sábado, 30 de novembro de 2013
Em busca da felicidade
Nós, economistas, somos obcecados por desvendar os fatores fundamentais na determinação do crescimento e desenvolvimento econômico. A razão para isso é que esse campo de pesquisa analisa o comportamento do ser humano enquanto indivíduo que se relaciona no mercado, ou seja: considerando todas as outras variáveis constantes, maior renda gera mais consumo, que, por sua vez, reflete-se em níveis mais elevados de satisfação e felicidade.
Essa relação entre renda, consumo e satisfação apontada pelos economistas não é tão restrita quanto possa parecer à primeira vista. As pessoas, em grande parte do mundo, inclusive no Brasil, têm uma grande demanda reprimida por moradia, vestimentas e alimentação, entre outros elementos básicos necessários à sobrevivência. Nessas regiões, uma pequena elevação da renda e do consumo tem um grande potencial em aliviar suas vidas sofridas.
Adicionalmente, a definição da palavra “consumo” é bem ampla. Por exemplo, a demanda por serviços de saúde que melhoram a vida da população de diversas maneiras é uma das que mais aumentam atualmente, sendo possível graças à elevação da renda per capita, pois o preço dessa categoria de serviços é bem elevado. Que cidadão não gostaria de chegar à terceira idade com saúde para aproveitar bem a aposentadoria?
O consumo também vem na forma de mais segurança – não apenas de forma privada, ao contratar seguranças, instalar portões eletrônicos e cercas elétricas, mas sobretudo sob a forma de gastos em melhorias dos sistemas judiciário e de segurança pública. Em países onde esses sistemas têm um bom funcionamento, não é necessária a realização de gastos privados substanciais em segurança como na instalação de portões, grades e, muito menos, cercas elétricas e vigias.
Podemos pensar também na educação. Mesmo sendo um tipo de investimento, pois eleva a produtividade do trabalho, a educação também é uma forma de consumo. Não colocamos nossos filhos na escola pensando somente em seus retornos salariais futuros. Uma boa formação traz uma satisfação pessoal que vai muito além dos rendimentos, inclusive com potencial de redução da criminalidade quando existe um bom sistema educacional em nível nacional.
Poderíamos nos estender nos tipos de consumo que são decorrentes da elevação da renda e que levam a melhorias no nível de bem-estar social. No entanto, os exemplos citados são suficientes para entender o excesso de foco sobre os determinantes da renda (que gera consumo) por parte dos economistas.
O problema é que existem outros fatores tão importantes quanto a renda na determinação do nível de bem-estar social, mas que são praticamente desconsiderados nas análises econômicas, como aqueles ressaltados no relatório de felicidade global divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Alguns elementos considerados no relatório, além da renda per capita e saúde, são índices que tentam mensurar companheirismo (ter alguém em quem confiar), liberdade de escolhas, corrupção e generosidade. Poderíamos pensar também em fé em Deus e em vida após a morte, aceitação em relação às diferenças individuais e sociais, círculos de amizade, sustentabilidade ambiental, nível de estresse no trabalho, família e lazer, para citar alguns elementos importantes.
Portanto, os economistas, em suas análises voltadas para o nível de bem-estar social, precisam se concentrar mais em outros elementos importantes na sua determinação, visto que um dos nossos principais objetivos é justamente entender as determinantes do nível de bem-estar social, do qual a renda (que gera consumo) é somente um deles.
Luciano Nakabashi, doutor em Economia, é professor do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da FEA-RP/USP.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
A revista Veja vai fechar?
Por Altamiro Borges
Em entrevista ao jornal Valor nesta quinta-feira (28), Giancarlo Civita, presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril - que edita a asquerosa revista Veja - anunciou que a empresa está mudando o foco das suas atividades. Num linguajar tipicamente patronal, ele informou que o objetivo é montar uma estrutura "mais enxuta" - o que significa, na prática, mais demissões e arrocho salarial. "O que eu venho defendendo é que a editora é um pilar, mas temos também outros pilares, que valem ser desenvolvidos", afirmou. Seu plano empresarial visa fortalecer o setor de livros didáticos e cortar os investimentos na área das revistas - o que deve fazer tremer os adoradores da Veja.
Neto de Victor Civita, o direitista importado dos EUA na década de 1950, Giancarlo aposta tudo na Abril Educação e na DGB, que opera na distribuição e logística. "No grupo Abril nós temos mais de 80 empresas. Estamos fazendo uma reestruturação para que essa estrutura fique mais simples, mais limpa, para que seja uma estrutura mais eficiente do ponto de vista fiscal", explica. Enquanto estes dois setores crescem, o Valor informa que a divisão das revistas tem um desempenho preocupante. "A receita deste ano, que deve chegar a R$ 2,7 bilhões, vai ser 'flat' [sem crescimento]", afirma Fábio Barbosa, que comanda esta divisão. "Estamos tentando adiar a queda da curva da receita".
A entrevista dos dois chefões do Grupo Abril ao jornal Valor confirma a violenta crise no setor de revistas deste império midiático. Nada indica, porém, que a abjeta revista Veja esteja com seus dias contados. Ela pode até dar prejuízo, mas é um instrumento indispensável das elites dominantes para interferir nos rumos políticos do país. Além disso, ela conta com os bilionários anúncios publicitários dos governos tucanos e com a ajudinha da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência da República, que deve ter alguma complexo masoquista.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
A ESPIRAL EUROPEIA DA DESIGUALDADE
Crise do capitalismo lança
Um estudo da Oxfam International conclui que as actuais políticas de empobrecimento agravarão as desigualdades na Europa, lançando mais 25 milhões de pessoas na pobreza
O relatório intitulado «Um conto moral: o verdadeiro custo da austeridade e da desigualdade na Europa» («A cautionary tale: The true cost of austerity and inequality in Europe»), divulgado dia 12 pela Oxfam International, salienta que «120 milhões de pessoas viviam em situação de pobreza em 2011 na Europa», número que poderá «aumentar pelo menos de 15 milhões a 25 milhões, em resultado das medidas contínuas de austeridade».
É o equivalente à população da Holanda e da Áustria juntas, lê-se no documento, que refere que «as mulheres serão as mais afetadas».
A instituição, criada em 1995 por 17 organizações não governamentais, observa que as políticas ditas de «consolidação orçamental» continuarão a traduzir-se em perdas salariais reais e que «a erosão da capacidade de negociação colectiva» das condições de trabalho aumentará o número de trabalhadores pobres.
«A Europa devia aprender duas lições importantes com as crises de dívida anteriores noutras regiões: que uma dívida insustentável é uma dívida impagável, que exige um processo de arbitragem justo e transparente que possa incluir uma reestruturação alargada ou o cancelamento da dívida, e que quanto mais cedo a espiral de crescimento da dívida for atacada pelos estados-membros e pela União Europeia melhor», alerta a Oxfam.
O documento conta com uma breve introdução de Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia e antigo economista-chefe do Banco Mundial, na qual se afirma: «A onda de austeridade económica que varreu a Europa corre o risco de provocar danos sérios e permanentes ao modelo social do continente. Como os economistas, incluindo eu próprio, têm vindo a prever, a austeridade só tem penalizado o crescimento da Europa. (…) Pior: está a contribuir para a desigualdade que vai tornar as fraquezas económicas mais duradouras e contribuir, desnecessariamente, para o sofrimento dos desempregados e dos pobres por muitos anos».
Os países sujeitos às medidas de austeridade mais duras, caso de Portugal e Grécia, mas também a Espanha e o Reino Unido, estarão «em breve entre os países mais desiguais do mundo», afirmou à AFP Natalia Alonso, directora da secção europeia da Oxfam.
Em declarações à Lusa, o economista dominicano Miguel Ceara observou, a propósito do relatório, que «a solução [adoptada na Europa] foi comprimir a economia até a um ponto em que se gere um excedente para pagar a dívida».
«É óbvio que, se a economia cai durante uma década ou duas, haverá depois uma recuperação, mas essa transição implica que muita gente perca recursos e o aprofundamento das desigualdades».
Para Ceara é claro que a «solução» adoptada pelos grupos de poder mais fortes na Europa para superar a crise atual condena a população a 15 ou 20 anos de precariedade e pobreza.
Postado há 24th September por Pt Zona Norte
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Violência contra as mulheres é inaceitável
ONU: Violência contra as mulheres é inaceitável – sem importar como estão vestidas
Declaração da alta comissária das Nações Unidas para os Diretos Humanos, Navi Pillay, no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, lembrado a cada ano no dia 25 de novembro.
A violência contra as mulheres continua como uma das mais grandes calamidades de nosso tempo. É escandaloso que, hoje em dia, para muitas mulheres e crianças a violência se encontre nas esquinas, locais de trabalho ou em suas próprias casas. E, frequentemente, a justiça está ausente.
Em Busia, Quênia, em junho deste ano, uma jovem de 16 anos de idade foi violentada e jogada em uma fossa de seis metros de profundidade, que acabou ocasionando em uma fratura da coluna e uma fístula obstétrica. A polícia decidiu não perseguir penalmente os homens. Em lugar, como castigo, ordenou-lhes cortar o gramado da estação policial.
A notícia desencadeou uma excepcional manifestação de indignação pública. A campanha “Justiça para Liz”, assinada por um 1,4 milhões de pessoas, fez com que o presidente da Corte do Quênia tomasse providencias imediatas para o caso. Por que foi necessária a mobilização de 1,4 milhões de pessoas para que se iniciasse o processo de justiça e qual é o direito humano fundamental da vítima?
Em outra parte do mundo, em Auckland, Nova Zelândia, quando uma menina de 13 anos de idade havia denunciado a polícia de que havia sido violentada por três jovens, uma das primeiras perguntas que ela contou que lhe fizeram foi: “Como estava vestida?”. Isto ocorreu em 2011. Dois anos mais tarde, depois de várias agressões similares pelo mesmo grupo, se gerou uma reação pública com o objetivo de que as autoridades tomassem alguma medida.
Ao órgão de controle da conduta da polícia da Nova Zelândia foi ordenado revisar a conduta destes casos e a polícia, agora, finalmente está realizando as investigações que deveriam ter sido iniciadas dois anos antes.
Tristemente, estes não são casos isolados. Estes crimes ocorrem regularmente em diversos países em todo o mundo, mas raramente aparecem nas manchetes, geram uma indignação pública ou levam as autoridades a tomar decisões.
Na maioria dos lugares, as mulheres são envergonhadas ou intimidades por denunciar à polícia a violência, particularmente a violência sexual. E quando elas ultrapassam as diversas barreiras sociais e tabus e fazem uma denúncia, enfrentam, frequentemente, cruéis e insensíveis reações oficiais, que, de maneira efetiva, impedem o acesso a justiça.
A violência contra as mulheres e crianças têm se perpetuado por séculos de dominação masculina e discriminação baseada no gênero. Esta violência está embasada em normas profundamente enraizadas socialmente, as quais só reconhecem o valor das mulheres a partir de noções discriminatórias de castidade e “honra” e é frequentemente usada para controlar e humilhar não apenas as vítimas, mas também suas famílias e comunidades.
É essencial desafiar estas noções, que comumente permeiam o sistema de justiça, o qual resulta em um círculo vicioso de impunidade e maior violência.
O Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e a relatora especial sobre a Violência contra as Mulheres têm documentado a violência contra as mulheres, suas causas e consequências em todo o mundo e têm recomendado medidas para eliminar esta violência e reparar suas consequências.
Estas recomendações devem ser levadas a sério. Os Estados estão obrigados pelo direito internacional dos direitos humanos a assegurar que o sistema de justiça penal, em cada uma de suas etapas, se encontre livre de preconceitos de gênero, que inclui a investigação, perseguição, interrogatórios, proteção das vitimas e testemunhas, o pronunciamento das sentenças.
A insinuação de que as mulheres têm uma propensão a mentir e que seu testemunho deve ser corroborado ou tomado com cautela deve ser eliminada em todas as etapas dos processos judiciais, assim como a ideia de que as mulheres incitam a violência sexual por estar fora de casa à noite ou por vestir-se de uma maneira em particular.
No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, façamos o que estiver ao alcance para eliminar os estereótipos prejudiciais de gênero que ajudam a perpetuar um clima de que a violência contra as mulheres é considerada aceitável ou “merecida”. A violência contra as mulheres é simples e absolutamente inaceitável – sem importar como estejam vestidas.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
“Machismo estrutural”, oculto e terrível
Opressão caricatural reduziu-se. Mas mulheres seguem discriminadas em posições de liderança ou forçadas a “ser como eles”. Por que?
Por Marília Moschkovich, na coluna Mulher Alternativa
No domingo passado, cerca de 7 milhões de pessoas, em sua maioria estudantes do ensino médio, realizaram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio. Cerca de 58% delas eram mulheres. Em 2012, a proporção de mulheres entre os participantes foi quase um ponto percentual maior (cerca de 59%). Esses dados não surpreendem, quando consideramos a proporção de mulheres entre os estudantes de ensino médio no Brasil: segundo o INEP elas representam 54%. Já no ensino superior, são cerca de 55% do corpo estudantil. Será que estaríamos diante de uma situação em que a igualdade de gênero foi atingida (ou a desigualdade invertida)?
Parece que não.
Diversos estudos apontam que esse fenômeno é bastante comum em um bom tanto de países. A “ultrapassagem” das mulheres em relação aos homens no sistema escolar foi bem estudada nos EUA, na Argentina, no México, na Holanda, na Austrália, na França e em outros países mais (uma visita ao Google Acadêmico rende excelentes artigos sobre o tema). O sociólogo Christian Baudelot é um dos pesquisadores que mostram: a suposta “vantagem” das mulheres em relação à obtenção de diplomas não se converte em vantagens sociais como melhores salários ou acesso a posições de maior poder no mercado de trabalho.
No Brasil, diversos dados evidenciam que a situação também é essa: nós, mulheres, ganhamos cerca de 30% menos que os homens, para exercermos as mesmas funções, com as mesmas qualificações (às vezes até com qualificação superior)… Ocupamos menos de 1/4 das posições de liderança em empresas. Entre as 250 maiores empresas brasileiras, apenas 4% têm mulheres no comando, e os homens têm 20 vezes mais chances de se tornarem executivos-chefes (CEOs) do que as mulheres no país.
A discrepância entre escolarização feminina e acesso das mulheres a posições de prestígio e poder no mercado de trabalho mostra que melhores diplomas não são suficientes para que sejamos consideradas “iguais” a nossos colegas de profissão homens. Segundo a francesa Marlaine Cacouault-Bitaud, o mercado de trabalho é mais rígido com as mulheres do que com os homens. Homens com diplomas menos prestigiosos conseguem alcançar postos de trabalho inatingíveis para mulheres com o mesmo atestado. Para acessar altos cargos, além de possuírem diplomas do mais alto prestígio, as mulheres, em geral, precisam passar numa espécie de provação moral muito rígida. Isso acontece de maneira praticamente insconsciente – é o que chamamos de “machismo estrutural”. Ele funciona mais ou menos da seguinte maneira:
topo-posts-margem
Todas e todos somos socializados na mesma sociedade, certo? Adquirimos, por meio da cultura, uma série de informações consolidadas socialmente. Essas informações nos dizem como classificar e hierarquizar coisas, ideias, pessoas, seres vivos ou inanimados, etc. Embora haja variações nessas classificações e hierarquias dentro de uma mesma cultura, aprendemos em geral as mesmas coisas. Desde sempre, estabelecemos as definições das coisas também pela sua posição em relação às outras. Quer dizer, em grande medida “ser mulher” significa, no nosso esquema de pensamento, “não ser homem”, e vice-versa. Esse esquema de pensamento também associa “ser mulher” e “ser homem” com uma série de características comportamentais, maneiras de pensar, escolhas que se pode ou não fazer ao longo da vida (não vou nem entrar na discussão sobre o corpo e expressões do corpo; essa fica pra outra hora). Até aí tudo bem? Pois continuemos.
Quando dizemos que nossa sociedade é “machista” em geral, não estamos falando de indivíduos declaradamente machistas. Nem de atitudes isoladas de machismo explícito, ou de discriminação proposital, racionalizada, das mulheres. Estamos falando das associações que fazemos com “ser mulher” e “ser homem” e o que elas significam em nossa sociedade. Por exemplo, nós associamos “ser mulher” a uma característica de “emotividade” e ensinamos as mulheres a “serem mulheres” portanto “emotivas”, reforçando positivamente esse tipo de comportamento. Isso poderia ser apenas uma diferença de gênero – e não uma desigualdade. A suposta diferença se converte em desigualdade quando essa “emotividade” (por exemplo) que associamos ao “ser mulher” é entendida como negativa em espaços que concentram poder e prestígio em nossa sociedade (topo da carreira corporativa e política, por exemplo).
Isso é, senhoras e senhores, o machismo estrutural: nossos esquemas mentais mais elementares entendem que diversas características que associamos às mulheres sejam negativas nas posições de maior poder em nossa sociedade. Assim, discriminamos sem perceber candidatas mulheres, exigindo mais delas do que de candidatos homens, especialmente em carreiras pouco feminizadas.
A escola, por outro lado, tem um sistema que, mal ou bem, avalia prioritariamente com base no desempenho acadêmico. Embora meninas sofram cotidianamente diversos tipos de opressão no ambiente escolar (de professores/as inclusive e talvez principalmente), na hora da avaliação – que é o que dá acesso aos diplomas –, o efeito do gênero é suavizado. Já numa entrevista de emprego, pelo contrário, o efeito do gênero é em geral maximizado. Essa percepção também explicaria por que 22% das mulheres empregadas no Brasil eram funcionárias públicas em 2011, enquanto apenas 10% dos homens ocupavam o mesmo tipo de cargo.
O fato de sermos maioria entre participantes do Enem, portanto, não denota uma vantagem social ou o prelúdio do fim das desigualdades de gênero. Infelizmente, essa ascensão feminina no sistema escolar só mostra que, sem romper de fato com a mentalidade machista e as categorias mais básicas do nosso entendimento sobre homens e mulheres, patinaremos nos primeiros degraus de uma escadaria quilométrica rumo ao verdadeiro buraco – que é (bem) mais embaixo.
http://outraspalavras.net/destaques/machismo-estrutural-oculto-e-terrivel/?utm_source=feedly
Por Marília Moschkovich, na coluna Mulher Alternativa
No domingo passado, cerca de 7 milhões de pessoas, em sua maioria estudantes do ensino médio, realizaram as provas do Exame Nacional do Ensino Médio. Cerca de 58% delas eram mulheres. Em 2012, a proporção de mulheres entre os participantes foi quase um ponto percentual maior (cerca de 59%). Esses dados não surpreendem, quando consideramos a proporção de mulheres entre os estudantes de ensino médio no Brasil: segundo o INEP elas representam 54%. Já no ensino superior, são cerca de 55% do corpo estudantil. Será que estaríamos diante de uma situação em que a igualdade de gênero foi atingida (ou a desigualdade invertida)?
Parece que não.
Diversos estudos apontam que esse fenômeno é bastante comum em um bom tanto de países. A “ultrapassagem” das mulheres em relação aos homens no sistema escolar foi bem estudada nos EUA, na Argentina, no México, na Holanda, na Austrália, na França e em outros países mais (uma visita ao Google Acadêmico rende excelentes artigos sobre o tema). O sociólogo Christian Baudelot é um dos pesquisadores que mostram: a suposta “vantagem” das mulheres em relação à obtenção de diplomas não se converte em vantagens sociais como melhores salários ou acesso a posições de maior poder no mercado de trabalho.
No Brasil, diversos dados evidenciam que a situação também é essa: nós, mulheres, ganhamos cerca de 30% menos que os homens, para exercermos as mesmas funções, com as mesmas qualificações (às vezes até com qualificação superior)… Ocupamos menos de 1/4 das posições de liderança em empresas. Entre as 250 maiores empresas brasileiras, apenas 4% têm mulheres no comando, e os homens têm 20 vezes mais chances de se tornarem executivos-chefes (CEOs) do que as mulheres no país.
A discrepância entre escolarização feminina e acesso das mulheres a posições de prestígio e poder no mercado de trabalho mostra que melhores diplomas não são suficientes para que sejamos consideradas “iguais” a nossos colegas de profissão homens. Segundo a francesa Marlaine Cacouault-Bitaud, o mercado de trabalho é mais rígido com as mulheres do que com os homens. Homens com diplomas menos prestigiosos conseguem alcançar postos de trabalho inatingíveis para mulheres com o mesmo atestado. Para acessar altos cargos, além de possuírem diplomas do mais alto prestígio, as mulheres, em geral, precisam passar numa espécie de provação moral muito rígida. Isso acontece de maneira praticamente insconsciente – é o que chamamos de “machismo estrutural”. Ele funciona mais ou menos da seguinte maneira:
topo-posts-margem
Todas e todos somos socializados na mesma sociedade, certo? Adquirimos, por meio da cultura, uma série de informações consolidadas socialmente. Essas informações nos dizem como classificar e hierarquizar coisas, ideias, pessoas, seres vivos ou inanimados, etc. Embora haja variações nessas classificações e hierarquias dentro de uma mesma cultura, aprendemos em geral as mesmas coisas. Desde sempre, estabelecemos as definições das coisas também pela sua posição em relação às outras. Quer dizer, em grande medida “ser mulher” significa, no nosso esquema de pensamento, “não ser homem”, e vice-versa. Esse esquema de pensamento também associa “ser mulher” e “ser homem” com uma série de características comportamentais, maneiras de pensar, escolhas que se pode ou não fazer ao longo da vida (não vou nem entrar na discussão sobre o corpo e expressões do corpo; essa fica pra outra hora). Até aí tudo bem? Pois continuemos.
Quando dizemos que nossa sociedade é “machista” em geral, não estamos falando de indivíduos declaradamente machistas. Nem de atitudes isoladas de machismo explícito, ou de discriminação proposital, racionalizada, das mulheres. Estamos falando das associações que fazemos com “ser mulher” e “ser homem” e o que elas significam em nossa sociedade. Por exemplo, nós associamos “ser mulher” a uma característica de “emotividade” e ensinamos as mulheres a “serem mulheres” portanto “emotivas”, reforçando positivamente esse tipo de comportamento. Isso poderia ser apenas uma diferença de gênero – e não uma desigualdade. A suposta diferença se converte em desigualdade quando essa “emotividade” (por exemplo) que associamos ao “ser mulher” é entendida como negativa em espaços que concentram poder e prestígio em nossa sociedade (topo da carreira corporativa e política, por exemplo).
Isso é, senhoras e senhores, o machismo estrutural: nossos esquemas mentais mais elementares entendem que diversas características que associamos às mulheres sejam negativas nas posições de maior poder em nossa sociedade. Assim, discriminamos sem perceber candidatas mulheres, exigindo mais delas do que de candidatos homens, especialmente em carreiras pouco feminizadas.
A escola, por outro lado, tem um sistema que, mal ou bem, avalia prioritariamente com base no desempenho acadêmico. Embora meninas sofram cotidianamente diversos tipos de opressão no ambiente escolar (de professores/as inclusive e talvez principalmente), na hora da avaliação – que é o que dá acesso aos diplomas –, o efeito do gênero é suavizado. Já numa entrevista de emprego, pelo contrário, o efeito do gênero é em geral maximizado. Essa percepção também explicaria por que 22% das mulheres empregadas no Brasil eram funcionárias públicas em 2011, enquanto apenas 10% dos homens ocupavam o mesmo tipo de cargo.
O fato de sermos maioria entre participantes do Enem, portanto, não denota uma vantagem social ou o prelúdio do fim das desigualdades de gênero. Infelizmente, essa ascensão feminina no sistema escolar só mostra que, sem romper de fato com a mentalidade machista e as categorias mais básicas do nosso entendimento sobre homens e mulheres, patinaremos nos primeiros degraus de uma escadaria quilométrica rumo ao verdadeiro buraco – que é (bem) mais embaixo.
http://outraspalavras.net/destaques/machismo-estrutural-oculto-e-terrivel/?utm_source=feedly
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Dilma tem 43%, Aécio, 14%, e Campos, 7%, indica pesquisa Ibope
EM QUATRO CENÁRIOS PESQUISADOS, PRESIDENTE SE REELEGERIA NO 1º TURNO.
NAS SIMULAÇÕES DE SEGUNDO TURNO, ELA TAMBÉM SUPERARIA TODOS OS RIVAIS.
Do G1, em São Paulo(PIG-Partido da Imprensa Golpista)
Pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (18) aponta que a presidente Dilma Rousseff tem 43% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se a eleição de 2014 fosse hoje e os adversários fossem o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), considerado atualmente o cenário mais provável da disputa.
Nessa hipótese, Aécio soma 14% das intenções de voto e Campos, 7%, segundo oIbope. As opções por voto nulo ou branco acumulam 21%. Outros 15% disseram não saber em quem votar ou não responderam.
Na pesquisa anterior realizada pelo Ibope e divulgada no dia 24 de outubro, Dilma tinha 41%, Aécio, 14%, e Campos, 10%.
Dilma também venceria no primeiro turno nos cenários em que são incluídos pelo PSB Marina Silva e pelo PSDB, José Serra.
O Ibope ouviu 2.002 eleitores de 7 a 11 de novembro em 142 municípios do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Confira os cenários pesquisados:
Cenário 1
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 43%
- Aécio Neves: 14%
- Eduardo Campos: 7%
- Brancos/nulos: 21%
- Não sabe/não respondeu: 15%
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 43%
- Aécio Neves: 14%
- Eduardo Campos: 7%
- Brancos/nulos: 21%
- Não sabe/não respondeu: 15%
17 a 23/10
- Dilma Rousseff: 41%
- Aécio Neves: 14%
- Eduardo Campos: 10%
- Brancos/nulos: 22%
- Não sabe/não respondeu: 13%
- Dilma Rousseff: 41%
- Aécio Neves: 14%
- Eduardo Campos: 10%
- Brancos/nulos: 22%
- Não sabe/não respondeu: 13%
Cenário 2
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 42%
- Marina Silva: 16%
- Aécio Neves: 13%
- Brancos/nulos: 17%
- Não sabe/não respondeu: 12%
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 42%
- Marina Silva: 16%
- Aécio Neves: 13%
- Brancos/nulos: 17%
- Não sabe/não respondeu: 12%
17 a 23/10
- Dilma Rousseff: 39%
- Marina Silva: 21%
- Aécio Neves: 13%
- Brancos/nulos: 16%
- Não sabe/não respondeu: 11%
- Dilma Rousseff: 39%
- Marina Silva: 21%
- Aécio Neves: 13%
- Brancos/nulos: 16%
- Não sabe/não respondeu: 11%
Cenário 3
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 41%
- José Serra: 19%
- Eduardo Campos: 7%
- Brancos/nulos: 19%
- Não sabe/não respondeu: 14%
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 41%
- José Serra: 19%
- Eduardo Campos: 7%
- Brancos/nulos: 19%
- Não sabe/não respondeu: 14%
17 a 23/10
- Dilma Rousseff: 40%
- José Serra: 18%
- Eduardo Campos: 10%
- Brancos/nulos: 19%
- Não sabe/não respondeu: 12%
- Dilma Rousseff: 40%
- José Serra: 18%
- Eduardo Campos: 10%
- Brancos/nulos: 19%
- Não sabe/não respondeu: 12%
Cenário 4
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 40%
- José Serra: 17%
- Marina Silva: 15%
- Brancos/nulos: 16%
- Não sabe/não respondeu: 11%
7 a 11/11
- Dilma Rousseff: 40%
- José Serra: 17%
- Marina Silva: 15%
- Brancos/nulos: 16%
- Não sabe/não respondeu: 11%
17 a 23/10
- Dilma Rousseff: 39%
- Marina Silva: 21%
- José Serra: 16%
- Brancos/nulos: 15%
- Não sabe/não respondeu: 10%
- Dilma Rousseff: 39%
- Marina Silva: 21%
- José Serra: 16%
- Brancos/nulos: 15%
- Não sabe/não respondeu: 10%
Cenário com cinco candidatos
Do Blog do Carlos Maia
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Álvaro Dias é senador do Brasil ou senador do EUA a serviço na NSA?
Depois de todo o furdunço causado pela divulgação de que os Estados Unidos utiliza espiões para tirar vantagens em seus relacionamentos com o governo brasileiro, alemão e outros tantos governos espalhados pelo globo, grandes veículos de comunicação agora começam a noticiar de que o governo brasileiro também utiliza dos mesmos artifícios.
É claro que trata-se apenas de uma artimanha máfio-midiática na tentativa de amenizar a situação delicada em que se encontra o grande irmão do norte, perante a comunidade internacional.
Nenhuma surpresa, os grandes veículos de comunicação brasileiros desde sempre estiveram alinhados aos interesses norte americanos, nunca esconderam suas preferências pelo modelo americano. Tão pouco, conseguem deixar de transparecer que entre seus maiores anseios, encontra-se o desejo de ver o Brasil transformado no 51º estado ou, no mínimo, novamente em colônia, desta vez dominada e governada pelo tio Sam.
O que causa espanto e náusea é ver um senador Brasileiro e paranaense, esquecer de suas obrigações na defesa dos interesses do Brasil e dos brasileiros e fazer coro neste discurso em defesa da espionagem dos outros dentro do território nacional.
É preciso ser muito ingênuo para cair nessa conversa.
Ora, uma coisa é o governo norte americano, por meio de sua Agencia Nacional de Segurança (NSA) utilizar seu pessoal e recursos para monitorar lideranças mundiais dentro de seus territórios, inclusive dentro do Brasil.
Outra coisa muito diferente, é o Brasil, por meio da ABIN, monitorar estrangeiros dentro do território nacional. É uma questão estratégica, em defesa da soberania e dos interesses nacionais.
Só para ilustrar, cabe lembrar que um dos indivíduos espionado pelo governo brasileiro era ninguém menos que Liliana Ayalde, embaixadora norte americana no Brasil, que ocupava o mesmo cargo no visinho Paraguai durante o golpe que depôs o presidente eleito, Fernando Lugo, em benefício do grupo conservador de direita daquele país, liderado por Frederico Franco.
Não seria assunto de interesse e defesa nacional monitorar um embaixador com esse histórico?
Para Álvaro Dias parece que não.
Tem-se a impressão de que o senador está muito mais interessado em justificar e defender a espionagem internacional em território brasileiro do que em combatê-la.
Um senador brasileiro a serviço dos interesses do governo Obama, completamente alheio as necessidades do país que representa como senador da república.
Um traidor que, no mínimo, mereceria um puxão de orelha de seus pares no senado.
Acompanhe a entrevista de Álvaro Dias e tire suas próprias conclusões.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Guy Fawkes, o homem por trás da máscara
Conspirador ou herói?
O rosto dele virou símbolo de revolta contra o sistema. Conheça Guy Fawkes, o homem por trás da máscara, capturado no dia 5 de novembro de 1605:
O que fez esse católico num país de maioria anglicana? Tentou matar o rei e explodir o parlamento
por Álvaro Oppermann
Preso, torturado e condenado à morte, Guy Fawkes teve os testículos e o coração arrancados, e acabou decapitado e com o corpo não só esquartejado como exposto em praça pública para apodrecer e servir de alimento aos corvos. Tudo porque ele era católico na Inglaterra (país de maioria anglicana) e decidiu participar de um complô para explodir o Parlamento, matar o rei, seqüestrar sua filha e liderar uma insurreição popular.
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Dicionário visual: máscara de Guy Fawkes
Dicionário visual: máscara de Guy Fawkes
Tudo começou quando a rainha Elizabeth 1ª mandou eliminar Mary Stuart (a primeira na linha de sucessão) porque ela era católica. Com a morte da soberana, em 1603, Jaime 1º assumiu o posto e todos acreditaram que a situação dos não-anglicanos ia melhorar. Mas o rei, bissexual e extravagante, se mostrou um fraco e, acuado por puritanos, aumentou ainda mais a perseguição religiosa.
Um grupo de católicos influentes armou um complô para matá-lo. O chefe da operação? Um soldado e aventureiro procurado por toda a Europa por causa de duelos, roubos e assassinatos políticos: Guy Fawkes. A primeira reunião dos conspiradores ocorreu em 1604, na taverna Duck and Drake. O plano era simples: Fawkes cuidaria de colocar 36 barris de pólvora sob o Parlamento, enquanto parceiros fariam um levante no norte da ilha e seqüestrariam a princesa, para convertê-la ao catolicismo. Mas havia um dedo-duro no bando e, na noite de 5 de novembro de 1605, data escolhida para o atentado, o serviço secreto inglês já sabia de tudo.
Não foi do jeito que ele imaginava, mas Fawkes entrou para a história. Exatamente um ano depois do ataque fracassado, centenas de fogueiras foram acesas nas ruas de Londres em protesto contra o rei. Mais tarde, o 5 de novembro virou feriado nacional. Nos anos 70, o anti-herói virou ídolo dos punks, que pichavam seu nome nos muros. E em 1982 o roteirista Alan Moore e o desenhista David Lloyd criam a graphic novel V for Vendetta, cujo herói - um vingador mascarado, vítima de experiências genéticas - luta contra um estado totalitário. Finalmente, em 2002, uma pesquisa realizada pela BBC mostrou que ele era a 30ª personalidade inglesa mais lembrada. Fawkes vive.
Grandes momentos
Nasce em 1570, em família anglicana e se converte ao catolicismo aos 18. Morre em 31 de janeiro de 1606.
Em 1588, junta-se à armada espanhola contra os ingleses e adota o nome Guido Fawkes. Cinco anos depois, alista-se no exército do arquiduque da Áustria.
Os católicos ingleses recuperam o direito ao voto em 1829 e o 5 de novembro vira o Guy Fawkes Day, feriado nacional.
Em 1977, Johnny Rotten, líder da banda Sex Pistols, chama-o de precursor do anarquismo punk.
O filme V for Vendetta, do produtor de Matrix e inspirado na HQ de Alan Moore, tem estréia prevista para março na Inglaterra.terça-feira, 5 de novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
Pink Bloc
Manifesto PINK BLOC
Rafucko
MANIFESTO PINK BLOC
O PINK BLOC não é um grupo deliberadamente hostil. Nossa luta é contra o patriarcado, o machismo, a homofobia, a transfobia e as organizações opressoras da felicidade humana.
O PINK BLOC é organizado de forma horizontal, descentralizada, vertical, de frente e de costas. Não temos líderes e não somos necessariamente monogâmicos. Por acreditarmos que o amor é um sentimento anárquico por natureza, resolvemos radicalizar. Se você vive alguma forma de amor não-tradicional, é um PINK BLOC em potencial.
Declaramos inimigos quaisquer meios de repressão e/ou opressão, sejam essas de caráter físico ou psicológico. Eles, mais do que ninguém, precisam do choque de amor.
A corporação policial do RJ tem, por meio de suas ações, um papel opressor e repressor. Repudiamos qualquer tipo de violência, apesar de acharmos que seus bumbuns ficam lindos naqueles uniformes.
Ações diretas do PINK BLOC:
- Glittervandalismo em símbolos do patriarcado
- Choque de amor anti-machismo
- Barricada laica contra igrejas que tentam avançar no cenário político
- Atos de felicidade explícita
O PINK BLOC é uma manifestação de cunho político, que pretende trazer as pautas políticas para a festa LGBT e vice-versa.
JUNTE-SE AO PINK BLOC! TRAGA GLITTER!
Do blog Maria Da Penha Neles
Rafucko
MANIFESTO PINK BLOC
O PINK BLOC não é um grupo deliberadamente hostil. Nossa luta é contra o patriarcado, o machismo, a homofobia, a transfobia e as organizações opressoras da felicidade humana.
O PINK BLOC é organizado de forma horizontal, descentralizada, vertical, de frente e de costas. Não temos líderes e não somos necessariamente monogâmicos. Por acreditarmos que o amor é um sentimento anárquico por natureza, resolvemos radicalizar. Se você vive alguma forma de amor não-tradicional, é um PINK BLOC em potencial.
Declaramos inimigos quaisquer meios de repressão e/ou opressão, sejam essas de caráter físico ou psicológico. Eles, mais do que ninguém, precisam do choque de amor.
A corporação policial do RJ tem, por meio de suas ações, um papel opressor e repressor. Repudiamos qualquer tipo de violência, apesar de acharmos que seus bumbuns ficam lindos naqueles uniformes.
Ações diretas do PINK BLOC:
- Glittervandalismo em símbolos do patriarcado
- Choque de amor anti-machismo
- Barricada laica contra igrejas que tentam avançar no cenário político
- Atos de felicidade explícita
O PINK BLOC é uma manifestação de cunho político, que pretende trazer as pautas políticas para a festa LGBT e vice-versa.
JUNTE-SE AO PINK BLOC! TRAGA GLITTER!
Do blog Maria Da Penha Neles
sábado, 2 de novembro de 2013
Sem os “diferentes” haveria uma teocracia
Bullying é a confirmação da intolerância.
A sociedade brasileira tem nos apresentado, com abundância e regularidade, inúmeros casos de bullying e perseguição religiosa. Para mim, ambos são frutos da intolerância, característica marcante de nossa sociedade.
Perseguir e atacar os “diferentes” sempre foi a norma nas sociedades baseadas em crenças religiosas. Não poderia ser diferente com a nossa, afinal, fomos uma teocracia durante os primeiros 400 anos de nossa história.
O cristianismo que moldou a nossa sociedade não foi aquele do “amar ao próximo” e “oferecer a outra face”. Ao contrário. O desrespeito e a intolerância aos “diferentes” sempre fizeram parte dos seus ensinamentos.
Não é de se admirar que o Estado laico seja constantemente vilipendiado por fanáticos religiosos. O Estado é laico, mas a sociedade, não. A sociedade de hoje é o resultado de cinco séculos de dominação cristã; cinco séculos de ensinamentos fanatizantes, alienantes e preconceituosos; cinco séculos de intolerância. O bullying nada mais é que a expressão, a manifestação, a confirmação dessa intolerância.
Pretender ter a verdade suprema e absoluta, indignar-se com aqueles que não a aceitam e aponta-los como exemplos a não serem seguidos é um comportamento absolutamente esperado. Não há motivo de espanto em relação a essas atitudes.
Os intolerantes, assim como os cristãos, são a maioria; e eles se protegem. Todos fazem parte do mesmo grupo: o professor, o diretor, o policial, o juiz, o vereador, o deputado. Todos concordam que não há mal em seguir as palavras do altíssimo, pelo contrário: é dever do cristão espalha-la e combater os infiéis, os incrédulos.
Que bom que existem os “diferentes”! Sem eles não haveria Estado laico, não haveria diversidade religiosa, não haveriam outros pontos de vista.
Sem os “diferentes” haveria uma teocracia
.http://www.paulopes.com.br/2012/03/intolerantes-religiosos-sao-maioria-e.html#.UnTuNPmcwtB
A sociedade brasileira tem nos apresentado, com abundância e regularidade, inúmeros casos de bullying e perseguição religiosa. Para mim, ambos são frutos da intolerância, característica marcante de nossa sociedade.
Perseguir e atacar os “diferentes” sempre foi a norma nas sociedades baseadas em crenças religiosas. Não poderia ser diferente com a nossa, afinal, fomos uma teocracia durante os primeiros 400 anos de nossa história.
O cristianismo que moldou a nossa sociedade não foi aquele do “amar ao próximo” e “oferecer a outra face”. Ao contrário. O desrespeito e a intolerância aos “diferentes” sempre fizeram parte dos seus ensinamentos.
Não é de se admirar que o Estado laico seja constantemente vilipendiado por fanáticos religiosos. O Estado é laico, mas a sociedade, não. A sociedade de hoje é o resultado de cinco séculos de dominação cristã; cinco séculos de ensinamentos fanatizantes, alienantes e preconceituosos; cinco séculos de intolerância. O bullying nada mais é que a expressão, a manifestação, a confirmação dessa intolerância.
Pretender ter a verdade suprema e absoluta, indignar-se com aqueles que não a aceitam e aponta-los como exemplos a não serem seguidos é um comportamento absolutamente esperado. Não há motivo de espanto em relação a essas atitudes.
Os intolerantes, assim como os cristãos, são a maioria; e eles se protegem. Todos fazem parte do mesmo grupo: o professor, o diretor, o policial, o juiz, o vereador, o deputado. Todos concordam que não há mal em seguir as palavras do altíssimo, pelo contrário: é dever do cristão espalha-la e combater os infiéis, os incrédulos.
Que bom que existem os “diferentes”! Sem eles não haveria Estado laico, não haveria diversidade religiosa, não haveriam outros pontos de vista.
Sem os “diferentes” haveria uma teocracia
.http://www.paulopes.com.br/2012/03/intolerantes-religiosos-sao-maioria-e.html#.UnTuNPmcwtB
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Brasil reduz seis vezes número de miseráveis, mas ainda é antepenúltimo em ranking de desigualdade
O Brasil alcançou as maiores economias do mundo e conseguiu reduzir consideravelmente o desemprego, segundo um estudo realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). No entanto o esforço feito para reduzir a desigualdade ainda tem um longo caminho pela frente.
De acordo com o relatório, de 184 páginas, a população em estado de pobreza absoluta (ganha menos de US$ 2 ao dia) caiu de 29,22% em 1995 para 5,9% em 2012, cerca de seis vezes. A maior queda aconteceu a partir de meados dos anos 2000. A desigualdade, medida pelo índice Gini, também caiu nesse período, mas o Brasil ainda está em antepenúltimo lugar entre 69 países. Segundo a OCDE, no ritmo atual, serão necessários pelo menos 20 anos para que o País atinja os níveis registrados nos Estados Unidos, que é uma das economias mais desiguais da organizaçãoO gargalo para melhorar a empregabilidade dos jovens é a educação. O nível de instrução vem crescendo no Brasil, mas o alto número de abandonos escolares aumenta a desigualdade e deixa o capital humano abaixo dos padrões da OCDE.
Segundo a organização, 55% das crianças brasileiras de quatro anos se encontram matriculadas em programas de educação da primeira infância, mas a média da OCDE é de 79%.
Em 2010, o Brasil investiu 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, abaixo da média de 6,3% dos países da organização, apesar de ter uma proporção de jovens dentro na população acima da maioria dos países do grupo
..http://serto9.blogspot.com.br/2013/10/brasil-reduz-seis-vezes-numero-de.html
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