quinta-feira, 26 de junho de 2014

A "geração todynho" e a Copa no Brasil

Não adianta estar estudando em faculdade, não adianta ter dinheiro, não adianta usar roupas de marca e não adianta botar pano na cara ou pintar o rosto e sair por aí em atos de violência quebrando, ferindo, e quando não matando.
O que vale é a educação e a educação de berço é a que mais conta.

Pessoas educadas reclamam sim, mas não entoam xingamentos de baixo calão e nem se utilizam da violência e da destruição em suas manifestações para denegrir a honra das pessoas e muito menos para inutilizar o patrimônio público.

Mas isso tudo porque os seus candidatos carecem de feitos e de projetos e sem alternativas esses baderneiros descambam para a violência e apelam para ignorância.
E entram em contradição quando criticam os gastos com a copa, usando os hospitais e as escolas como os seus bodes expiatórios para denegrir esse maravilhoso evento, que não é um gasto e sim um investimento que se traduz numa oportunidade ímpar de se propagar a imagem de um Brasil pujante e que desponta como sendo a sétima economia do mundo.

Portanto, na verdade, não clamam por hospitais e muito menos por escolas.
O que eles querem mesmo é usar isso como chantagem, pois não são os pobres que estão nos espaços públicos fazendo arruaças, mas sim os mauricinhos e as patricinhas, travestidos de pitgirls e de pitboys, que junto com alguns da mídia pregam um caos que não existe.

Vale ressaltar que o atual governo investe muito em educação e em saúde, mesmo não contando mais com os recursos da CPMF, irresponsavelmente tirada pelos opositores para prejudicar o governo atual, com o intuito de escassear os investimentos para a área da saúde. No popular, eles tiram o picolé da boca da criança e depois ainda batem nela.

Mas o que todos precisam saber é que, embora o governo não disponha mais da CPMF, que era um imposto taxado principalmente aos mais ricos, assim mesmo ele remanejou recursos e aumentou em muito os valores para essas duas tão importantes áreas e, além do que, as verbas destinadas a educação e a saúde pública vão para os estados e para os municípios, respectivamente, aos governadores e aos prefeitos, que são os que devem ser cobrados pela sua boa aplicação.

O governo federal, consequentemente, está fazendo a sua parte e inclusive está contratando mais médicos, porque essa é a medida de maior necessidade na área da saúde e, portanto, o seu maior gargalo.

No tocante a copa, estão aí prontas todas as arenas e não acreditavam que fossem construídas a tempo, a exemplo de uma revista que jogou a prontificação dos estádios para as calendas, para não antes de 2038.

O governo provou que tem capacidade, embora com todas as ações contrárias superou as adversidades e fez acontecer em todas as áreas e isso é uma prova real de que esse governo é laborioso e competente.
E os benefícios, tanto sociais, quanto turísticos, advindo da Copa são consideráveis. Absorveu muita mão de obra. E não foram só as arenas, foram também os aeroportos, os corredores viários, os hotéis, etc.

Por fim, os apregoadores do "não vai ter copa" se esforçaram muito e se somaram a eles a mídia e outras forças externas, mas não conseguiram instalar o caos e o que se vê é uma brilhante festa, acontecendo dentro das expectativas.

O lucro, portanto, está sendo muito maior do que o gasto e valeu o investimento, principalmente porque ficam todos esses benefícios para o usufruto do povo brasileiro, tanto as arenas quanto tudo o que foi construído na área viária, na hoteleira e, principalmente, na aeroportuária.

terça-feira, 24 de junho de 2014

A incrível pirâmide flutuante do "Fantástico" (e outras bobagens)



Por Carlos Cardoso
O Fantástico prestou (mais um) enorme desserviço à população. Em uma matéria que envergonharia o History Channel apresentaram uma “comunidade esotérica” na Serra do Roncador famosa por suas sessões de cura.

Controlada por uma cidadã que atende pelo incrivelmente humilde título de “Deusinha”, o grupo pratica a nobre arte de separar otários de seu dinheiro, vendendo promessas vazias de curas milagrosas, via pacotes de R$ 700,00 que envolvem as clássicas “cirurgias espirituais”. Você sabe, aquele truque barato de mágica onde um prestidigitador finge que está enfiando a mão dentro do sujeito e tirando o câncer, a diabetes e em alguns casos a… a Aorta.

Os picaretas do Fantástico (sorry, não merecem ser chamados de Jornalistas) perguntaram aos místicos se poderiam recolher amostras dos tecidos e sangue removidos dos pacientes miraculosamente curados. A resposta?

“Nós do grupo entendemos que fazer a biopsia seria pedir uma comprovação daquilo que o mestre está mostrando para nós. Hoje nós não estamos liberando, te dando o material para você levar para biopsia em função disso. Porque nós entendemos que é um respeito e um amor pela atitude do mestre.”
Exato. Fazer a biópsia seria pedir uma comprovação. Isso se chama CIÊNCIA.

Não satisfeito o Fantástico achou uma das fiéis do tal grupo que por acaso é médica. Geriatra. Vejam o diálogo:

Fantástico: “E você está certa de que era carne aquilo e de que era sangue?”
Elisabeth Teixeira: “Sim, sim.”

Fantástico: “O que a senhora viu é realmente sangue? É secreção humana?”
Fernanda Campos, médica cirurgiã: “É sangue, é secreção humana, e é tecido realmente do fígado, se operar o fígado, é tecido hepático, é tecido pancreático, é tecido gástrico. Depende onde o mestre vai fazer a vibração de cura.”
Ou seja: ela é capaz de identificar fragmentos de tecido de diversos órgãos e determinar se uma secreção é humana ou animal apenas olhando. Essa mulher merece um Nobel da Medicina. Ou uma comissão de ética do Conselho.

O tal grupo do Santuário Místico do Roncador diz seguir uns tais Mestres Intraterrenos, que moram nos subterrâneos e/ou além de um portal interdimensional que existe dentro de uma caverna. A tal “Deusinha” é a única que escuta os tais Mestres, através do ouvido surdo.

A chamada da Globo foi de uma má-fé atroz, é impossível que tanto desconhecimento científico exista, e a própria matéria contradiz a chamada:

Elas flutuam? Com certeza, não é truque, os curandeiros deixam os jornaleiros passarem uma corda em volta para demonstrar como não há nada físico entre as pirâmides de alumínio de 400 kg e as 4 bases. Para os desenganados que jogam dinheiro fora financiando essa gente parece realmente impressionante. Se esses desenganados quiserem muito acreditar, num nível Fox Mulder sobre aliens ou eu que a Luciana Vendramini vai me ligar desejando feliz aniversário, claro.

Em um raro momento de lucidez o jornaleiro da Globo desvenda o truque, mas nem percebe, quando diz:

“A pirâmide parece realmente estar solta, suspensa por um campo magnético.”
Sim, seu fugitivo da escola primária que passou a infância soltando pipa no ventilador. QUALQUER CRIANÇA que já desmontou um alto-falante para brincar com imãs sabe disso. É o truque mais velho do mundo. É ciência básica, magnetismo descrito por Tales de Mileto em 600 AC. PIOR, enquanto em 2014 você se DESLUMBRA com um brinquedo de criança, em 600 AC um GÊNIO indiano chamado Sushruta Samhita não só entendia imãs como os usava como ferramenta. Ele era médico e removia farpas e estilhaços de metal de seus pacientes. Com imãs. Entendeu o PORQUÊ de a Índia ter um programa espacial de verdade?

As tais pirâmides (note que estou abusando do pejorativo “tal”) estão contidas por barras de ferro, para que não sejam repelidas lateralmente, como todo mundo que brincou com imãs (você não, jornaleiro da Globo) sabe. Eles até removem as barras e demonstram a pirâmide sair de alinhamento e cair.

A bobagem, claro, é a cura de todos os males:

Dalvan David Luvison: “Ela faz a cura em qualquer tipo de doença.”
Fantástico: “Qualquer tipo de doença?”
Dalvan David Luvison: “Qualquer tipo.”
Fantástico: “Mesmo doenças graves?”
Dalvan David Luvison: “Sim. Doenças médias, leves e graves. Não em um estado muito adiantado, que não tem mais condições, mas qualquer tipo de doença. Porque essas ondas tem todos os comprimentos, frequências e amplitudes de ondas. Então é tipo uma radioterapia natural da Terra.”
Se a tal pirâmide gera ondas eletromagnéticas com todos os “todos os comprimentos, frequências e amplitudes de ondas” então ela tem energia infinita. Podiam vender pro Al Gore. E ganhar um Nobel por desmentir todo o conhecimento de Física contemporâneo.

Um físico foi aporrinhado pelo Fantástico, e obviamente em 5 s deduziu o funcionamento do brinquedo, fez até um modelo em laboratório demonstrando a tal pirâmide flutuante, que o Fantástico INSISTE em tratar como mistério. Geraldo Magela, o cientista em questão teve sua fala editada e quando ele diz que a tal pirâmide NÃO está sob efeito de um campo magnético natural fica parecendo que ele defende a picaretagem.

O que ele quis dizer é que se fosse o campo magnético da Terra todo mundo estaria levitando, pois um campo forte assim agindo universalmente afetaria todo tipo de molécula diamagnética, como a água em nossos corpos. Tipo isto: um sapo flutuando em um campo magnético.

A “reportagem” chega ao cúmulo de dizer:

“Para o professor, trata-se de um truque.”
Não só pra eles, Fantástico. Pra qualquer um com mais de dois neurônios e/ou uma infância decente.

Ao deixar na dúvida a ciência e não questionar os esquemas de cura e as pirâmides mágicas o Fantástico praticamente assinou embaixo do esquema todo. O número de visitantes aumentará imensamente. Textos como este serão raros e considerados chatos, obra de gente que não aceita que exista “algo mais”, mesmo que não aceitar o algo mais signifique não acreditar em truques de salão.

O Fantástico, ou por má-fé ou ignorância ou os dois se deslumbrou com truques de aula de ciência de escola pública, e nem é da Escola Municipal Tancredo Neves, onde para desespero das pedagogas paulofreirianas em vez de aprender a odiar o capitalismo e denunciar a exploração do homem pelo homem, os alunos estão criando um microssatélite, com direito a apoio da NASA.

Não é magia, Fantástico, é Ciência, e é capaz de produzir demonstrações muito mais impressionantes do que os picaretas que vocês tanto gostam.

Tentando um fiapo de jornalismo o Fantástico perguntou aos místicos se podiam levar um cientista para examinar as pirâmides. A resposta:

“O Santuário respeita a ciência, mas que as informações em torno das pirâmides são mais complexas do que lhes é permitido revelar, por respeito à hierarquia dos Seres de Luz, ou seja, dos mestres do mundo intraterreno.”
A reportagem terminou com uma nota de esperança. Ao menos UM dos envolvidos nessa pataquada respeita a Ciência.

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Milícos jurássicos do Clube Militar do RJ desesperados!- primeira mulher a presidir Superior Tribunal Militar promete defesa de diretos dos homossexuais

A nova presidenta do STM promete digitalizar todos os arquivos do tribunal, inclusivem  os do tempo da ditadura iniciada em 1964.
 
Pouco antes da cerimônia de posse na presidência do Superior Tribunal Militar, a ministra Maria Elizabeth Rocha, primeira mulher a ocupar o posto, afirmou nesta segunda-feira que a defesa dos direitos dos homossexuais continuará sendo uma bandeira sua no exercício da função. A ministra notabilizou-se por decisões neste sentido, como a que permitiu a uma servidora incluir sua acompanhante no plano de saúde.
Bruno Peres/CB/D.A Press - 29/7/08. O casal Fernando e Laci sofreu repressão no Exército: apelação a instância internacional após julgamento no STM. Correio Braziliense, Brasília, 03 de jun. 14.
“Há uma flagrante discriminação, nós sabemos, não só dos militares, mas de toda a sociedade brasileira, com relação à orientação sexual. E isso é uma bandeira que eu sempre levantei e vou continuar levantando em favor da igualdade de direitos”, afirmou.
Maria Elizabeth Rocha diz que uma das prioridades de sua gestão é promover a digitalização de todos os processos da Corte, desde 1808. Pretende ainda trabalhar para que seja incluído no Conselho Nacional de Justiça um representante das cortes militares.

domingo, 15 de junho de 2014

A humilhação reelege Dilma

Os xingamentos mal educados, desqualificados, chulos, ocorridos no Itaquerão nesta quinta-feira (12), podem significar a retomada da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. O povo brasileiro, no seu instinto maior de solidariedade aos sofridos, por serem em sua maioria também sofridos, pode não perdoar o que foi feito ao Brasil, na figura da presidenta da República.

A presidenta respondeu o que tinha que responder. Seus sofrimentos no corpo e na vida, sentidos no momento mais duro que o Brasil passou, foram grandes. Mas o sofrimento pela humilhação, representando seu país perante chefes de estado de outras nações, pode não ser respondido apenas por ela, mas também pelo povo brasileiro, na ânsia de defender a nação. A resposta pode vir pelas urnas eleitorais.

Se uma elite mal educada, não civilizada, quer o poder pelo poder, o que será do povo sofrido? As manifestações que vêm acontecendo no Brasil não são contra o governo, mas, sim, contra todos os poderes. O povo que vive com todas as dificuldades e que, neste momento, poderia também estar junto aos jogadores nos estádios para torcer pelo Brasil, foi impedidos pelo poder. Poder, aqui exposto, dos poderosos das multinacionais, dos bancos e da Fifa, esta entidade que os ingleses dizem que se identifica com a corrupção. Só puderam assistir aos jogos os amigos deste poder - os patrocinadores e a federação de futebol.

Este momento em que o povo é alijado de participar do esporte que o Brasil se identifica no mundo inteiro como sendo apaixonado, o país do futebol, mostra ao mundo que a nação vem sendo dominada pela corrupção, onde o corruptor é o venal eterno que mancha a nação há mais de 50 anos.

O escândalo da Petrobras mostra o quanto esses poderosos são quase eternos. Hoje, a imprensa informa que a Polícia Federal identifica empresas depositando na conta de doleiro, com o corrupto maior indicado para dirigir a Petrobras no esquema político vigente pelos partidos que estão no poder há mais de 30 anos.

As humilhações, os xingamentos de baixo nível, podem exigir uma solidariedade dos que sofrem à Dilma Rousseff. Augusto Frederico Schmidt, jornalista e poeta da segunda geração do Modernismo, costumava dizer que sofrer passa, ter sofrido não passa nunca.

http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2014/06/14/a-humilhacao-reelege-dilma/?fb_action_ids=682660415102621&fb_action_types=og.recommends

Discurso final de Charles Chaplin no filme O Grande Ditador


Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar, se possível,  judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver pela felicidade dos outros, não pela miséria dos outros. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

sábado, 14 de junho de 2014

Inscrições do ProUni sobem 50%; maioria inscrita é mulher e negra

O Ministério da educação diviulga a primeira parcial dos inscritos no Programa Universidade para Todos (ProUni) e indica aumento de 50%. Nesta edição, registrou 653.992 estudantes se inscreveram. Em relação à mesma edição de 2013, quando 436.941 se candidataram. O resultado da primeira chamada será divulgado no domingo (15), no site do ProUni. 


O programa é dirigido a egressos do ensino médio da rede pública ou da rede particular, na condição de bolsistas integrais.

De acordo com o MEC, as mulheres foram maioria, 384.063 candidatas (59% do total). A maior parte dos candidatos é negra, 62,6%, 409.527 inscritos. Os brancos representam 34,9%; amarelos, 2,4%. Apenas 0,1%, 853 candidatos, declararam-se indígenas. Al;em disso, o programa atraiu os jovens: 392.329 (60%) dos inscritos têm entre 18 e 24 anos; 98.828 (15%), de 25 a 30 anos e 71.952 (11%), menos de 17 anos. Apenas 4% têm mais de 40 anos (26.102).

O Ministério ainda informou que o programa ofereceu bolsas de estudos integrais e parciais (50% da mensalidade) em instituições particulares de educação superior que tenham cursos de graduação e sequenciais de formação específica.

Para participar


O estudante precisa comprovar renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio para a bolsa integral e de até três salários mínimos para bolsa parcial.

Esta edição do programa ofertou 115.101 bolsas, 28% a mais que no mesmo período do ano passado. As bolsas para engenharias quase dobraram, serão 12.362 nesses cursos. Os demais favoritos estão entre as maiores ofertas: administração (13.168), direito (7.887) e pedagogia (7.725).

Veja abaixo o cronograma do ProUni:

Resultado da primeira chamada: 15 de junho
Comprovação de informações: de 16 a 24 de junho
Resultado da segunda chamada: 4 de julho
Comprovação de informações: de 4 a 11 de julho
Adesão à lista de espera: 21 e 22 de julho
Comprovação de informações dos candidatos em lista de espera: 29 e 30 de julho 

http://www.vermelho.org.br/noticia/244129-1
Da Redação em São Paulo
Com informações do Ministério da Educação


domingo, 8 de junho de 2014

CONTRA A ABSURDA LEI DA PALMADA


Por Joel Pinheiro da Fonseca

Você é a favor de que pais mantenham seus filhos em cárcere privado, sem água, comida e brinquedo, por dias a fio? Não? Então você tem que defender a proibição do castigo no quarto quando ele for malcriado. Colocar no quarto ou no cantinho é uma violência similar à do sequestro.

Achou meio exagerado? É exatamente esse o raciocínio que justificou a Lei da Palmada, ou Lei do Menino Bernardo. Dar uma palmada é torturar; é violentar.

No mundo real, por outro lado, palmada não é tortura e não traz danos às crianças. Como documentado, por exemplo, por Judith Rich Harris em The Nurture Assumption, as evidências a esse respeito em geral não controlam variáveis básicas (ex: influência genética, cultura do meio infantil do qual a criança participa, etc.) e descartam interpretações alternativas: crianças são mais violentas porque apanham mais ou apanham mais porque são mais violentas?

Quando têm algum rigor, os resultados são fracos, e sempre do tipo: crianças que levam palmada podem ser um pouco mais briguentas.

Mas veja: mesmo que haja algumas consequências negativas, nem por isso se segue que a palmada jamais deva ser usada. A necessidade de controlar a criança no presente pode justificar um pequeno desvio de comportamento futuro. (Ou por acaso é um dever moral deixar que os pimpolhos dominem o lar?) Esse tipo detrade-off é normal na criação dos filhos.

Peguemos exemplos de outras áreas. Ao levar o filho para a praia ou para uma piscina, os pais estão conscientemente aumentando o risco de morte da criança. Mesmo assim, julgam que a diversão daquele momento justifica o risco. Ao levar o filho para a casa da avó pra passar a noite, os pais voluntariamente aumentam as chances de o filho morrer ou de ter sequelas pela vida toda (ao colocá-lo num carro) para que possam desfrutar uma noite a dois. É tão horrível assim? Não. É natural.

Pequenos riscos e danos fazem parte da vida, e podem ser justificados por ganhos significativos em outras áreas. Da mesma forma, manter a paz no presente pode justificar um microaumento da probabilidade de que o filho arrume briga no parquinho.

A palmada é apenas uma alternativa para coibir maus comportamentos. Não é das melhores. Depender menos dela é bom. Aliás, quanto mais palmada se dá, menos eficaz ela se torna. Sua vantagem é ser uma punição imediata com baixo custo e alto poder de coibir malcriação. O castigo, a conversa séria, o "tirar brinquedos" também funcionam em diferentes contextos, mas todos exigem mais tempo e esforço dos pais, que às vezes estão exaustos demais. Às vezes, nada como uma boa palmada, ainda que não seja a ferramenta ideal.

Palmada é como ter um pneu remoldado de estepe. Pior e menos seguro, mas, quando necessário, quebra um galho; melhor com ele do que sem.

O ideal da criação sem palmada pode até ser admirado, mas na maioria dos casos não é realista e por isso não deveria em hipótese alguma ser obrigatório. A proibição só serve para abolir uma ferramenta dos pais, tornando a criação dos filhos algo mais cansativo, sem dar nada em troca. Com essas e outras neuroses perfeccionistas que assolam a relação entre pais e filhos, dá pra entender por que ninguém mais quer tê-los.

A proibição depende de imaginar um mundo fantasioso da infância perfeita; trata-se de algo similar à mentalidade que proibiu a propaganda infantil (que, como todo mundo sabe de primeira mão, é coisa inofensiva). Nesse sentido, a escolha da Xuxa como garota-propaganda foi perfeita: uma eterna adolescente que vive num mundo de fantasias infantis e conta com serviçais para toda e qualquer tarefa; e cuja filha, aos 15 anos, ainda tem babá.

O conteúdo da lei é só o começo dos problemas. É preciso implementar a proibição. E como é que a Justiça vai descobrir se a palmada ainda vigora nos lares? A princípio, é mais uma lei que não pegará.

Ou será que o estado vai levá-la a sério? Nesse caso, e na ausência de Fiscais da Família visitando-nos toda semana pra interrogar as crianças (ainda é cedo pra isso — quem sabe em 2050), a única saída é estimular a cultura da delação. Seus vizinhos, seus parentes, seus conhecidos; não arrume confusão com eles, ou já sabe…

Ensinamos as crianças a recorrerem à autoridade ao primeiro sinal de conflito, como se fosse um reflexo. Agora instaremos os adultos a fazê-lo também. Não é a primeira vez. Pode ter certeza de que interessa ao estado quebrar laços de confiança entre as pessoas. Quanto mais as pessoas confiam umas nas outras, menos o poder estatal é necessário. Já tivemos os Fiscais do Sarney, agora podemos ressuscitá-los, não para multar comerciantes, mas para arruinar famílias. Belo e moral!

Entre a lei que não pega e a vigilância totalitária, minha mulher apontou uma terceira alternativa, e essa é minha aposta. Para o grosso das pessoas, a lei não vai pegar. A vida seguirá como sempre. O custo social da implementação é alto demais. Mas, de vez em quando, quando um conflito ou desavença surgir, apossibilidade de delatar a palmada às autoridades será mais uma opção do cardápio; mais uma tática possível no arsenal de militantes bem-intencionados ou vizinhos invejosos. Virá à tona especialmente em disputas virulentas pela guarda dos filhos.

A Lei do Menino Bernardo entrará, assim, no rol das leis hipócritas: aquelas que ninguém espera que sejam seguidas, mas que continuam valendo quando convém. Como a Lei Seca. Desastrosa se aplicada de verdade, ela é aplicada arbitrariamente, de vez em quando. Sobrevive como um pequeno exercício de poder para ferrar a vida de algum azarado.

Agora não há mais escolha: ou se opera no (suposto) ideal, ou se está quebrando a lei e pode-se perder a guarda dos filhos e até mesmo ir para a cadeia por um período de 1 a 4 anos.

Mas me digam, o que será pior para uma criança: levar uma palmada no bumbum ou ser tirada à força de seus pais, dada aos cuidados da Assistência Social, ir e vir a tribunais familiares, e ser repassada a uma nova família?

Sendo assim, todo mundo que levou palmada na infância tem agora apenas duas opções: apontar o dedo na cara da mãe e dizer que ela é uma criminosa e que deveria ter sido presa, ou protestar em alto e bom som contra essa lei imbecil.

Joel Pinheiro da Fonseca é mestre em filosofia, editor da revista Dicta&Contradicta e escreve no blog Ad Hominem.

sábado, 7 de junho de 2014

O legado de Joaquim Barbosa, um antibrasileiro



Por Paulo Nogueira

Uma saída que eleva o Brasil

Se for confirmada a aposentadoria de Joaquim Barbosa para junho, chegará ao fim uma das mais trágicas biografias do sistema jurídico brasileiro.

O legado de Barbosa resume-se em duas palavras absolutamente incompatíveis com a posição de juiz e, mais ainda, de presidente da mais alta corte nacional: ódio e vingança. Foi a negação do brasileiro, um tipo cordial, compassivo e tolerante por natureza.

A posteridade dará a ele o merecido espaço, ao lado de personalidades nocivas ao país como Carlos Lacerda e Jânio Quadros.

Barbosa acabou virando herói da classe média mais reacionária do Brasil e do chamado 1%. Ao mesmo tempo, se tornou uma abominação para as parcelas mais progressistas da sociedade.

É uma excelente notícia para a Justiça. Que os jovens juízes olhem para JB e reflitam: eis o que nós não devemos fazer.

O que será dele?
Dificuldades materiais Joaquim Barbosa não haverá de ter. O 1% não falha aos seus.

Você pode imaginá-lo facilmente como um palestrante altamente requisitado, com cachês na casa de 30 000 reais por uma hora, talvez até mais. Com isso poderá passar longas temporadas em Miami.

Na política, seus passos serão necessariamente limitados. Ambições presidenciais só mediante uma descomunal dose de delírio.

Joaquim Barbosa é adorado por aquele tipo de eleitor ultraconservador que não elege presidente nenhum.

Ele foi, na vida pública brasileira, mais um caso de falso novo, de esperanças de renovação destruída, de expectativas miseravelmente frustradas.

Que o STF se refaça depois do trabalho de profunda desagregação de Joaquim Barbosa em sua curta presidência.

Nunca, desde Lacerda, alguém trouxe tamanha carga de raiva insana à sociedade a serviço do reacionarismo mais petrificado.
Que se vá – e não volte a assombrar os brasileiros.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-legado-de-joaquim-barbosa/

terça-feira, 3 de junho de 2014

AUSTERIDADE CAPITALISTA CAUSA PROTESTOS EM TODA EUROPA

Povos condenam União Europeia da austeridade e da desigualdade

Uma torrente de protesto varreu a generalidade dos países da União Europeia, esvaziando os partidos sociais-democratas e conservadores, cuja maioria no Parlamento Europeu está hoje mais reduzida que nunca.

Na Alemanha, os democratas-cristãos e os sociais-cristãos (CDU/CSU) venceram com 35,3 por cento dos votos, elegendo um total de 34 deputados, contra 37,9 por cento e 42 deputados somados pelos dois partidos em 2009. Os sociais-democratas, apesar de participarem no governo Merkel, recuperaram eleitorado conquistando 27,3 por cento e 27 deputados (mais 5,6 pontos percentuais e cinco deputados face a 2009). Os Verdes desceram de 12,1 para 10,7 por cento, perdendo três dos seus 14 deputados. O Die Linke (esquerda) baixou ligeiramente de 7,5 para 7,4 por cento, o que lhe terá custado um dos oito deputados de que dispunha. Resultado praticamente idêntico foi obtido pelo recentíssimo partido Alternativa para a Alemanha (AfD), uma formação criada há apenas um ano, que alcançou sete por cento e sete deputados. Entre os outros sete partidos que elegeram um deputado cada, está o partido neonazi NPD, que conseguiu pela primeira vez eleger um deputado ao Parlamento Europeu, dos 96 eleitos pela Alemanha.

Na Áustria, os conservadores do OVP lideraram o escrutínio com 27 por cento e cinco deputados (contra 30% e seis deputados em 2009), seguido de perto pelo Partido Social-Democrata (SPO), que recupera menos de meio ponto percentual (24,1%), mas consegue eleger mais um representante, num total de cinco. A extrema-direita do FPO passa de 12,7 e dois deputados para 19,7 e quatro eleitos. Os Verdes sobem de 9,5 por cento e dois deputados para 14,5 e três deputados. Por último o partido NEOS recolhe 8,1 por cento e elege um deputado.

Na Bélgica, os votos dispersaram-se por uma variedade de partidos, surgindo à cabeça a Nova Aliança Flamenga (nacionalista liberal e ecologista) com 16,35 por cento e quatro deputados, contra 6,1 por cento e um deputado em 2009. Seguiu-se o Open VLD (liberais conservadores), com 12,5 por cento e três deputados; os democratas-cristãos (CD&V) com 12,2 por cento e dois deputados; o Partido Socialista com 11,1 por cento e três deputados, o Movimento Reformador com 10,3 por cento e três deputados; o Partido Socialista Flamengo, com oito por cento e um eleito. Os verdes (Groen na Flandres e Ecolo na Valónia) recolhem respectivamente 6,4 e 4,6, elegendo um deputado cada. Por último o Centro Democrático Humanista elege um deputado (4,3%), o mesmo que a extrema-direita do Vlams Belang, que baixa de 9,8 por cento e dois deputados em 2009 para 4,3 por cento e um deputado.

Na Bulgária, o GERB (centro direita) venceu a eleição com 30,5 por cento e seis deputados, superando os 24,4 por cento e cinco deputados conquistados em 2009. Os sociais-democratas (BSP), no poder, sofrem uma pesada derrota, alcançando apenas 19 por cento e quatro deputados. O DPS, da minoria turca, sobe de 14,2 por cento e três deputados para 17,1 por cento e quatro deputados. Seguiram-se as formações «Bulgária sem Censura», com 10,6 por cento e dois deputados e o Bloco Reformista com 6,4 por cento e um deputado. Sem eleitos ficaram os nacionalistas Ataka, e o NDSV do ex-monarca Simeão.

No Chipre, os conservadores do Agrupamento Democrático (DISY), no poder, venceram com 37,7 por cento e dois deputados. Na segunda posição ficaram os comunistas do AKEL, que baixaram de 34,9 por cento para 26,9 por cento, mantendo no entanto os dois deputados. O DIKO (Partido Democrático) e o EDEK (sociais-democratas) obtiveram um deputado cada, com 10,8 por cento e 7,7 por cento (12,3% e 9,9% em 2009, respectivamente).

Na Croácia, a União Democrática Croata (HDZ), de direita, impôs-se à coligação social-democrata, liderada pelo SDP do primeiro-ministro Zoran Milanovic, recolhendo 41,4 por cento dos votos e seis deputados, contra 29,9 por cento e quatro deputados da formação do governo. O novo partido ecologista ORaH obteve 9,42 por cento dos votos e elegeu um deputado.
Na Dinamarca, o Partido do Povo Dinamarquês (DF), antieuropeísta e xenófobo, foi a formação mais votada com 26,6 por cento e quatro eleitos, seguindo-se os sociais-democratas, no poder, com 19,1 por cento e três lugares (20,9% e quatro lugares em 2009). Os liberais perderam um dos três deputados, e baixaram de 19,6 por cento para 16,7 por cento, o mesmo sucedendo com o Partido Socialista do Povo (SF), que desceu de 15,4 por cento e dois deputados para 10,9 por cento e um eleito. Também os conservadores (KF) desceram de 12,3 por cento para 9,2 por cento, mantendo o deputado. Já o movimento popular anti União Europeia (N), que integra o grupo da Esquerda Unitária Europeia, reforçou a sua votação, de sete para 8 por cento, elegendo o seu deputado.

Na Eslováquia, país em que a abstenção atingiu o recorde de 87 por cento, os sociais-democratas do SMER, do primeiro-ministro Robert Fico, ganharam a eleição com 24 por cento e quatro deputados (32% e cinco deputados em 2009), seguindo-se dois partidos democratas-cristãos (KDH e SDKU-DS), com 13,2 por cento e 7,7 por cento, respectivamente, e dois eleitos cada. Outros cinco partidos elegeram um deputado cada, designadamente, os conservadores da «Gente Comum» (OĽaNO), com 7,4 por cento, do Nova – Dohoda (6,8%), do «Liberdade e Solidariedade» (SaS), com 6,6%, e ainda dois partidos da minoria húngara, SMK-MPK e MOST-HID, com 6,5 e 5,8 por cento, respectivamente. A extrema-direita do SNS perdeu o seu deputado não indo além dos 3,6 por cento contra 5,5 em 2009.

Na Eslovénia, a direita (SDS) ganhou as eleições com 24,6 por cento e três deputados, seguindo-se a coligação Partido Popular e Nova Eslovénia (NSi-SLS), com 15,2 por cento e dois deputados. Em terceiro lugar ficou o novo partido Verjamem («Eu Acredito»), com 10,6 por cento e um deputado, à frente do partido dos pensionistas (Desus), com 9,1 por cento e dos sociais-democratas (SD) que baixaram de 18,4 e dois deputados para 8,1 por cento e um deputado.

Em Espanha, os dois maiores partidos sofreram uma hecatombe eleitoral perdendo mais de 5,2 milhões de votos e ficando juntos abaixo dos 50 por cento. O PP conseguiu 26 por cento e 16 deputados (42,2 por cento e 23 lugares em 2009) e o PSOE 23 por cento e 14 deputados (38,5 por cento e 21 deputados em 2009). Como terceira força mais votada surge a Esquerda Plural, constituída pela Esquerda Unida, Verdes e outras formações, com dez por cento dos votos e seis deputados (3,7% e dois deputados em 2009). Outra novidade foi a emergência do partido «Podemos», nascido do movimento dos indignados, que conquistou oito por cento e cinco deputados. Também a União Progresso e Democracia (UPyD) teve um progresso assinalável duplicando a votação para 6,4 por cento e elegendo quatro deputados (2,9 e um deputado em 2009). A Coligação pela Europa, que junta os partidos nacionalistas da Catalunha, País Basco, Canárias e outros, teve um ligeiro crescimento percentual (de 5,1% para 5,4%), mantendo os três deputados. A coligação «Esquerda pelo Direito a Decidir» (EPDD), que inclui, entre outros, a Esquerda Republicana (ERC), a mais votada na Catalunha, obteve quatro por cento e dois deputados. A coligação «Os Povos Decidem» (LPD), que inclui entre outros a força basca Euskal Herria Bilu (HE Bildu) e o Bloco Nacionalista Galego (BNG) elegeu um deputado com dois por cento dos votos. Finalmente a Primavera Europeia (ecologista) recolheu 1,9 por cento e elegeu um deputado.

Na Estónia, o Partido da Reforma (ER), no governo, venceu com 24,3 por cento e dois eleitos, secundado pelos liberais do Partido do Centro (KE), com 22,4 por cento e um eleito. Com um eleito cada ficaram outros três partidos, a saber: IRL (direita) com 13,9 por cento, (SDE) sociais-democratas e a lista independente de Indrek Tarand, com 13,2 por cento.

Na Finlândia, a Coligação Nacional conservadora (KOK), no poder, foi a mais votada com 22,6 por cento e três deputados (resultado similar ao de 2009), seguida pelo Partido do Centro (Kesk), com 19,7 por cento e três deputados, pelos populistas «Verdadeiros Finlandeses» (PS), com 12,9 por cento e dois deputados e pelos sociais-democratas (SDP), que baixam de 17,5 para 12,3 por cento, mantendo os dois deputados. Por seu lado, a Aliança de Esquerda (VAS) sobe de 5,9 por cento para 9,3 por cento, elegendo um deputado que integrará o GUE/NGL. Inversamente os verdes (VIHR) descem de 12,4 para 9,3 por cento e perdem um dos dois deputados. Finalmente os centristas do SFP (RKP) mantêm a votação (6,7%) bem como o seu deputado.
Na França, a Frente Nacional (extrema-direita) ficou à frente dos partidos de direita e da social-democracia, com 24,9 por cento e 24 deputados (6,3% e três deputados em 2009). Na segunda posição ficou a União para um Movimento Popular (UMP), com 20,8 por cento e 20 deputados (27,8% e 29 deputados em 2009), e o Partido Socialista, no poder, com 14 por cento e 13 deputados, a mais baixa votação de sempre dos socialistas (16,5% e 14 deputados em 2009). A coligação dos democratas «Alternativa» (UDI+MoDem) recolheu 9,9 por cento e sete deputados, seguindo-se a Europa Ecologia com 8,9 por cento e seis deputados. Finalmente a Frente de Esquerda soma 6,3 por cento e três deputados a que se junta um deputado eleito pela União do Ultramar. Em relação a 2009, a Frente de Esquerda perdeu um deputado, apesar de ter subido 0,3 pontos percentuais.

Na Grã-Bretanha, o sufrágio foi ganho pelo Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), contra a UE, tendo conquistado 24 dos 73 deputados eleitos pelo país e cerca de 27,5 por cento. O UKIP obteve assim mais dois pontos percentuais do que os trabalhistas (25,4%) e mais 3,5 pontos percentuais face aos conservadores (23,9%). Os liberais-democratas foram ultrapassados pelos Verdes, de acordo com os resultados parciais conhecidos à hora do fecho desta edição.

Na Grécia, o Syriza venceu as eleições, afirmando-se igualmente como a formação mais votada na região de Ática, que engloba Atenas e um terço do eleitorado grego, com 26,6 por cento dos votos e seis deputados. Os conservadores da Nova Democracia, no governo, obtiveram 22,7 por cento e cinco deputados (32,3% e oito deputados em 2009). Em terceiro lugar ficou o partido neonazi Aurora Dourada com 9,4 por cento e três deputados (7,15% e dois deputados em 2009), à frente dos sociais-democratas do Pasok, rebatizados de Elia (8% e dois assentos contra 36,6% e oito deputados em 2009) e do novo partido social-democrata Potami (6,6% e dois assentos). Os comunistas do KKE desceram de 8,4 para seis por cento, mas mantiveram os seus dois deputados. Por último, o partido populista e nacionalista «Gregos Independentes» obteve 3,4 por cento e um deputado.

Na Holanda, os sociais-liberais do D66 venceram o escrutínio com 15,4 por cento e quatro deputados (11,3% e três deputados em 2009). Embora praticamente empatados na votação, com 15 por cento, os democratas-cristãos conquistaram mais um deputado, num total de cinco, seguidos pelo Partido da Liberdade (PVV), de extrema-direita, liderado pelo deputado Geert Wilders, que baixou de 17 para 13,2 por cento, embora tenha mantido os seus quatro deputados. O Partido da Liberdade e Democracia (VVD), que governa com o PvdA, manteve a sua votação (11,9% e três deputados), enquanto o Partido Socialista (SP) sobe de 7,1 para 9,6 pro cento e dois deputados, superando em percentagem os sociais-democratas do PvdA, os quais, no entanto, lograram eleger três deputados. A União Cristã-SGP (protestantes calvinistas) recolheu 7,6 por cento dos votos e dois deputados, ao mesmo tempo que os Verdes perdem um dos três deputados, descendo de 8,9 para sete por cento.

Na Hungria, a direita do (FIDESZ-KDNP) venceu com 51,5 por cento e 12 deputados (56,4% e 14 deputados em 2009), seguindo-se o partido JOBBIK (a extrema-direita), com 14,7 por cento e três deputados, resultado similar ao de 2009. Em queda acentuada estiveram os sociais-democratas do MZSP, que recuaram para terceira força com 10,9 por cento e dois deputados (17,3% e quatro deputados em 2009). À Coligação Democrática, de centro-esquerda, que obteve 9,8 por cento e dois deputados, seguiram-se dois partidos ecologistas (E14-PM e LMP), com 7,2 por cento e cinco por cento, respectivamente, cada com um deputado.

Na Irlanda, uma lista de independentes liderou a votação, com 24 por cento, embora só tenha elegido um deputado. Seguiram-se os liberais-democratas do Fianna Fáil e conservadores do Fine Gael. Ambos obtiveram 22 por cento dos votos, mas o primerio elegeu dois deputados enquanto o segundo elegeu quatro. Por seu turno o Sinn Féin teve uma assinalável subida, passando de 11,2 por cento e um deputado para 17 por cento e três deputados. O Partido Verde alcançou seis por cento e um deputado.

Na Itália, o Partido Democrata (PD) teve uma acentuada subida, alcançando 40,8 por cento dos votos e 31 deputados (26,1% por cento e 22 deputados em 2009), deixando em segundo lugar o Movimento 5 Estrelas, do comediante Beppe Grillo, com 21,1 por cento e 17 deputados. Em terceiro lugar vem o partido de Berlusconi Força Itália, com 16,8 por cento e 13 deputados, a Liga do Norte com 6,1 pro cento e cinco deputados e a coligação de direita (NCD,UDC e PPI), com 4,3 e três deputados, e, por último, a «Outra Europa com Tsipras), que obtêm 4.3 por cento e três deputados.

Na Letónia, a coligação governamental «Unidade» (direita) obteve 46 por cento e quatro deputados. Em segundo lugar ficou a coligação Aliança Nacional com 14 por cento e um eleito, seguindo-se o partido Harmonia com 13 por cento e um deputado, a união de agricultores e verdes (ZZS), com oito por cento e um deputado e o partido dos Verdes (LKS) com seis por cento e um deputado.

Na Lituânia os cristãos-democratas (TS-LKD) venceram com uma diferença mínima em relação ao Partido Social-Democrata, no governo, obtendo 17,4 e 17,3 por cento, respectivamente, e dois deputados cada. Seguiram os liberais (LRLS), com 16,2 por cento e dois deputados, o partido «Ordem e Justiça», com 14,27 por cento e dos deputados, o partido trabalhista (DP), com 12,8 por cento e um deputado e, finalmente, o partido da minoria polaca (LLRA), com oito por cento e um eleito.

No Luxemburgo, os sociais-cristãos (CSV) venceram com 37,6 por cento e três deputados, enquanto os Verdes ascenderam ao segundo lugar com 15 por cento e um deputado, à frente do Partido Democrático (direita), com 14,7 e um deputado, e dos sociais-democratas, que descem de 19,4 por cento para 11,7 por cento, mas mantêm o seu deputado.
Em Malta, os trabalhistas mantiveram uma votação expressiva (53%) e elegeram mais um deputado no total de quatro. A segunda força é o partido nacionalista que desceu ligeiramente de 40,49 por cento para 40 por cento, reelegendo os dois deputados.

Na Polonia, o partido «Lei e Justiça» vence em percentagem (32,3%), mas é igualado em número de deputados pela Plataforma Cívica (PO), no governo, que baixou de votação de 44,4 por cento e 25 deputados para 31,34 por cento e 19 deputados. A aliança social-democrata (SLD) recolheu 9,5 por cento dos votos e cinco deputados, o partido dos agricultores (PSL) chega aos 7,2 por cento e cinco, e o partido da Nova Direita (KNP) chegou aos 7,1 por cento e quatro deputados.

Na República Checa, o partido de centro-direita «Ano 2011», que integra a coligação de governo com os sociais-democratas, venceu com 16,1 por cento, seguida de perto pela oposição conservadora TOP 09, com 15,5 por cento e pelos sociais-democratas (CSSD), com 14,1 por cento. Estes três partidos elegeram quatro deputados cada. Os comunistas do KSCM constituem a quarta força, com 11 por cento e três deputados (terceira força com 14,2 por cento e quatro deputados em 2009). Seguiram-se os democratas-cristãos (KDU-CSL), com dez por cento e três deputados e, por último, os democratas cívicos (ODS) com 7,7 por cento e dois deputados (31,4% e nove deputados em 2009).

Na Roménia, os sociais-democratas (PSD), no poder, ganharam o sufrágio com 37,6 por cento e 16 deputados, seguidos ao longe pelos liberais (PNL) na oposição, com 15 por cento e seis deputados, e pelos democratas-liberais (PDL), com 12,2 por cento e cinco deputados. O candidato independente Mircea Diaconu foi eleito com 6,8 por cento, à frente do partido da minoria húngara (UDMR) com 6,5 por cento e dois eleitos e Partido do Movimento Popular, com 6,3 e igualmente dois eleitos. O Partido da Grande Roménia (PRM), de extrema-direita, foi irradiado do hemiciclo perdendo os seus três eleitos.

Na Suécia, o Partido Moderado, no governo, sofreu uma pesada derrota vendo-se relegado para terceiro lugar, com 13,6 por cento e três eleitos, atrás dos verdes que elegeram o mesmo número de deputados com 15,3 por cento, e dos sociais-democratas, a força mais votada, com 24,4 por cento e seis eleitos. Os liberais (FP) foram a quarta força com dez por cento e dois eleitos, seguindo-se os Democratas Suecos (SD) com 9,7 por cento e dois deputados, o Partido do Centro, com 6,5 por cento e um eleito, o Partido da Esquerda (V), com 6,3 por cento e um deputado, os democratas-cristãos (KD), com seis por cento e um deputado e, por fim, a Iniciativa Feminista (anti-racista) que obteve 5,3 por cento dos votos e elegeu um deputado.