Aos 58 anos, morre o presidente da Venezuela Hugo Chávez
Emocionado, o vice-presidente Nicolás Maduro fez o anúncio em cadeia nacional; Chávez morreu às 16h25 (17h55 de Brasília)
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira. A informação foi confirmada pelo vice Nicolás Maduro em cadeia de televisão pouco antes das 19h, pelo horário do Brasil. Ontem, um boletim do governo informava que o estado de saúde do líder, operado quatro vezes de um câncer, havia piorado.
"Transmitimos aos seus familiares e a todo o nosso povo a nossa dor. Essa dor imensa, essa tragédia histórica", afirmou Maduro. Chávez morreu às 16h25 (17h55 de Brasília) e o anúncio foi feito pelo vice-presidente acompanhado de grande parte dos mais altos cargos do governo. "Pedimos a todos os venezuelanos que sejam vigilantes pela paz, pelo respeito, pela tranquilidade desta pátria", disse.
Horas antes, Maduro havia se reunido com os governadores chavistas e com os membros do governo no Palácio de Miraflores. No início da tarde, ele fez um pronunciamento no qual informou que dois adidos militares dos Estados Unidos foram expulsos da Venezuela por estarem conspirando contra a segurança nacional.
Na mesma fala, o vice também acusou os "inimigos" de causarem a doença de Hugo Chávez e anunciou que uma comissão vai investigar essa possibilidade. "O comandante enfrenta seus dias mais difíceis", disse Maduro, embargando a voz.
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"Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por esse povo", afirmou, emocionado, o encarregado de substituir o presidente venezuelano
Foto: Reuters
"Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por esse povo", afirmou, emocionado, o encarregado de substituir o presidente venezuelano. Nicolás Maduro, escolhido vice por Chávez após as eleições de outubro do ano passado, disse que as informações sobre o velório e o enterro do mandatário serão passadas em breve.
Hugo Chávez tratava um câncer desde junho de 2011, quando se submeteu, em Cuba, a primeira operação para retirada de nódulos. O líder da chamada revolução bolivariana se submeteu ao tratamento de quimioterapia e, no dia 20 de outubro do mesmo ano, anunciou que o câncer tinha sido superado. No entanto, em fevereiro de 2012, Chávez fez novos exames e descobriu "uma lesão" no mesmo local de onde o tumor foi retirado. Era outro tumor, que foi retirado. O presidente, então, voltou a se tratar em Havana. O local exato do câncer nunca foi revelado.
No dia 9 de julho de 2012, o presidente venezuelano afirmou que estava "totalmente curado" da doença. O câncer persistiu e, no dia 8 de dezembro, Chávez foi à televisão anunciar que precisava se submeter a um novo tratamento, mais forte, e que poderia não assumir para seu terceiro mandato em janeiro. "Se isso acontecer e novas eleições forem convocadas, peço que votem no companheiro Nicolás Maduro", disse na época. Esta foi a última vez que Chávez foi visto em público.
A cirurgia foi realizada em Havana no dia 11 de dezembro e, desde então, Chávez não fez mais pronunciamentos. A voz do presidente nunca mais foi ouvida. Essa ausência causou uma série de dúvidas sobre o real estado de saúde do líder. A oposição acusava o governo de estar mentindo. O governo divulgava boletins quase semanais com poucas informações.
Em fevereiro, após semanas de incertezas, o governo da Venezuela divulgou imagens de Chávez ao lado das filhas. Nas três fotos exibidas por Maduro em uma entrevista coletiva, o presidente aparecia deitado e sorrindo.
Eleições
Segundo a Constituição da Venezuela, com a morte (falta absoluta) do presidente novas eleições precisam ser convocadas em até 30 dias. Chávez nunca investiu em criar um sucessor óbvio. Por isso, quando soube que poderia não governar por causa da doença, nomeou Maduro para a "vaga".
Segundo a Constituição da Venezuela, com a morte (falta absoluta) do presidente novas eleições precisam ser convocadas em até 30 dias. Chávez nunca investiu em criar um sucessor óbvio. Por isso, quando soube que poderia não governar por causa da doença, nomeou Maduro para a "vaga".
Dessa forma, o cenário se desenha com uma disputa entre Henrique Capriles, o jovem governador do Estado de Miranda e que perdeu para Chávez em outubro por uma diferença pequena, e Maduro, o vice executivo que não foi eleito, mas sim indicado para o cargo. Pesquisas divulgadas em fevereiro mostram que Maduro venceria Capriles, mas os dados foram contestados pela oposição.
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