ONU quer evitar no país um genocídio como o de Ruanda
JUBA — Em cartaz em uma exposição de fotografias em Nova York, o ator sul-sudanês Ger Duany revela que usou uma AK-47 antes de aprender a ler e escrever. Assim como ele, nove mil crianças-soldado refletem a realidade da infância em um país que vive um conflito étnico responsável pela morte de milhares de pessoas desde dezembro do ano passado. Nesta quarta-feira, após se reunir com o presidente Salva Kiir e seu ex-vice-presidente Riek Machar, as duas pontas da violência, a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse estar “horrorizada” com a indiferença de ambos os lados e denunciou a morte de crianças em massacres cometidos tanto pelo Exército como pelas forças partidárias de Machar.
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No total, 32 escolas e centros médicos estão nas mãos das duas tropas.
— A perspectiva de infligir fome e desnutrição em grande escala a centenas de milhares de compatriotas pela incapacidade pessoal em resolver suas divergências pacificamente não parece provocar grande comoção — afirmou Pillay.
O conselheiro para a prevenção do genocídio da ONU, também presente ao encontro, também afirmou que não permitirá que o genocídio cometido em 1994 em Ruanda se repita no país.
— As incitações ao ódio e os massacres com bases étnicas no Sudão do Sul provocam o temor de que "este conflito provoque uma violência grave que escape de qualquer controle — afirmou Adama Dieng. — Devemos garantir que os responsáveis pelos crimes cometidos aqui respondam por eles. Aos sobreviventes do genocídio, devemos o juramento de adotar todas as medidas ao nosso alcance para proteger a população de uma nova Ruanda. Não há desculpa para não atuar.
De acordo com Dieng, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está muito preocupado e fará com que “o que aconteceu em Ruanda não se repita nunca em nenhuma outra parte do continente”.
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