redução no número de grávidas que davam à luz sem receber atendimento pré-natal também foi registrada pela pesquisa. “Os dois programas se complementam para evitar o adoecimento das crianças na primeira infância. É importante observar como uma pequena quantia de dinheiro pode ter tamanho benefício em relação à mortalidade infantil”, avaliou Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e titular em epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A pesquisa foi conduzida pelo mestre em saúde comunitária da UFBA, Davide Rasella, com a participação de pesquisadores da instituição. Os resultados foram publicados pela revista The Lancet, periódico científico da área de saúde, com sede no Reino Unido. Edição: Denise Griesinger