terça-feira, 30 de abril de 2013

Mais feliz é quem não nasceu ou quem já morreu!?



Quem nasceu e ainda não morreu é um azarado. Essa pessoa sofre todos os dias de sua vida, mesmo que ela não perceba. O indivíduo é um escravo da própria vida e da rotina diária que segue. Ele acorda, faz o desjejum, faz suas necessidades, vai para o seu trabalho, tolera as pessoas até chegar ao trabalho, tolera as pessoas do trabalho, tolera o próprio trabalho. Ao final do dia, para voltar à sua morada, faz o que fez para sair dela. Tudo é igual. Só algumas vezes é que ele faz coisas diferentes, que com o tempo, tornam-se iguais. O que muda realmente é o corpo que se degenera. Há felicidade nisso? Creio que não. Então, viver, é um eterno sofrimento. Sabemos que vamos morrer e não nos matamos por causa da esperança de o dia de amanhã ser melhor do que o dia de hoje. A esperança é o carvão que alimenta o sofrimento dos dias vividos.
Uma pessoa pode dizer: tente se encontrar. De que adianta? Os dias serão iguais, mesmo que tenha se encontrado. Faça algo diferente. Logo o diferente será igual. Tudo se repete. Por isso, mais feliz é quem não nasceu e não teve que passar pelos dias e noites de uma vida inteira, que nada acrescenta. Ou quem já morreu, que, por sorte, se aposentou da rotina diária da vida. Seja franco, há sentido na vida? Não há. Tudo o que fazemos tem o objetivo de fugirmos de uma realidade que nos incomoda, por isso, nunca paramos de trabalhar, isso mostra que não há outro significado em viver a não ser o arrependimento de ter nascido.
Alguém pode dizer que o rico é feliz. Não é. A riqueza é entediante, pois tudo o que se quer, se consegue, menos livrar-se do tédio de conseguir tudo o que deseja.
Alguém pode dizer que o pobre é feliz. Não é. A pobreza não lhe permite ter tudo o que deseja e isso também é entediante. Sendo assim, nem o rico e nem o pobre são felizes. Quem é feliz? Aquele que não nasceu ou que já morreu.
Minha avó, que nasceu em 1901, dizia que "a vida é mais larga do que comprida". Ela queria dizer que há mais acontecimentos em nossas vidas do que tempo para compreender. De que adiantaria compreender se vamos morrer? De nada adiantaria.
Alguém pode dizer: Deus sabe o que faz. Se soubesse, faria do jeito que fez? Homens que tiram a vida de outros homens, a fim de trocarem o cadáver por uma tragada em um entorpecente sintético?
Alguém pode dizer: A sabedoria de Deus é loucura para os homens. Se há sabedoria nisso, pode-se dizer que essa sabedoria é mesmo loucura.
Lafontaine disse que "não há nada melhor do que sair dessa vida como quem sai de um banquete".
Schopenhauer disse que "tudo o que fazemos é para nos livrarmos do tédio".
Tudo o que foi dito de nada adiantou, então, como não adianta, direi que o melhor é não entrar para a vida e, se entrar, o melhor é sair bem rápido
.http://blogdoyac.blogspot.com.br/2013/04/mais-feliz-e-quem-nao-nasceu-ou-quem-ja.html


Um comentário:

  1. Alguém pode dizer que o rico é feliz. Não é. A riqueza é entediante, pois tudo o que se quer, se consegue, menos livrar-se do tédio de conseguir tudo o que deseja.
    Alguém pode dizer que o pobre é feliz. Não é. A pobreza não lhe permite ter tudo o que deseja e isso também é entediante. Sendo assim, nem o rico e nem o pobre são felizes. Quem é feliz? Aquele que não nasceu ou que já morreu?

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