sábado, 24 de maio de 2014

São Paulo, sem água e sem pesquisa eleitoral

Mera coincidência? Sem água, sem pesquisa eleitoral em São Paulo

Sistema Cantareira seca e pesquisas eleitorais para governador de São Paulo não são publicadas. Alckmin é beneficiado com o início tardio das discussões eleitorais no estado mais rico do Brasil
Sistema Cantareira seca e pesquisas eleitorais para governador de São Paulo não são publicadas. Alckmin é beneficiado com o início tardio das discussões eleitorais no estado mais rico do Brasil
A pouco menos de 5 meses do primeiro turno das eleições, a toda semana brota uma nova pesquisa eleitoral para medir a preferência do eleitor para presidente da República, solicitadas (e pagas) por confederações patronais, redes de televisão, revistas semanais e um grande jornal impresso de São Paulo.
A profusão de levantamentos gera um fato que pretende interferir na vontade do eleitorado, ditando tendências que se confirmam (ou não) nas consultas seguintes.
Mas a questão que intriga é saber porquê o estado mais rico do Brasil não tem uma nova pesquisa publicada desde dezembro de 2013.
A ausência de pesquisas eleitorais costuma ajudar a quem está no governo e passa uma ideia de que os cenários pouco mudaram. Por outro lado cria-se um ambiente de pouco interesse e discussão política, ao contrário do que ocorre na disputa presidencial onde a pauta dos institutos de pesquisas e seus resultados ganham espaços de muito destaque na imprensa.
Nenhuma rede de televisão, como a Globo SP, confederação patronal, como a Fiesp, ou mesmo os grandes jornais locais, como a Folha de São Paulo e o Estadão se interessam em saber o que pensa o eleitor paulista sobre as eleições para governador?
No último levantamento Alckmin tinha 43% das intenções de voto no Datafolha, pouco antes do natal.
Logo após este período surgiu a crise de abastecimento de água e um pouco mais depois começou o racionamento de água, batizado de “rodízio” pelo governo de São Paulo e assimilado pela imprensa.
Pode até ser mera coincidência entre estes fatos, a interrupção das pesquisas para governador no momento e o inicio da crise hídrica, mas o fato concreto é que tal silêncio somente beneficia Alckmin, já que a crise é resultado de falta de investimentos de seu governo nesta área e isto poderia materializar-se em índices baixos de popularidade e de intenções de votos.
Em 2012 na eleição municipal paulistana este expediente foi utilizado e poucas pesquisas foram divulgadas, coincidentemente, beneficiando o candidato de Kassab, José Serra, que mesmo poupado por consultas menos frequentes, foi derrotado por Fernando Haddad.
Talvez por isso os levantamentos não foram feitos com antecedência razoável naquele ano (ou pelo menos publicados)?
O mesmo estará ocorrendo agora?
Geralmente as equipes dos candidatos e os partidos que os apoiam fazem diversas encomendas de pesquisas para verificar o ambiente político e suas reais condições no pleito.
Não são obrigados a publicar, mas a grande imprensa que se arroga serviçal dos interesses da sociedade pode, se quiser, encomendar e publicar as pesquisas eleitorais. Nada os impedem, apenas seus próprios interesses.
No Rio de Janeiro, por exemplo, já foram feitas algumas pesquisas neste período de seca de consultas populares e de água em São Paulo.
http://blogpalavrasdiversas.wordpress.com/2014/05/14/mera-coincidencia-sem-agua-sem-pesquisa-eleitoral-em-sao-paulo/

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