sábado, 2 de novembro de 2013

Sem os “diferentes” haveria uma teocracia

Bullying é a confirmação da intolerância.

A sociedade brasileira tem nos apresentado, com abundância e regularidade, inúmeros casos de bullying e perseguição religiosa. Para mim, ambos são frutos da intolerância, característica marcante de nossa sociedade.

Perseguir e atacar os “diferentes” sempre foi a norma nas sociedades baseadas em crenças religiosas. Não poderia ser diferente com a nossa, afinal, fomos uma teocracia durante os primeiros 400 anos de nossa história.

O cristianismo que moldou a nossa sociedade não foi aquele do “amar ao próximo” e “oferecer a outra face”. Ao contrário. O desrespeito e a intolerância aos “diferentes” sempre fizeram parte dos seus ensinamentos.

Não é de se admirar que o Estado laico seja constantemente vilipendiado por fanáticos religiosos. O Estado é laico, mas a sociedade, não. A sociedade de hoje é o resultado de cinco séculos de dominação cristã; cinco séculos de ensinamentos fanatizantes, alienantes e preconceituosos; cinco séculos de intolerância. O bullying nada mais é que a expressão, a manifestação, a confirmação dessa intolerância.

Pretender ter a verdade suprema e absoluta, indignar-se com aqueles que não a aceitam e aponta-los como exemplos a não serem seguidos é um comportamento absolutamente esperado. Não há motivo de espanto em relação a essas atitudes.

Os intolerantes, assim como os cristãos, são a maioria; e eles se protegem. Todos fazem parte do mesmo grupo: o professor, o diretor, o policial, o juiz, o vereador, o deputado. Todos concordam que não há mal em seguir as palavras do altíssimo, pelo contrário: é dever do cristão espalha-la e combater os infiéis, os incrédulos.

Que bom que existem os “diferentes”! Sem eles não haveria Estado laico, não haveria diversidade religiosa, não haveriam outros pontos de vista.

Sem os “diferentes” haveria uma teocracia
.http://www.paulopes.com.br/2012/03/intolerantes-religiosos-sao-maioria-e.html#.UnTuNPmcwtB




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