quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A história de Luz del Fuego


Se Eva encarnasse em uma mulher, ela com certeza seria Luz del Fuego. Com uma vida entre a nudez e a moral, a artista brasileira foi considerada uma ameaça em potencial aos valores da sociedade que se formava nos moldes cristãos. O seu maior legado foi a denúncia de uma sociedade hipócrita, contraditória e intolerante, que vigorava no Brasil na década de 60.  
Luz del Fuego é o nome artístico de Dora Vivacqua. Ela começou a sua carreira como bailarina em 1944, com o nome de ‘Luz Divina’, porém, mudou o seu nome artístico depois de passar uma temporada na Argentina, quando conheceu uma marca de batom que inspirou o seu novo nome.
Em 1950 ela retornou ao Brasil, onde conseguiu a licença da marinha brasileira para se estabelecer na Ilha de Tapuama de Dentro que fica na Baía de Guanabara no Rio de Janeiro. Sob sua liderança, a ilha foi rebatizada com o nome de ‘Ilha do Sol’, onde foi fundado o primeiro clube naturista brasileiro.
O surgimento de um paraíso tropical da nudez foi um escândalo muito grande, atraindo a atenção de muitos curiosos que queriam conhecer melhor os costumes naturistas. Várias personalidades de Hollywood estiveram na Ilha do Sol, como Errol Flynn, Lana Turner, Ava Gardner, Tyrone Power, César Romero, Glenn Ford, Brigitte Bardot e Steve MacQueen. A nudez total era obrigatória para entrar na ilha.

O naturismo, além de um estilo de vida, é uma experiência de harmonia com o ambiente.  A filosofia que move este costume é o desejo de entrar em contato com a natureza da forma mais pura. A nudez é apenas um dos elementos do naturismo, porém, o naturismo não gira em torno da nudez como muitos imaginam. 
A ousadia de Luz del Fuego serviu de cenário para grandes polêmicas dos jornais de sua época. Longe da ilha naturista, a dançarina costumava desfilar na praia usando biquíni – algo muito desrespeitoso para as famílias tradicionais da década de 60.
Grande parte do encanto de Luz Del Fuego veio de sua dança, que encantava homens de todo país. A sua maior atração era a dança com as jiboias, que inspirada por um costume muito antigo, fantasiou a mente dos homens de sua época. 




Luz del Fuego morreu em 1967, assassinada junto ao seu caseiro. Após a sua morte, a Ilha do Sol voltou a ficar desabitada. A sua memória foi lembrada para sempre não apenas por causa da nudez, mas por causa do desafio às leis tradicionais e a sua dança.
Até hoje Luz del Fuego é considerada uma referência de feminismo brasileiro. Alguns estudiosos destacam que ela é uma importante personagem que deveria entrar para a história.

Em 1994 o Fantástico exibiu uma reportagem sobre o livro biográfico que ia ser lançado sobre ela. O mais interessante desta reportagem é que além de mostrar a trajetória da artista, as suas citações mais importantes são interpretadas por uma atriz, que deixou o sentido das frases muito mais vivo. 

http://omundoimaginarioderodrigo.blogspot.com.br/2014/03/a-historia-de-luz-del-fuego-e-o.html

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vende-se um filho

Vende-se um filho: como a barriga de aluguel está mudando a economia na Índia


Em Anand, pequena cidade no estado de Gujarat, na Índia, a população vive com o equivalente e R$ 2,80 por dia. Mas um novo comércio está quebrando as barreiras sociais na vida das mulheres: a venda dos próprios úteros para dar à luz filhos de casais inférteis

Mesmo em tempos modernos, ter filhos é, sem dúvida, o sonho de muitas mulheres. Aquelas que não podem ter, no entanto, se veem frustradas com burocracias de adoção e preferem recorrer à barriga de aluguel. Mas, e quanto aos lugares não têm a técnica legalizada ou, como nos Estados Unidos, quando o preço está longe do alcance das meras mortais? Para esse caso, a procura pelo comércio de bebês na Índia é a solução.

A Clínica de Fertilidade de Akanksha é pioneira em barriga de aluguel comercial. Localizada em Anand, cidade no estado de Gujarat, essa clínica cobra a partir de 17 mil libras esterlinas (quase R$ 67 mil) pelo processo de fertilização. De 2004 para cá, mais de 700 bebês já foram gerados através deles. A “mãe substituta”, que é como eles chamam a doadora da barriga de aluguel, recebe um cachê de 4,7 mil libras, além de terem as despesas pagas durante toda a gestação. O valor, equivalente a R$ 18,4 mil, está mudando a vida dessas mulheres, acostumadas a viverem com 75 rúpias (míseros R$ 2,80) por dia.

Do teto de zinco para o duplex
Sarla Patelia, de 40 anos, vive em uma aldeia chamada Manjipura, a cerca de 25 km de Anand. Ela foi uma substituta em 2009 e 2012. Com o dinheiro que ganhava, construiu uma nova casa de dois andares e sua família mudou-se para fora da cabana com um teto de zinco que viviam anteriormente.

"Esse dinheiro completamente a nossa vida", disse em entrevista ao jornal Daily Mail, explicando ainda que seu marido, Shashikant, 44 anos, tinha um tumor, e ela foi capaz de pagar por uma operação para salvar sua vida. “Nós realmente não temos uma fonte de renda no momento. Ainda vivemos do dinheiro que ganhei na época, como barriga de aluguel. Mas foi muito bem investido e hoje vivemos com conforto no duplex”.

Após três “filhos”, uma renda mensal
Outra indiana, Neeta Makwara de 30 anos, mora na aldeia de Nadiad e deu à luz um menino para um casal de estrangeiros em 2008; e gêmeos para outro casal em 2011. A primeira vez seu marido desperdiçou todo o dinheiro que recebeu. Mas na segunda oportunidade, ela usou o dinheiro para construir uma casa de três andares. Agora, ganha dinheiro com o aluguel mensal do térreo do imóvel.

Questão de lifestyle
Nayna Patel, diretor médico da clínica de Akanksha, diz que a acessibilidade é um fator para casais estrangeiros que optam por barriga de aluguel na Índia. A popularidade aumenta porque os médicos indianos e a tecnologia médica são bem vistos. Por incrível que pareça, é levado em conta também o bom estilo de vida das mulheres pobres da aldeia. "Elas são consideradas confiáveis, comprometidas e não têm vícios como drogas, fumo e bebida", diz  Patel.

Negócios à parte!
O Dr. Jatin Shah, dono de uma clínica em Mumbai, explicou ao Huffington Post que, ao contrário do que muitas mulheres receiam, as substitutas não criam vínculos com as crianças geradas por elas. "Elas fazem pelo dinheiro. Geralmente são mulheres que já têm filhos e família formada e precisam colocar dinheiro em casa. Não há interesse em ficar com a criança. Além de tudo, há um contrato legal entre a geradora da criança e a mulher que 'contrata' o serviço. Já vi vários casos e há filas de espera para mães que querem ser barriga de aluguel".

http://revistaglamour.globo.com/Na-Real/noticia/2014/03/vende-se-um-filho-o-modo-como-barriga-de-aluguel-esta-mudando-economia-na-india.html

Marco civil da internet: A liberdade na rede vai acabar?

Ativistas atentam para o fato de que o projeto vai estabelecer um “estado de vigilância” e que operadoras vão derrubar a neutralidade da rede


Por Marcelo Hailer
Congresso Nacional desde 2011, o Projeto de Lei 2.126/11, mais conhecido como o Marco Civil da Internet, tem gerado polêmica, discordância entre os parlamentares e ativistas e travado a pauta da Câmara desde outubro e, tudo indica que o cenário não vai mudar. Em entrevista nesta edição da revista Fórum, o relator do PL, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), declarou que o projeto ainda corre sério risco de ser “desfigurado” e que o lobby das empresas de telefonia, que são contrárias à neutralidade da rede, impede que ele seja votado.

E nesta semana os contrários à neutralidade da rede ganharam um apoio de peso: o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), declarou durante o carnaval que o seu partido “deveria” deixar a base de apoio ao governo federal e, como moeda de troca, colocou na mesa da negociata o Marco Civil da Internet. Segundo o parlamentar, o projeto não será votado enquanto a neutralidade da rede não for retirada. O que contraria diretamente a orientação da presidenta Dilma Rousseff (PT), que, juntamente com o seu governo, defende a permanência da neutralidade.

Mas, antes de ir adiante é preciso entender o que é a neutralidade da rede, que tem travado a votação do Marco Civil da Internet. Na prática é assim: hoje subimos textos, vídeos, fotos e outros materiais pagando o mesmo preço, mas, se a neutralidade cair, as operadoras poderão cobrar pacotes diferenciados, quer dizer, se você quiser fazer upload de todos os itens citados terá de pagar mais para isso, ou comprar pacotes que permitam subir apenas textos ou vídeo. Entendeu por que tanta sanha das operadoras para derrubar a neutralidade da rede?

Se o embate da neutralidade da rede se dá diretamente com os empresários, outro ponto do Marco Civil da Internet tem causado rusgas entre ativistas e a relatoria do Projeto de Lei: trata-se do artigo 16, que prevê armazenamento por seis meses da navegação dos usuários, mas que só poderá ser averiguado mediante ação judicial, coisa que hoje em dia não é obrigatória, segundo Molon. O relator do projeto ainda garante que o artigo 16 não representa perigo ou vigilância, pelo contrário, vai tornar o ambiente digital mais “seguro do que é hoje”. Alguns ativistas discordam e têm afirmado que o artigo 16 vai instituir um “estado de vigilância completo”. Contra o referido artigo foi lançada a campanha #16IgualNSA (em referência à agência de espionagem denunciada por Edward Snowden, a National Security Agency).

A reportagem conversou com as ativistas Bruna Provazi, da Marcha Mundial das Mulheres, e com Everton Rodrigues, do Coletivo ARRUA, ambos têm acompanhado e participado do processo de construção e mobilização do Marco Civil da Internet. Perguntamos a Provazi e Rodrigues da importância de se aprovar o projeto de lei que visa regulamentar a rede. “Queremos que o Marco Civil garanta a nossa privacidade e nosso anonimato. Hoje em dia a internet é usada também para auxiliar nas perseguições políticas e na criminalização dos movimentos sociais. Precisamos ter nossa privacidade assegurada e ter segurança sobre os dados que trocamos”, declarou Bruna Provazi.

Para Everton Rodrigues, o Marco Civil vai tornar a rede mais justa e o Brasil, mais democrático. “O Marco Civil da Internet original, elaborado de forma coletiva, garante a diversidade de visões sobre o Brasil, garante a transparência de governos municipais, estaduais e federal querendo eles ou não, combate monopólios e coloca pequenas e grandes empresas no mesmo nível de comunicação com a sociedade, amplia as possibilidades de articulação dos coletivos sociais que com isto torna o Brasil mais democrático”, analisa Rodrigues.

Everton Rodrigues também comentou com a reportagem a respeito da dificuldade de se votar o Marco Civil. Para ele, um projeto que foi construído em assembleias participativas assusta os políticos, pois, segundo ele, isso “não é um bom exemplo”. “Para os setores conservadores da política brasileira, aprovar um projeto de lei escrito a partir de debates com a sociedade abre possibilidades para a ampliação desta prática. Os poderosos líderes da política conservadora em hipótese alguma aceitam processos participativos. O fato de se aprovar um projeto elaborado pela própria sociedade, que sempre tende a ser em benefício da sociedade, assusta terrivelmente muitos personagens que representam o pior da política. Para estes, aprovar um projeto com este histórico não é um bom exemplo e pode atrapalhar as velhas práticas do curral político que elabora projetos de interesse social dentro de gabinetes e com portas fechadas”, criticou Rodrigues.

A respeito da neutralidade da rede, ambos concordam que sem ela o Marco Civil não faz sentido. “A neutralidade é um princípio fundamental para garantir que a internet seja de fato um direito de todos. Sem a neutralidade dos pacotes de dados, as operadoras poderão tarifar nossa conexão de maneira diferenciada, ou seja, você só tem grana pra pagar um tipo de plano, só poderá acessar tais conteúdos, que dirá baixar/subir vídeos por exemplo. Isso já acontece de certa maneira com as operadoras de celular que oferecem ‘acesso às redes sociais’. Se podemos acessar as redes sociais, por que não podemos acessar o resto da rede?”, questiona Bruna.

“A internet que conhecemos está totalmente em risco. Ao analisar todo o processo do Marco Civil, desde quando elaboramos de forma coletiva, até agora, concluo que os lobistas serão vitoriosos. Vamos perder porque são poucas pessoas que compreendem este processo. Somente depois que o vigilantismo total for instalado (art. 16), e pessoas forem punidas injustamente, é que o nosso movimento pela internet livre irá crescer. Mas, ai será tarde”, analisa Rodrigues, que está pessimista quanto à aprovação da neutralidade da rede.

Bruna ainda pontua que, se a neutralidade não for garantida, só os detentores do poder é que vão produzir conteúdo. “Apesar de a internet ser um meio de comunicação mais democrático e acessível, na prática, se não garantirmos acesso igual para todas as pessoas, só aquelas que têm maior poder aquisitivo serão produtoras de conteúdo. E é claro que esse acesso mais democrático não diz respeito apenas à neutralidade, mas também a garantir banda larga de graça para toda a população”, critica a ativista da Marcha Mundial das Mulheres.

Criptografia: a nova resistência política?

Desde que as denúncias feita pelo Wikileaks e depois pelo ex-agente da NSA Edward Snowden, a respeito da investigações e vigilâncias de cidadãos do mundo inteiro a partir de dados do Google, Facebook e outras redes utilizadas pelos sujeitos vieram a público, um termo saiu do underground cypherpunk e emergiu entre os usuários da rede: a criptografia. E o que significa isso? A grosso modo, trata-se de uma técnica que embaralha a mensagem quando sai do emissor e a decodifica quando chega a seu receptor. Dessa maneira, dificulta a vigilância de conteúdos alheios por governos e corporações, pois embaralha a mensagem no seu caminho.

Assange, fundador do WikiLeaks é acusado de terrorismo digital pelo governo dos Estados Unidos por divulgar documentos governamentais
Assange, fundador do WikiLeaks é acusado de terrorismo digital pelo governo dos Estados Unidos por divulgar documentos governamentaisn(foto: Wikimedia Commons)
O método da criptografia ficou conhecido com Julian Assange, líder do Wikileaks e que hoje vive recluso na embaixada do Equador, em Londres, que defende a prática da criptografia como resistência às espionagens e que ela deve ser massificada. No Brasil, um dos principais especialistas e defensor da criptografia é o ativista e pesquisador da Universidade Federal do Grande ABC (UFABC) Sérgio Amadeu. O professor trabalha com a tese de que estamos entrando na era da “resistência criptopolítica”.

Para o Amadeu, “a criptografia torna-se instrumento político a ser amplamente incorporado pelos movimentos de resistência ao poder da análise e a biopolítica de modulação executada pelas grandes corporações, de tecnologia e de rede”. O pesquisador ainda pontua que a “criptografia se tornou um instrumento de Direitos Humanos” na defesa da privacidade das pessoas que utilizam a rede.

Quando a venda do Whatsapp ao Facebook, no valor de 12 bilhões de dólares, se tornou pública, cerca de 5 milhões de pessoas migraram para o aplicativo russo Telegram, que é praticamente igual ao seu concorrente, com uma diferença: as mensagens são criptografadas. A partir de então, outros dispositivos encriptados se tornaram conhecidos e a discussão está posta.

Ainda há muita gente que desconfia dos aplicativos criptografados e afirmam que não adianta nada, que os dados dos usuários da rede já são de conhecimento das corporações e dos governos e que estão armazenados. Por outro lado, há quem defenda a debandada para redes que garantam a privacidade e segurança dos usuários. E esta é a grande polêmica em torno do Marco Civil da Internet no Brasil. O artigo 16 fere o direito à liberdade de navegação? Com a existência dele, vamos deixar de postar e ou navegar por certos endereços digitais? Ou, estamos de frente para uma grande encruzilhada que apenas começou e a rede é um grande panóptico vigilante?

Revista Fórum

O Islã e a pedofilia

Islâmicos defendem casamento de adultos com crianças


O CII (Conselho da Ideologia Islâmica) do Paquistão defendeu o casamento de adultos com crianças ao decidir que as leis civis do país que proíbem esse tipo de união não são islâmicas.

Ao final de uma reunião na semana passada, o CII comunicou que, de acordo com o Islã, não há idade mínima para o casamento.

Acrescentou, contudo, que o rukhsati (a consumação do casamento, ou seja, o primeiro relacionamento sexual do casal) só é permitido quando marido e mulher atingirem a puberdade.

O CII é uma entidade constitucional que assessora o Legislativo, mas não tem prerrogativa de aprovar leis.

Pela legislação paquistanesa, a idade mínima para o casamento é de 18 anos para homens e de 16 para mulheres.

A manifestação do Conselho da Ideologia teve como base a vida conjugal de Maomé. O profeta teve 12 mulheres, e a sua preferida era Aisha, com quem se casou quando ela estava seis ou sete anos. O rukhsati ocorreu quando Aisha tinha 9 anos e ele, 50.

O Paquistão é uma república parlamentarista islâmica. Tem mais de 170 milhões de habitantes — mais de 95% deles são islâmicos.

Maulana Mohammad Khan Sheerani, presidente do CII, afirmou que a governo precisa mudar a lei do casamento para torná-la mais compatível com os fundamentos do islamismo, permitindo, inclusive, que o homem possa se casar com mais de uma mulher.

Com informação do Pakistan Today, entre outras fontes.

 http://www.paulopes.com.br/2014/03/islamicos-defendem-casamento-de-adultos-com-criancas.html#ixzz2wEKVlVmG