País forma milhares de médicos por mês como produto de exportação
Cuba consegue exportar milhares de médicos de uma só vez porque montou uma linha de produção em série. Com 11 milhões de habitantes, o país formou em julho passado 10.526 graduados em medicina, dos quais quase a metade (4.843) é de outros países.
O regime castrista se orgulha por suas realizações na área de saúde pública, como uma taxa de mortalidade infantil (4,76 por mil nascidos vivos) menor que a dos EUA (5,9). Desde 1959, a Revolução Cubana produziu 124.789 médicos para obter avanços na área, que se baseiam na atenção básica de saúde (prevenção de doenças).
O número de formandos quase dobrou de 2011 para 2012 graças à Escola Latino-Americana de Medicina, cujo lema é "Forjando um Exército de Aventais Brancos". Mais do que nunca, profissionais de saúde se tornaram um item prioritário na política externa de Cuba.
A iniciativa do governo Dilma Rousseff, nesse sentido, parece destinada a transformar o Brasil numa pequena Venezuela. A República Bolivariana de Hugo Chávez e Nicolás Maduro abriga 31 mil médicos cubanos, pelos quais retribui com o envio de 100 mil barris de petróleo por dia --que a revista "Foreign Affairs" calculou custarem uns US$ 3 bilhões por ano.
Mesmo descontando os 3.815 latino-americanos graduados na ilha em 2012, ainda sobraram novos 6.724 médicos cubanos. Não é de estranhar, nesse ritmo, que Cuba seja vice-campeã na lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) de médicos por grupo de mil habitantes. Tem 6,72/1.000 e só perde para Mônaco (7,06/1.000).
Mesmo para um sistema fundado em uso intensivo de mão de obra e não de tecnologia, é médico que não acaba mais. Uma conclusão óbvia é que deve ser relativamente fácil entrar numa escola de medicina em Cuba.
Com uma seleção menos elitizada de estudantes, pode-se presumir que o nível acadêmico médio dos cubanos fique aquém do que se encontra em países como o Brasil, onde a malha da peneira é bem mais apertada.
Isso quer dizer que os médicos cubanos são mal formados, ruins ou incompetentes? Não necessariamente. Na medicina preventiva, sua especialidade, é possível que se revelem até mais eficientes que os do Brasil, cuja medicina tem outras prioridades.
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