Casal é preso por casarem.Ela negra,ele branco
Uma história bela sobre o amor e a liberdade de querer vivê-lo, sobre o preconceito e atitudes irracionais.
Em junho de 1963, Mildred Loving, uma moça de 22 anos de idade, e seu marido Richard Loving, um pedreiro de 27, sentaram-se a mesa de uma humilde casa com folhas soltas alinhadas e escreveram uma carta para a filial de Washington da Associação Americana de Direitos Civis (ACLU) onde relatavam a história de seu amor único pelo qual passaram agruras inimagináveis; a carta começava assim:
"Meu marido é branco. Eu sou parte negra, metade índia. Cinco anos atrás nos casamos, somos pessoas simples e não sabíamos que havia uma lei na Virgínia contra casamentos mistos. Tão logo retornamos para nossa casa, alegres pela celebração, fomos presos, julgados e expulsos do estado.
Sabemos que não podemos viver lá, mas nós gostaríamos de voltar pelo menos mais uma vez para visitar as nossas famílias e amigos, mas temos medo. Um juiz disse a Richard que se colocássemos de novo o pé naquele estado, juntos, seríamos novamente presos e desta vez jogariam a chave fora..."
A carta dos Loving não mencionava os detalhes da prisão: em uma noite de junho, de calor infernal, três policiais invadiram o quarto onde Mildred e Richard dormiam acordando-lhes com o brilho ofuscante de uma lanterna. Ela também não reclama da humilhação de passar mais de uma semana numa prisão infestada de ratos, seu marido ficou em uma cela melhor, era branco, e passou apenas uma noite atrás das grades.
Dois jovens advogados de direitos civis assumiram o caso, e em 1967 veio a decisão do Supremo Tribunal, escrita pelo Juiz Earl Warren que declarava que ...a liberdade do casamento há muito tinha sido reconhecida como um dos direitos vitais e pessoais essenciais para o exercício regular da felicidade dos homens livres", Warren argumentou que o estatuto da Virginia violava a 14ª Emenda, invalidou a lei segregacionista e deu ganho de causa aos Loving, que comemoraram com um beijo, longo e apaixonado.
Nos anos seguintes a sentença, os Loving recusaram inúmeros pedidos para entrevistas, aparições públicas e honras. Mildred Loving não tinha outras filiações além de sua igreja e sua família e nunca se considerara uma heroína, apesar de assim ser reconhecida
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