sábado, 29 de dezembro de 2012

ANISTIA INTERNACIONAL CONSTATA: A EUROPA TEM MUITO A APRENDER COM CUBA EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS


Cuba y la retórica de los derechos humanos By Salim Lamrani
Cuba, a União Europeia e a retórica
dos direitos humanos


Desde 1996, a UE impõe uma Posição Comum a Cuba, oficialmente por causa da situação dos direitos humanos.



A União Europeia impõe uma Posição Comum – a única no continente americano – desde 1996 ao governo cubano.

Esta limita as negociações políticas, diplomáticas e culturais pela situação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais.

A Posição Comum constitui o pilar da política externa de Bruxelas em relação a Havana e representa o principal obstáculo para a normalização das relações bilaterais.
Com efeito, os Estados Unidos justificam oficialmente a imposição das sanções econômicas, em vigor desde julho de 1960, afetando todos os setores da sociedade cubana, em particular, os mais vulneráveis, pelas violações dos direitos humanos. De 1960 a 1991, Washington explicou que a aliança com a União Soviética era a razão de sua hostilidade em relação a Cuba. Desde o desmoronamento do bloco socialista, as diferentes administrações, desde George H. W. Bush até Barack Obama, vêm utilizando a retórica dos direitos humanos para explicar o estado de sítio anacrônico que, longe de afetar os dirigentes do país, faz com que idosos, mulheres e crianças paguem o preço das divergências políticas entre as duas nações.
Uma Posição Comum discriminatória e ilegítima
A Posição Comum, que oficialmente se justifica pela situação dos direitos humanos, é discriminatória na medida em que o único país do continente americano, do Canadá à Argentina, que a União Europeia estigmatiza desta maneira é Cuba. No entanto, segundo o último relatório da AI (Anistia Internacional), a Ilha do Caribe está longe de ser o pior aluno do hemisfério norte em termos de violação dos direitos fundamentais.
A Posição Comum é também ilegítima. De fato, a Anistia Internacional apresenta um balanço duro e sem concessões sobre a situação dos direitos humanos no Velho Continente. Assim, para Cuba, e ao contrário dos países membros da União Europeia, a Anistia Internacional não destaca nenhum caso – de assassinato cometido pelas forças da ordem (Áustria, Bulgária, França, Itália, Reino Unidos, Suécia); – de assassinato de menores pelas forças da ordem (Grécia); – de assassinato de crianças que sofrem de transtornos mentais(Bulgária); – de responsabilidade em um genocídio
(Bélgica); – de atos de tortura e tratos desumanos ou degradantes pelas autoridades (Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal, Romênia, Reino Unido); – de atos de tortura e tratos desumanos ou desumanos pelas autoridades contra menores (Bélgica, Bulgária, Dinamarca); – de atos de tortura pelas autoridades com o apoio do mais alto nível do Estado (Reino Unido);
– de impunidade pelas forças da ordem culpadas de assassinato (Bulgária, França, Suécia); – de impunidade para as forças da ordem culpadas de tortura e de outros maus tratos (Alemanhã, Bélgica, Espanha); – de uso de provas obtidas sob tortura (Romênia); – de obstáculo à justiça e às indenizações para as vítimas de tortura e de maus tratos cometidos pelas forças da ordem (Alemanha); – de expulsão de pessoas,
 inclusive de menores, para países que praticam tortura ou onde há riscos de perseguição (Alemanha, Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Itália, Malta, Países Baixos, Reino Unido, Suécia); – de repressão violenta de manifestantes por parte das forças da ordem (Alemanha, Bélgica, Grécia);
– de brutalidades policiais com caráter racista contra estrangeiros e membros das minorias étnicas (Áustria); – de prisão secreta de presos e de transferência a países que praticam a tortura (Alemanha, Bélgica, Lituânia, Romênia); – de tráfico de seres humanos e de escravidão (Chipre, Espanha, Grécia, Itália, Reino Unido); – de trabalhos forçados (Chipre); – de suicídio de menores na prisão (Áustria); – de falta de assistência médica, social ou jurídica para os solicitantes de asilo (Bélgica); – de discriminação legal em relação às minorias étnicas (Bélgica, Espanha);
– de discriminação generalizada contra as minorias (Bulgária, Dinamarca, Grécia, Hungria); – de discriminação por parte dos tribunais de justiça em relação às minorias (Bélgica); – de expulsão pela força de membros de minorias étnicas, assim como de destruição de suas moradias pelas autoridades (Bulgária, Grécia, Romênia); – de agressões recorrentes contra as minorias sexuais (Bulgária, Eslováquia, Itália); – de não reconhecimento dos direitos das minorias sexuais pelas autoridades (Chipre);
– de apoio das forças de ordem a movimentos de extrema direita em manifestações (Chipre); – de violência recorrente contra mulheres (Dinamarca, Espanha, Finlândia, Malta, Portugal, Suécia); – de violência recorrente contra meninas (Espanha, Finlândia, Portugal); – de castigos físicos contra crianças em centros especializados para menores (Espanha); – de impunidade jurídica para os responsáveis por violências sexuais contra mulheres (Dinamarca, Finlândia, Suécia); – de detenção de menores em prisões para adultos (Dinamarca);
– de prisão de menores que solicitam asilo (Finlândia, Países Baixos); – de prisões secretas (Espanha); – de proibição de investigar crimes de direito internacional (Espanha); – de violação da liberdade religiosa das mulheres (Espanha, França, Países Baixos); – de estigmatização das minorias étnicas por parte do presidente da República (França, Romênia); – de discursos políticos discriminatórios por parte das autoridades (Eslovênia, França, Hungria, Itália, Romênia);
– de discriminação racial contra as minorias (Eslovênia, Itália, Portugal); – de não acesso à educação e a uma moradia decente para as minorias étnicas (França, Itália, Portugal); – de condições de detenção desumanas (Grécia, Irlanda, Itália); – de violências com caráter racista (Grecia, Hungria, República Tcheca); – de agressão a jornalistas pelas autoridades (Grécia); – de violências pelas autoridades em relação às minorias e solicitantes de asilo (Grécia); – de segregação racial no ensino e de exclusão de crianças das minorias étnicas do
sistema educacional (Eslováquia, Eslovênia, Grécia, Hungria, Itália, República Tcheca, Romênia); – de escolarização de crianças procedentes das minorias em instituições para portadores de transtornos mentais (República Tcheca), – de segregação racial no acesso à saúde (Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Itália, Romênia); – de crimes com caráter racista (Hungria, República Tcheca); – de impunidade para os responsáveis por crimes de caráter racista (Hungria);
 – de crimes com caráter antissemita (Hungria); – de crimes contra as minorias sexuais (Hungria); – de violação dos direitos dos menores (Irlanda); – de maus tratos contra crianças (Irlanda); – de falecimento de crianças confiadas aos serviços públicos de proteção da infância por falta de assistência médica (Irlanda); – de não respeito dos direitos das minorias sexuais (Irlanda); – de violação dos direitos dos solicitantes de asilo (Irlanda);
– de condições de vida “totalmente inaceitáveis e desumanas” nos hospitais (Irlanda); – de violação do direito ao aborto (Irlanda); – de proibição legal do aborto (Malta); – de negação a inscrever a tortura entre os crimes sancionados pelo Código Penal (Itália); – de disposições legislativas discriminatórias em relação às minorias sexuais com penalização da homossexualidade (Lituânia); – de políticas e práticas governamentais discriminatórias segundo a origem étnica (Países Baixos); – de esterilização forçada de mulheres procedentes das minorias (Eslováquia, República Tcheca), – de pessoas eliminadas arbitrariamente dos registros da população (Eslovênia) .

Conclusão
Ao ver os relatórios da AI, torna-se difícil para a União Europeia fingir que a Posição Comum de 1996, ainda vigente, se justifica pela situação dos direitos humanos em Cuba. Efetivamente, as principais nações do Velho Continente apresentam também graves violações de direitos humanos, frequentemente piores do que as que são cometidas em Cuba. Assim, a autoridade moral de Bruxelas se torna discutível.
A Europa dos 27 deve normalizar as relações com Havana e demonstrar que sua política externa não é tributária daquela da Casa Branca. Ao suspender a Posição Comum e adotar uma postura racional, construtiva e independente, a UE dará um passo na direção adequada. Bruxelas entenderá a especificidade da idiosincrasia cubana. De fato, o governo da Ilha está disposto a tudo – menos a negociar sua soberania e identidade nacional – quando as relações se baseiam no diálogo, no respeito e na reciprocidade, como foi demonstrado no acordo com a Igreja Católica e com a Espanha, que desembocou na liberação de todos os prisioneiros chamados “políticos”. Em troca, mostra-se fortemente inflexível – basta apenas ver o estado das relações entre Washington e Havana há meio século – quando a linguagem da força, da ameaça ou da coação toma o lugar da diplomacia convencional.



PRONUNCIAMENTO DA PRESIDENTA DILMA


2013 será um ano ainda melhor para todos os brasileiros e brasileiras, afirma Dilma

Pt Zona Norte



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Povo confia mais em Dilma que no STF, na mídia ou Congresso, diz Ibope



Pesquisa do Ibope divulgada hoje mostra que praticamente a metade dos brasileiros nao confia no Supremo Tribunal Federal (STF), e 65% nao depositam confiança no trabalho do Congresso. Os dois poderes envolvidos em um bate-boca político neste fim de ano mostram-se menos confiáveis aos olhos da populaçao que a presidenta Dilma Rousseff, que em pesquisa divulgada no começo de dezembro obteve taxa de 73%. Segundo dados publicados pelo jornal O Estado de S Paulo, o índice de 54% obtido pelo STF fica bem abaixo da instituiçao mais confiável, o Corpo de Bombeiros, com 83%, e está 9 pontos atrás da Presidência da República como um todo, que tem a confiança de 63% dos entrevistados.

Brasil Atual.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


Novo salário mínimo será de R$ 678



O VALOR DO SALÁRIO MÍNIMO SERÁ R$ 678 A PARTIR DO DIA 1° DE JANEIRO DE 2013. O ANÚNCIO FOI FEITO NESTA SEGUNDA-FEIRA (24) E O DECRETO SERÁ PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DA PRÓXIMA QUARTA-FEIRA (26). ATUALMENTE, O SALÁRIO MÍNIMO É R$ 622.



Gleisi Hoffmann
A ministra Gleisi Hoffmann anuncia o novo mínimo
De acordo com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que fez o anúncio a pedido da presidenta Dilma Rousseff, o reajuste, de cerca de 9%, considerou “a variação real do crescimento” e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

“Ela [Dilma] fez questão de que isso ocorresse hoje, na véspera de Natal”, disse a ministra. A proposta da Lei Orçamentária de 2013 previa o mínimo em R$ 674,96 a partir de janeiro.

Além do reajuste do salário mínimo, o governo anunciou hoje a isenção de imposto de renda sobre a participação nos lucros e resultados de até R$ 6 mil e escalonamento de alíquotas para benefícios acima desse valor.


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=202054&id_secao=2

Do Blog do Carlos Maia

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Arqueólogos acham indícios de divisão de classes na Idade da Pedra



Arqueólogos acham indícios de divisão de classes na Idade da Pedra

Objetos primitivos | Foto: Clara Amit
Objetos raros e importados sinalizam divisão de classes sociais já no período neolítico
A escavação arqueológica no sítio de Ein Zippori, no norte de Israel, revelou a existência de uma comunidade pré-histórica do período neolítico, onde já havia uma elite que possuía "objetos de luxo" importados de países distantes.
Os trabalhos, realizados pelo Departamento de Antiguidades de Israel, começaram há um ano, mas só agora as descobertas foram reveladas à imprensa.
Os diretores da escavação, os arqueólogos Ianir Milevski e Nimrod Getzov, se surpreenderam ao descobrir uma grande comunidade pré-histórica, com restos de casas cujas fundações foram feitas de pedra e paredes erguidas com tijolos de barro.No local, estava planejada a construção de uma estrada. No entanto, como essa região é conhecida pela abundância de antiguidades, costuma-se fazer a chamada "escavação de salvamento" – uma operação preliminar para garantir que os trabalhos não destruam itens importantes que podem estar enterrados na área.
De acordo com Milevski, costuma-se pensar que nesse período da história humana as sociedades fossem "mais igualitárias".
Objetos primitivos | Foto: Clara Amit
Placa de pedra com avestruzes talhados também foi considerada objeto primitivo "de luxo"
"No entanto, as escavações revelaram indícios de que há 7 mil anos já havia uma pequena camada da sociedade que possuía objetos raros que a maioria da população não tinha", disse Milevski à BBC Brasil.

Objetos 'de luxo' importados

Na escavação, foram encontrados milhares de objetos de pedra, sílex e cerâmica, mas o que chamou a atenção dos pesquisadores foram objetos raros e feitos de materiais que não existiam nessa região.
Entre os objetos raros, estão lâminas feitas de rocha obsidiana, cuja fonte mais próxima se encontra na Turquia e placas de pedra com desenhos próprios da cultura da Mesopotâmia (onde hoje se encontra o Iraque) e da Síria.
"Entre os objetos mais importantes que descobrimos, está uma placa de pedra com a imagem de duas avestruzes talhadas. É um trabalho simples, mas muito elegante e que nos remete à cultura da Mesopotâmia daquele período", disse Milevsky.
Também foram descobertas pequenas bacias de pedra feitas "com uma delicadeza impressionante" e, em uma delas, estavam cerca de 200 contas de colar - pretas, brancas e vermelhas.
O arqueólogo explicou que, como a comunidade era de um período anterior à descoberta do metal, a fabricação de objetos "tão delicados" era especialmente complexa e só uma elite poderia possuir objetos de tão difícil fabricação.
"Para fazer o buraco nas contas do colar era necessária uma furadeira de poucos milímetros. Trata-se de uma técnica muito sofisticada para o período que estamos pesquisando", acrescentou Milevski

BBC Brasil

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Este é um episódio histórico que a maioria dos cristãos e dos 

muçulmanos preferiria esquecer...



Em 1095, o Papa Urbano II lançou suas palavras e fez-se ouvir por toda a Europa, conclamando todos os seguidores de cristo a pegar em armas e marchar em direção à Terra Santa para liberta-la do domínio dos infiéis muçulmanos turcos e árabes e para auxiliar seus irmãos ortodoxos do Império Bizantino, no leste, a lutar contra esta grande ameaça (Uma das razões oficiais foi o apelo do Imperador bizantino Aleixo I por mercenários europeus para ajudar a combater os invasores). Estava plantada a semente da chamada Primeira Cruzada, de um total de 9 Cruzadas (houveram Cruzadas na Península Ibérica e contra os pagãos no norte da Europa, mas estas não se enquadram nesse grupo).

Milhares de cristãos atenderam ao chamado de seu líder espiritual e se dispuseram a viajar longas distâncias desde lugares como Inglaterra, França, Espanha, Alemanha e outros até as terras do Oriente Médio, e a dar suas próprias vidas em nome da fé. Tudo muito nobre, tudo muito bonito. Mas é claro que estas pessoas que estavam dispostas a lutar por seu lugar no paraíso (o Papa prometeu a todos os cruzados, como ficaram conhecidos os soldados que partiram nessas incursões, a remissão automática de todos os pecados e a entrada direta no céu) não sabiam de toda a verdade.

O fato é que os muçulmanos já eram uma pedra no sapato dos mercadores do sul da Europa desde que os árabes partiram para dominar todo o sul do Mediterrâneo, no século após a morte de Mohammed, culminando na conquista de quase toda a Península Ibérica no século VII e a Batalha de Tours, na qual Carlos Martel impediu que todo o continente tivesse o mesmo destino, e os comerciantes venezianos não estavam dispostos a deixar que a situação continuasse como estava, e por isso patrocinaram essas incursões de guerra visando o estabelecimento de entrepostos comerciais que lhes dessem acesso às inestimáveis especiarias do Oriente, que valiam literalmente seu peso em ouro durante a Idade Média. Outra razão que os comandantes cruzados não revelaram aos seus subordinados foi a busca dos grandes senhores feudais pelo seu bem mais cobiçado e que era cada vez mais raro no continente europeu: Terras. a população crescia, as colheitas falhavam, e mais e mais nobres sem terra ansiavam por um quinhão do poder representado pela posse de regiões para serem cultivadas

De todas as nove cruzadas (chamadas de "Guerras Santas" na época) somente a Primeira alcançou o objetivo de conquistar Jerusalém, e durante menos de um século os peregrinos cristãos puderam visitas os locais santos da cidade, mas depois disso os muçulmanos retornaram e reconquistaram quase toda a região.

Os exércitos cruzados nunca deixaram de tentar recuperar o controle da região, e isso custou a vida de centenas de milhares ou talvez até milhões de homens de ambos os lados, até que o rei Eduardo da Inglaterra, comandante da nona e última cruzada, assinou um tratado de cessar fogo com Bairbas, sultão mameluco que conquistou as terras do Reino Latino de Jerusalém, retornando ao seu país e pondo fim ao conflito. 

Jerusalém só voltaria a ser controlada por cristãos depois do fim da Primeira Grande Guerra, em 1918, quando a Palestina passou a ser dominada pelos ingleses, 646 anos após o fim da última cruzada.

No fim, o legado deixado por essas guerras em nome de deuses foi o sangue derramado de multidões de homens que jogaram suas vidas fora em nome de um ideal usado apenas para mascarar interesses econômicos escusos de poderosos, mas também foi indiretamente o nascimento do sistema bancário moderno, inspirado nos mecanismos de transferência de valores criados pela famosa Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, mais conhecida como Ordem dos Cavaleiros Templários (que de pobres só tinham mesmo o nome), por conta do perigo representado pelas viagens terrestres e marítimas para os peregrinos e a necessidade destes de carregar valores para sobreviver e para ofertar em sacrifício ao seu deus.

O que resta no final de tudo é uma pergunta: Será que este episódio sanguinolento da história da humanidade deveria ser esquecido, ou deve ser estudado como um exemplo cabal do que a religião pode causar se utilizada de forma radical para enganar e cegar milhões de pessoas em um esforço coletivo de destruição em nome de um ideal invisível e presumido?

Anderson Pantaleão 


sábado, 22 de dezembro de 2012

Milhares de pessoas protestam contra violência a mulheres na Índia


  • Milhares de pessoas protestam contra violência a mulheres na Índia

Manifestação foi convocada em resposta ao estupro brutal de uma estudante de 23 anos por grupo de seis homens no domingo




Jovens e adultos participam de protesto contra a violência da mulher na capital indiana, Nova Délhi, depois de caso de estupro brutal

Milhares de pessoas tomaram às ruas nesta quarta-feira (19/12) em diversas cidades indianas em repúdio à violência sexual contra a mulher, que tem crescido nos últimos meses no país.

A manifestação foi convocada em resposta ao estupro brutal de uma estudante de 23 anos por grupo de seis homens em um ônibus neste domingo (16/12).

Com cartazes e canções pedindo igualdade de gênero e conclamando os direitos da mulher, os manifestantes, em sua grande maioria do sexo feminino, exigiram uma resposta contundente das autoridades aos episódios de abuso no país. 

Outras ativistas reclamaram que, na Índia, a mulher é responsabilizada pelo estupro devido à maneira como se veste ou se porta em público pelas autoridades e polícia, lembrando o principal lema da marcha das vadias, manifestação que percorre diversos países do mundo.

Agência Efe (19/12)

Manifestantes carregam cartazes e entoam canções em repúdio à violência contra a mulher em Nova Délhi, capital da Índia


Em Nova Déli, os ativistas passaram pelos principais órgãos do governo e no parlamento, onde pediram por mais punição para agressores. Alguns cartazes, inclusive, propunham a pena de morte para estupradores. Na cidade de 15 milhões de habitantes, 572 casos de estupros foram relatados no último ano, mas organizações estimam uma taxa muito maior.

Outros ainda indicam que, mais do que questionar a lei, deve-se criticar o trabalho do judiciário indiano que condena menos de 25% dos casos de estupro levados ao tribunal.

“Eu sinto que o que está acontecendo ao redor do país é uma doença. É muito doente e isso precisa parar”, afirmou uma mulher que participou do protesto. “Nós queremos que as pessoas saiam de seus carros confortáveis. Nós queremos que as pessoas sintam a dor que as mulheres sentem todos os dias”, explicou uma estudante.

Os ativistas fecharam diversas ruas do centro da capital e foram reprimidos pela polícia que jogou jatos de água para dispersar a multidão.

As mulheres que participaram das manifestações declararam a jornais internacionais que a situação está piorando a cada dia, o que é ignorado não só pelo governo, mas também pela mídia nacional. “Toda vez que eu saio de casa, escuto comentários ofensivos”, contou uma estudante de 23 anos aoGuardian.

Caso

Uma jovem de 23 anos foi estuprada no último domingo (16/12) por um grupo de seis homens em um ônibus na capital do país. Os agressores estupraram a mulher, lhe provocaram graves ferimentos com armas e barras de ferro e, em seguida, atiraram-na do veículo. Ela ainda permanece internada no hospital em condições críticas depois de ter passado por uma série de cirurgias, de acordo com a equipe médica.

Um amigo, que acompanhava a garota no trajeto para casa, também sofreu graves ferimentos.

Agência Efe (19/12)

Manifestantes repudiam violência contra mulher e pedem pena de morte para estupradores em protesto na capital indiana

O caso trouxe comoção nacional e celebridades do país, como Amitabh Bachchan, enviaram mensagens de apoio e solidariedade à jovem. Sonia Gandhi, presidente do partido dominante no congresso, chegou a visitar a vítima.

A polícia indiana agiu com rapidez, diferentemente de outras investigações sobre estupros que demoram anos para serem concluídas ou nem mesmo são finalizadas. Até esta quarta-feira (19/12), quatro pessoas foram presas pelos oficiais, sendo que três já confessaram o crime. O motorista do ônibus está entre os suspeitos.

*Com informações do jornal britânico Guardian e da rede Al Jazeera
Opera mundi
Opera Mundi
Mundo inalcançavel

A influência do capitalismo no processo educacional

As classes dominantes não mais se interessam pela obtenção de consensos, “tal é a confiança que tem em não há alternativas ás ideias e soluções que defendam ( pois)... o que existe não tem que ser aceito por ser bom. Bom ou mal é inevitável, e é nessa base que tem de se aceitar”.( Santos,2000: 35)

A educação quando apreendida no plano das relações educacionais apresenta historicamente um campo de disputa hegemônica, e esta disputa vem articular as concepções, as organizações do processo e de conteúdos educativos da escola, mais amplamente, nas diferentes esferas da vida social e os interesses das classes numa perspectiva crítica mais atual e radical da falsidade desse pressuposto da natureza classista, excludente e alienadora da sociedade.

Todo o percalço visto e debatido não se trata de um embate novo, contemporâneo, mas apenas de questões e problemáticas que assumem um conteúdo histórico e especifico dentro das novas formas da sociabilidade capitalista, por esta razão podemos perceber que o papel social da educação ou especificamente das relações entre o processo da educação, os da formação humana vem nos mostrar porque a educação e a vida social ao mesmo tempo em que são antagônicas e conflitantes no capitalismo é também um circulo vicioso onde o capitalismo necessita de gerar este exército de analfabetos funcionais para continuar gerando uma economia de consumo sem responsabilidade do seu fracasso, tendo um caráter perverso de subordinação da realidade brasileira.

A educação de qualidade perpassa pela necessidade antológica de qualificação do homem no desenvolvimento de condições físicas, afetivas, intelectuais e estéticas. A educação deve ter uma visão capaz de satisfazer as necessidades humanas no plano dos direitos que não deve ser comercializadas ou mercantilizadas, e quando isso ocorrer não agrida diretamente a própria condição humana.

Assim a escola dentro do seu papel social atual passou de transformadora da consciência humana, para alienadora da consciência humana.

Com essa visão social da crise da educação, arrastam com sigo todos que circundam e necessitam dessa educação para crescer e se desenvolver, a classe de professores entram em depressão e stress constante pois se deparam com a incapacidade de exercer seu papel de educadores ,pois se perguntam ,Educar quem? , Como? , Com que qualidade?. O governo investe em projetos, distribui verbas, cria leis, mas o que chega até os professores?.

O governo passou a idealizar projetos de inserção social para indivíduos excluídos do acesso a educação, cultura, lazer, e profissionalismo, por meios de projetos compensatórios ( bolsas educacionais de inserção as faculdades, financiamentos, e outros meios de acentuar os impactos negativos da educação pública e se eximir de suas responsabilidades.) e coloca isso como revolução, modernização e transformação das escolas para o mundo capitalista, mas na realidade atrás destas máscaras, esse programas tem somente colaborado para o aumento do fracasso educacional e da pobreza, aumentando as desigualdades sociais e dividindo o mundo entre dominantes e dominados. Para que serve os planos do governo?. São implementados sempre com intuito de atingir os índices de qualidade como o IDEB, mas qual é a verdadeira intensão dos bancos internacionais em financiar a educação de países subdesenvolvidos como o Brasil?, eles buscam diminuir a diferenciação de culturas, a homogeneização as diferentes experiências de produção do conhecimento, com a ausência do que é real para o imediato, ausência de futuro para o que é novo.

Os países desenvolvidos com o advento do capitalismo voltaram seus olhares para os países subdesenvolvidos ou emergentes, pois a marginalização e a pobreza desses países são gritantes e o mercado visualiza uma grande perda no consumismo e precisa ganhar novos mercados, então investe na educação para a elevação da qualidade de vida desses países que o próprio capitalismo marginalizou. Mas para que tudo de certo é necessário que essa educação não atinja índices elevados para que eles possam continuar sempre dominando e ditando as regras que devemos seguir. Como coloca a citação” o que existe não tem que ser aceito por ser bom. Bom ou mal é inevitável, e é nessa base que tem de se aceitar. O que será que podemos fazer? Pense  nisso.

 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


Mulher ganha espaço no mercado, mas fica em setores femininos

Segundo dados do Censo, 43,9% das mulheres trabalhavam em 2010; dez anos antes índice de empregadas era de 35,4%
Elas se mantém, entretanto, em áreas consideradas femininas como saúde, educação e trabalho doméstico



Mais escolarizadas e com menos filhos, as mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho brasileiro em uma década (de 2000 a 2010), mas ainda ocupavam-se em setores considerados tipicamente femininos.
O retrato surge de novos dados do Censo de 2010, divulgados ontem. Das mulheres com mais de dez anos, 43,9% estavam empregadas em 2010, índice acima dos 35,4% atingidos em 2000. Nesse intervalo, o percentual de homens empregados variou menos: de 61,1% para 63,3%.
O ingresso de mais mulheres no mercado de trabalho não mudou, porém, o perfil das ocupações. Elas continuam a ser maioria em trabalho doméstico (92,7%, maior percentual), saúde e serviço social, educação e em alojamento e alimentação (hotéis e restaurantes).
O único setor de melhor remuneração com presença feminina expressiva (50,3%) era o financeiro.
Já em construção civil, transporte, armazenagem e correio e indústria extrativa elas tinham uma participação muito pequena. Na indústria de transformação, que paga altos salários, ficavam com pouco mais de um terço das vagas.
Para Vandeli Guerra, técnica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com menos filhos e mais anos de estudo, a mulher passou a se oferecer mais para trabalhar. Mas permanece, diz, a divisão entre setores mais masculinos e outros mais femininos.
De acordo com Vandeli, os empregadores também demandaram mais mulheres, aproveitando-se da maior qualificação feminina e da necessidade de preencher novas vagas em um período caracterizado pelo forte crescimento econômico (a partir da segunda metade dos anos 2000). "A maioria dos homens já estava ocupada. A oferta era menor", afirma.
O total de mulheres com curso superior era de 12,5% em 2010, mais do que os 9,9% de homens. Entre os jovens (25 a 29 anos), a diferença era ainda maior: 15,3% das mulheres tinham diploma, contra 10,6% dos rapazes.
Gabriel Ulyssea, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), afirma que a maternidade mais tardia e o maior nível de estudo impulsionaram o acesso feminino ao mercado de trabalho.
Mas outro fator pouco explorado, diz, é o crescimento mais acelerado do setor de serviços, que ganhou peso na economia e já era uma atividade que tradicionalmente empregava mais mulheres.

Folha de S. Paulo




  • Dilma quer um 'PIBão' de presente de Natal em 2013


Em meio a previsões do mercado de crescimento da economia brasileira em 3,4% no ano que vem, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira a jornalistas o que gostaria de presente para 2013: "Quero um PIBão (sic) grandão", disse em tom bem humorado, referindo-se ao Produto Interno Bruto (PIB - soma de todas as riquezas produzidas no país).
No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu apenas 0,6%, o que pegou o governo de surpresa. 
A revista britânica especializada The Economist chegou a recomendar, em editorial, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fosse demitido. Dilma criticou a revista e garantiu a permanência do seu ministro no governo. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


A ignorância é um dos maiores inimigos da 


Democracia





A ignorância do povo é um dos maiores inimigos da Democracia.

Para o ignorante tudo é fácil e óbvio. Quando não se sabe nada, tudo parece simples e acessível.
A ignorância leva a que todas as coisas que fazem parte do mundo que nos rodeia sejam olhadas com superficialidade promovendo o facilitismo.
A experiência ensina-nos contudo que aquilo que parece óbvio é muitas vezes enganador e só um estudo mais profundo nos aproxima da verdade.
  Durante muitos séculos parecia evidente que o Sol ao começar o dia a nascente e o terminar a poente circundava a Terra e não o contrário. À medida que nos vamos questionando sobre o porquê das coisas e descobrindo alguns segredos da ciência, vamo-nos apercebendo da complexidade do mundo que nos rodeia, acabando por constatar que quanto mais sabemos, maiores são as nossas dúvidas, tendo sido com essa percepção que Sócrates (o filósofo grego) afirmou “só sei que nada sei”.
A ignorância facilita a aceitação de crendices. Frequentemente o ignorante utiliza conceitos básicos do saber popular para por em causa informações fornecidas por quem estudou assuntos complexos durante anos a fio.
A ignorância torna-nos triviais, básicos, boçais e muitas vezes arrogantes, pois a falta de reconhecimento da ignorância gera uma certeza sobre factos não provados e que não correspondem de modo nenhum à realidade.
Um povo ignorante torna-se assim mais facilmente manipulado por pessoas sem escrúpulos, os quais aldrabam a realidade de acordo com os gostos e desejos da plateia que lhes deu o púlpito.
Um povo embrutecido entregue a si próprio só é capaz de gerar miséria e patrocinar o florescer de aldrabões que o empurram cada vez mais para o fundo. Combater a ignorância é uma tarefa difícil, pois exige aceitar ser-se ignorante e fazer um esforço para aprender, de modo a poder ficar mais esclarecido. Infelizmente, os média em vez de patrocinarem a cultura patrocinam a estupidez, criando uma massa amorfa de pseudo-esclarecidos. É deprimente ver uma geração a quem o 25 de Abril deu tanto continuar com a mentalidade tacanha de seus pais e avós.
A ignorância gera um terreno fértil para o cultivo da mesquinhez e da inveja, pois o ignorante não consegue compreender o valor do valor das coisas, fazendo tábua rasa daqueles que se esforçaram para aprender o sumo do conhecimento elaborado ao longo de séculos pela humanidade, achando que está ao alcance de qualquer um a decisão de coisas complexas.
 A ignorância leva ao culto do absurdo e à inversão de valores, pondo a irracionalidade à frente do racional.
Colocar o poder de decisão nas mãos de pessoas desinformadas não pode gerar os melhores resultados, uma vez essas pessoas não possuem um nível de conhecimento que lhes permita fazer as escolhas mais adequadas.
Não se pode levar muito a mal que num ecossistema dominado por ignorantes alguns tenham que recorrer a expedientes menos claros para levar a vida, facto que apesar de não ser correcto é a única forma de sobreviver, pois até Jesus Cristo foi trocado por Barrabás pelo povo apenas por defender o bem e a solidariedade.
Se temos a ambição de que a democracia funcione, contribuindo para um aumento da prosperidade da nação, é necessário que quem decide tenha o melhor nível possível de educação e de cultura, de modo a não deixar entregue a si próprio um povo que não se sabe nem se deixa governar.
Não é por acaso que os países mais desenvolvidos, agora e ao longo da história, são aqueles que possuem um melhor nível de instrução.
É fundamental investir a sério na educação do povo, mas sem facilitismos que só visam aldrabar estatísticas e não geram saber.
A qualidade da democracia está directamente relacionada com a qualidade do seu povo. Um povo só pode viver em democracia se estiver disponível para participar e tiver capacidade para escolher as opções que melhor servem o colectivo, sendo que servir melhor o colectivo é a melhor maneira de servir o individual. Um barco onde todos remam para o mesmo lado anda mais rápido do que um onde cada um rema para o seu. Um colectivo fraco entregue a si próprio só pode gerar pobreza e frustração.
Uma das coisas que considero mais inquietantes é o facto de actualmente uma grande parte da ignorância não ser por falta de oportunidade, mas por falta de vontade e excesso de permissividade do sistema.
O ignorante não entende que o bem-estar individual é em grande parte dependente do bem-estar comum e se nos alhearmos das nossas responsabilidades perante o bem comum deixando-o destruir numa lógica de cada um que se safe, poderá haver meia dúzia a viver bem, mas a globalidade da população vai viver mal ou muito mal.
Para terminar gostaria de referir que só existem “chico-espertos” se existirem “chicos-burros” em número suficiente.

Da comunidaade: Socialismo no Séc.XXI

CAMPANHA, TODOS CONTRA O FASCISMO: " Já rasgou sua Veja hoje? "


Já rasgou sua Veja hoje?

CAMPANHA: " TODOS CONTRA O LIXO NAZI-FASCISTÓIDE , VULGO REVISTA VEJA"

Participem!!!



Do Blog do Carlos Maia

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


CAI CONFIANÇA DO LEITOR NA IMPRENSA TRADICIONAL


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Pesquisa Datafolha mostra que o percentual de pessoas que "confiam muito" na imprensa caiu de 31% para 22%. Por outro lado, a taxa daqueles que "não confiam" de jeito nenhum nos jornais subiu de 18% para 28%. Explicação estaria na partidarização dos grandes grandes grupos de mídia

17 DE DEZEMBRO DE 2012 ÀS 06:01 via Brasil 247
247 - Pesquisa Datafolha sobre confiança nas instituições mostra que o percentual de pessoas que "confiam muito" na imprensa caiu de 31% para 22%. Já a proporção daqueles que "confiam um pouco" teve queda leve, de 51% para 50%. Por outro lado, a taxa daqueles que "não confiam" de jeito nenhum nos jornais subiu de 18% para 28%, um percentual maior do que os que "confiam muito".

Como a pesquisa chega após meses de intensa cobertura do julgamento do mensalão e após um processo eleitoral, o resultado vem sendo visto por analistas (como Emir Sader, por exemplo) como decorrência da partidarização dos grandes veículos de comunicação. O resutado disso é que, aproximadamente, apenas um a cada cinco brasileiros confia plenamente na imprensa.

Leia abaixo análise do Blog da Cidadania:


Pesquisas revelam que maioria vê imprensa como partido político

Blog da Cidadania - Nos últimos dias, duas pesquisas de opinião (do Ibope e do Datafolha) sobre quem é quem hoje na grande política nacional revelaram um quadro de polarização e de cristalização de posições políticas entre a sociedade, com vantagem renitente para os atuais detentores do poder federal, que, nessas pesquisas, aparecem com popularidade inabalada.

Mas, apesar da reiterada pregação desta e de tantas outras páginas da internet e de pequenos exércitos de militantes virtuais no sentido de que seria "inútil" a campanha da grande imprensa contra Lula, PT e – por tabela – Dilma Rousseff, as pesquisas revelam que, cada um a seu modo, direita e esquerda têm – ou pensam que têm – razão em suas táticas atuais.

Ter razão, claro, no sentido de que ambos os lados confiam em suas estratégias com base em elucubrações racionais e amplamente discutidas internamente. É, pois, ingenuidade achar que a passividade do PT e a virulência da oposição midiática derivam de não saberem o que estão fazendo.

Não há bobinhos no Palácio do Planalto; não há bobinhos no PT; não há bobinhos no PSDB e tampouco há bobinhos na Globo, na Folha, na Veja ou no Estadão. A forma como agem – ou reagem, conforme o lado – ao jogo político é produto de intensa reflexão, de sondagens do eleitorado e de sólidas teorias políticas.

Então você dirá, leitor petista, que a perenidade da aprovação de Lula, Dilma e PT revelada pelas pesquisas mostra que ao menos do lado da direita midiática, se não há "bobinhos", há dementes, pois quanto mais batem nos petistas mais eles se fortalecem perante a opinião pública. E, em alguma medida, pode estar certo. Mas não totalmente.

Vejamos o que acontece do outro lado. As lideranças e os militantes da direita midiática serão tão alucinados que não enxergam que foi inútil tudo o que fizeram de agosto para cá, desde o início concomitante da campanha eleitoral de 2012 e do julgamento do mensalão?

Nem a militância destro-midiática é alucinada nem foi inútil sua campanha anti-Lula, anti-PT e – sempre por tabela – anti-Dilma. Já conversei com muitos desses militantes e sei por que persistem na artilharia incessante contra esses três eixos da situação hoje no Brasil, mas nem precisaria.

Todos se lembram da pregação de dona Judith Brito no Instituto Milenium no sentido de que cabia à imprensa fazer oposição ao governo federal, explicando que a debilidade da oposição, decorrente do desenvolvimento econômico e social do país, requeria o concurso dos meios de comunicação para evitar a "hegemonia lulopetista".

Para quem não sabe, em entrevista ao jornal O Globo, em 2010, no âmbito da campanha eleitoral à Presidência da República, a presidente da Associação Nacional de Jornais e executiva da Folha de S. Paulo, Maria Judith Brito, fez a seguinte declaração:

"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo"

Leia agora, abaixo, comentário do verbete "Partido da Imprensa Golpista" na Wikipedia.

"A declaração de Maria Judith Brito foi bastante criticada por repórteres e intelectuais, bem como por autoridades ligadas ao governo. As críticas focaram no aparente reconhecimento de que a imprensa estaria, de fato, assumindo um papel de oposição.

Em artigo publicado na Carta Maior, Jorge Furtado afirmou que a presidente da associação teria assumido que a grande imprensa do país virou um 'partido político' e a criticou por não questionar a 'moralidade de seus filiados [ao] assumirem a 'posição oposicionista deste país' enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo'

Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa, fez crítica semelhante, afirmando que 'o risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político'.

O ministro Paulo Vannuchi, titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a declaração, afirmando que a imprensa 'vem confundindo um papel que é dela — informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário'.

Washington Araújo, no Observatório da Imprensa, questiona: 'será papel dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil, seja de situação ou de oposição? (...) Em isso acontecendo... não estaremos às voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria esta uma gigantesca deformação do rito democrático?'"

Você pode concordar ou discordar da posição da grande imprensa brasileira – ou de seus maiores componentes –, mas não se pode discordar de que há uma lógica no que faz. Vamos a ela.

É claro que sem as campanhas acusatórias aos petistas e aos aliados deles, estariam com popularidade muito mais alta. Há pouco, Dilma anunciou duas medidas que têm um potencial imensurável de beneficiar a sociedade. O que seja, a forte redução nos juros e no valor da conta de luz.

Imagine você, leitor, o que aconteceria se essas medidas fossem implantadas sem que ninguém tentasse minimizar e até desmentir, ainda que de forma absurda, o potencial delas para melhorar a vida da sociedade e fomentar o desenvolvimento. A esta altura, Dilma teria 99,99% de aprovação.

A mídia, pois, apela à idiotia ou ao preconceito ou à falta de instrução ou ao egoísmo ou à falta de caráter de setores da sociedade – ou a tudo isso junto – para formar seu exército antilulista e antipetista. E consegue. E esse êxito está expresso nos números da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo pela Folha de São Paulo, com destaque para Lula, que continua forte como nunca apesar de estar sofrendo uma das maiores ofensivas de seus adversários.

As pessoas, porém, confundem aprovação com intenção de voto e é por isso que alguns não entendem por que Dilma tem 78% de aprovação pessoal, mas só 53% a 57% de intenções de voto para presidente da República.

A explicação é muito simples: aprovação não é pesquisada só entre eleitores, mas também entre quem não vota ainda ou entre quem não vota mais. E também entre quem não quer votar.

Uma analogia pode explicar melhor esse aparente paradoxo: a pessoa pode gostar muito de ir à praia, mas isso não significa que deseje ou pretenda morar na praia, da mesma forma que reconhecer que o governo está indo bem não significa que a pessoa não julgue que pode ir melhor.

A estratégia midiática, portanto, é, sim, racional. É questionável? Claro que é. Afinal, por mais que o engajamento político-partidário da grande imprensa tenha tido êxito no que se propôs (formar uma militância ampla de resistência à possibilidade de "hegemonia lulopetista"), Ibope e Datafolha acabam de mostrar que todo esse esforço tem sido insuficiente.

O contraponto à estratégia da direita midiática é o de auto vitimização dos detentores do poder, o que não seria possível se não houvesse um imenso fundo de verdade na premissa de que Lula, PT e Dilma são alvos de injustiças e violações de seus direitos civis.

Essa estratégia também tem tido largo êxito. E, à diferença da estratégia oposicionista, um êxito majoritário, pois se estão cristalizadas posições contra o governo, igualmente se cristalizaram as posições no sentido de que a imprensa está sendo vista como um legítimo partido político, o que, por si só, não condena, mas descredencia para a crítica.

É claro, evidente e cristalino que quem não é corintiano ou palmeirense não irá levar em conta a opinião de um torcedor do Corinthians sobre o Palmeiras e vice-versa. É o que ocorre com a disputa entre situação petista e oposição demo-tucano-midiática. A maioria já se convenceu de que não dá para levar em conta o noticiário "da Globo" porque "a Globo" odeia o PT.

Resta, pois, a insinuação que o Partido da Imprensa tenta contrabandear dentro do noticiário sobre essas recentes pesquisas Ibope e Datafolha, a de que, aos poucos, a campanha midiática está surtindo efeito. Isso porque os pesquisados revelaram um pouco mais de desagrado com aspectos da governança do país, com destaque para a Segurança, por exemplo.

Essa premissa ignora o fato de que não há nada de inédito ou de espantoso em um contingente maior, mas ainda muito pequeno dos pesquisados, desaprovar aspectos da condução do país pelo governo do PT, pois governos estaduais e municipais de oposição têm sofrido revés muito maior – pesquisas recentes mostram, por exemplo, que 71% dos paulistas não confiam no governador tucano Geraldo Alckmin para resolver os problemas de Segurança que assolam São Paulo.

Além disso, sempre que aumenta o nível de crítica ao governo, a Lula e ao PT na mídia, o efeito imediato é o de aumentar, de alguma maneira, a visão crítica da sociedade sobre este ou aquele aspecto, e essas pesquisas estimulam isso ao fazerem perguntas ao pesquisado que o induzem a refletir sobre o que possa existir de negativo em um governo que considera bom.

Sobre a economia, apesar de a mídia agir como se o crescimento não estivesse diminuindo fortemente no mundo inteiro, praticamente tentando vender que esse é um problema brasileiro, quem não sabe que enquanto aqui não decorre nenhum grande problema por conta da crise internacional nos países que sempre foram o oásis do bem-estar social as famílias estão sendo despejadas de suas casas aos milhares, o desemprego grassa e aquele bem-estar vai sumindo?

Apesar do fato de uma parcela da sociedade entrar nessa onda da mídia, a grande maioria – que as pesquisas dizem ser de quase 80% – sabe muito bem que estamos nos saindo brilhantemente ao navegar por uma crise que assola o planeta inteiro.

Essa é a fraqueza da estratégia da direita midiática, e é devido a ela que o governo federal e a sua titular vão conseguindo não apenas cristalizar, mas aumentar o contingente dos que apoiam o rumo da administração do país. A maioria dos brasileiros está convencida de que a grande imprensa virou mesmo o que até já assumiu que é: um partido político.