quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Jesus Cristo negro...uma possibilidade?


  1. Jesus Cristo negro...uma possibilidade?






"A Bíblia diz, no capítulo 2 do Livro de Gênesis, que Deus formou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou em um local conhecido como 'Jardim do Éden' para a sua sobrevivência. Segundo as Escrituras, o Éden era banhado por um rio que possuía quatro afluentes e um deles era o Eufrates. Este rio está localizado no país atualmente conhecido como Iraque, que fica no Oriente Médio. Dessa maneira, como o senhor explica a imagem branca de Adão, divulgada ao longo dos séculos?"

Conceito:
A raça sob o ponto de vista da semiótica da palavra origina-se da palavra do latim, ratio, que significa sorte, categoria, espécie (MUNAMNGA, 2003, p.01). Porém, sua utilização para designar a categorizar espécies humanas não é uma meraoperação semiótica, este conceito a nosso ver tem um sentido que vai para além da lingüística, ele é Histórico, é ideológico, e social. Porém, reconhecidamente, a utilização da cor da pela para a categorização dos diferentes povos do planeta, esta fortemente relacionada ao período medieval, e a intenção da igreja católica, mais importante instituição do período, em definir a sua relação com o restante do mundo interior e exterior a partir de uma referência: branca,cristã, ocidental. Esta tendência de certa forma foi bastante influenciada pela ocupação da Península Ibérica pelos mouros ao longo deste período, bem como, pelo processo de expulsão destes e retomada dos territórios cristãos por meio das cruzadas. Neste
processo foi instituído pela igreja católica – fundamentada num discurso teológico - um processo de “demonização” destes povos, bem como, de todos aqueles pertencentes a mesma origem – declarados como inimigos dos cristãos – portanto amigos do demônio.

E neste período que assistiremos uma a demonização dos africanos como sinônimo do anticristo, bem como, uma categorização das populações humanas fundadas na cor da pele dos indivíduos.

Para os racistas, que não têm mais como provar que a aparência de Jesus é caucasiana (branca) e européia, isto é uma infame oportunidade para afirmarem a negritude de Jesus, hipocritamente, dando a entender que Ele não era belo, justamente por causa de sua pele escura, ou seja, para Jesus ser negro, Ele tem que ser necessariamente feio.

Bem, nós sabemos que as religiões chamadas 'cristãs', que não apresentam a Bíblia como fonte de pesquisa livre para todos, não se interessam em apresentar o caráter fiel de Jesus, pelo contrário, manipulam os povos em nome do seu Cristo, produto de seus interesses. Por causa disso, inúmeros povos foram discriminados, por não terem 'nenhuma semelhança racial' com os personagens bíblicos apresentados pelos seus dominadores (visto que reigião tambem tambem consiste em poder o que voce faz com ele é que consiste a balança)


Anjos louros, profetas pálidos como a neve, Cristo branco e até mesmo um Deus Pai, na forma humana, europeu, que a igreja católica fez questão de representar, a fim de garantir o poder da raça branca, ignorando a afirmação bíblica de que Deus Pai é Espírito, e de que ninguém jamais o viu. No início do ano 2003, a Rede Globo de Televisão apresentou uma reportagem feita no Sul do Brasil, sobre uma imagem negra, de Maria, mãe de Jesus, que veio da Itália, há quase um século atrás.

"Ao chegar na comunidade eclesiástica do lugar, o povo da igreja não conseguiu aceitar uma mãe africana de Jesus e, assim, exigiram que a imagem fosse pintada de branca. Este fato mostra como o povo brasileiro é doente, no que diz respeito a sua auto-estima: é o negro querendo ser quase branco, mas mantendo sua virilidade(homens) e curvas sedutoras(mulheres) e o quase branco querendo ser branco e louro, mas sem perder a característica de sua pele miscigenada e, invejando a virilidade do homem negro e a sensualidade das mulheres negras. Baseado no texto bíblico de Isaias 53:2 podemos afirmar que Jesus era uma pessoa simples, do povo, alguém que não se podia distinguir dentre as multidões."

Por isso, quando a elite religiosa israelita alistou alguns a fim de apedrejá-lo, Ele entrou no meio do povo e ninguém mais o podia perseguir. Jesus era e é, de fato, o Deus que se fez carne, (segundo o que o ele é apresentado no evangelho de João, capitulo 1), experimentou a realidade da humanidade de sua própria criação. Isto, de fato, é revolucionário, na história e no conceito comum de divindade. Depois de ser tentado em tudo, experimentado todo tipo de sofrimento e humilhações, escolheu morrer nossa morte e por último, demonstrou em sua ressurreição um caminho possível, para vencermos tanto as vicissitudes da vida, como a própria morte, que inviabilizava todo e qualquer projeto humano.

A Semana Santa é uma tradição judaico cristã que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

A Semana Santa se inicia Domingo de Ramos, onde se faz memória da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, e tem seu término com a ressurreição de Jesus Cristo, que ocorre no domingo de Páscoa.

Os dias da Semana Santa Domingo de Ramos.
Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa, com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Jesus é recebido em Jerusalém como um rei, mas os mesmos que o receberam com festa o condenaram à morte. Jesus é recebido com ramos de palmeiras. Nesse dia, são comuns procissões em que os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira, o que originou o nome da celebração. Segundo os evangelhos, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os discípulos e entrou na cidade como um rei, mas sentado num jumentinho - o simbolo da humildade - e foi aclamado pela população como o Messias, o rei de Israel. A multidão o aclamava: "Hosana ao Filho de Davi!" Isto aconteceu alguns dias antes da sua Paixão, Morte e Ressurreição. A Páscoa Cristã celebra então a Ressurreição de Jesus Cristo.

A 'Igreja Católica', durante séculos, vem apresentando a todos a figura de um 'Cristo', branco, loiro e de alhos azuis. Essa é a verdadeira face de um judeu daquela época?

A BBC de Londres já fez um grande documentário que sugere a possível aparência negra do 'Senhor Jesus Cristo'. É interessante que há quase dois milênios os crentes etíopes já o representavam com pele escura. A Bíblia também afirma que os pais de Jesus, fugindo da perseguição do Rei Heródes, levaram Jesus para o Egito, a fim de o esconderem até que a ira do rei se abrandasse. Todos sabem que o Egito é um país africano cujo povo jamais foi branco, por isso, como seria possível Jesus e sua família se esconderem com segurança num país de negros, se fossem brancos de olhos azuis? Um Cristo branco, de cabelos lisos e olhos azuis, era exatamente o que representava o catolicismo romano em sua origem. Na verdade, era essencial mostrar um Cristo branco, semelhante ao povo dominador de todos os demais povos.

Mais tarde, a Igreja Católica, influenciada pelo poder e pela cor dos cabelos louros dos invasores bárbaros, teve que adequar a imagem do 'Cristo' à imagem de seus novos parceiros. Na verdade, se quisermos conhecer mais a respeito de como era o Cristo, o lugar mais adequado, é percorrer cada caminho estreito e apertado através das páginas da Bíblia.

Ali, não só o veremos fisicamente, mas também sob diversos aspectos, tais como: espiritual, moral, ético, humano, divino e etc... Ali, sim, descobriremos que a (fealdade) feiúra de Jesus, se traduz numa beleza indizivelmente maravilhosa e sem dúvida alguma, inigualável.

A Bíblia afirma que Jesus não tinha nenhuma beleza para que o desejássemos... O texto do profeta Isaias diz exatamente assim: 'Porque ele crescera diante de Deus como uma planta vulnerável, e como uma raiz tirada de uma terra seca. Não tem formosura nem esplendor; e quando o vemos, não tinha uma boa aparência, para que o desejássemos'(Isaias 53:2).(Pr.Selmo Ricardo Reis')
ISAÍAS 53

1 - Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?

2 - Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e olhando nós para ele, nenhuma beleza viamos, para que o desejássemos.

3 - Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4 - Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossa enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5 - Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

6 - Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

7 - Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

8 - Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

9 - E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.

Aguns devem perguntar e o que importa a cor de Jesus Cristo?

A questão que separa as interpretações e utilizações do texto bíblico a serviço do racismo da segregação, da intolerância, da violência e da opressão é a ação dos homens, estes mesmos também podem promover ações de reconhecimento e valorização da vida e da humanidade – este é o convite que fazemos neste ensaio. A apropriação do “signo de Cam” é uma síntese nos permite perante o leitor conduzir uma reflexão, sobre um discurso que buscava e ainda busca fundamentar a condição de inferioridade do negro”.

Um afro abraço e boa pascoa a tod@s.
fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre/Copyright Zulu Nation Brasil 2006/HISTÓRIA E CULTURA DA ÁFRICA E AFRO-BRASILEIRA.Uberlândia/MG:
PROEX/UFU; Franca/SP: Ribeirão Editora, 2008.
RABELO, Danilo. Rastafari: identidade e hibridismo cultural na Jamaica, 1930-1981.Brasília/DF: Programa de Pós-graduação em História da Universidade de Brasília –UnB, 2006. (Tese de Doutorado).
SEMPRINI, Andrea. Multiculturalismo. Tradução Laureano Pelegrin. Bauru/SP:
EDUSC, 1999.JONGE, Klass de . África do Sul: apartheid e resistência. São Paulo: Cortez: EBOH,1991.MUNANGA, K. . Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Cadernos PENESB (Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira). UFF, Rio de janeiro, n. 5, p. 15-34, 2004.Munanga, Kabengele. A difícil tarefa de definir quem é negro no Brasil. Estud. av.,Abr 2004, vol.18, no.50, p.51-66.
MEILLASSOUX, Claude. Antropologia da escravidão: o ventre de ferro e dinheiro. Riode Janeiro, Jorge Zahar , 1995.

Sem o rico, o mundo estaria incompleto, os pobres estariam perdidos.

Mas vieram uns barbudos dizendo que não era bem assim e 
atrapalharam tudo.




quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Brasil sem Miséria tirou 22 milhões de pessoas da pobreza extrema



Brasil sem Miséria tirou 22 milhões
de pessoas da pobreza extrema


A presidenta Dilma Rousseff, no programa Café com a Presidenta, destacou a importância da retirada de 2,5 milhões de pessoas da extrema pobreza, totalizando 22 milhões de brasileiros desde o início do mandato da presidenta. Esses são os últimos entre os usuários do Bolsa Família a darem esse passo. Para Dilma, esse é um fato histórico, que superou prazos e metas.
“São os últimos brasileiros dos 36 milhões que recebem o Bolsa Família a saírem da pobreza extrema. (…) Agora, cada um vai receber mais de R$ 70 e, por isso, vão sair da extrema pobreza. Realmente, esse é um fato histórico que superou prazos, superou metas. Isso significa que viramos uma página decisiva de uma longa história de exclusão social e agora nós damos mais um passo para construir um Brasil sem miséria”, destaca.

A presidenta afirmou que o próximo passo é encontrar e tirar da miséria quem ainda não está no cadastro dos programas do governo federal, que ela chamou de pobreza extrema invisível. A estimativa é que ainda existam 700 mil famílias nessa situação e fora do Cadastro Único, sem receber o benefício. Dilma lembra que a Busca Ativa já conseguiu localizar, desde 2011, 800 mil famílias, que entraram no bolsa Família e conseguiram sair da miséria.

“Vamos continuar nesse esforço, buscando as 700 mil famílias que ainda faltam. Contamos com a valiosa parceria das prefeituras e dos estados para percorrer as periferias das grandes cidades, as comunidades ribeirinhas e extrativistas lá na Amazônia, procurar no semiárido do Nordeste e no Nordeste em geral, nas áreas rurais e em todos os cantos desse enorme país, identificando as pessoas em situação de extrema pobreza e dando a elas o acesso a todas as ações do Brasil sem Miséria”, detalhou.


Dilma reforçou, também, que a retirada das pessoas da pobreza extrema é um começo, e que é necessário oferecer para população serviços de qualidade, como ensino profissionalizante, para os adultos, e educação em tempo integral, para as crianças. Ela ainda lembra que, se a criança for do Bolsa Família, o governo federal vai repassar 50% mais dos recursos, além de financiar a construção e a reforma da creche.

“Para os adultos, é necessário melhorar o seu pequeno negócio ou arranjar um emprego melhor. O Pronatec é um ótimo exemplo de começo, porque lá nós oferecemos as vagas para qualificação profissional pelo Senai, pelo Senac, pelos institutos federais tecnológicos do MEC. (…) Nós queremos, Luciano, que todas as crianças tenham a oportunidade de frequentar uma boa escola. (…) É também muito importante que as nossas crianças frequentem as escolas de tempo integral, que auxiliam a criança, melhoram o ensino, melhoram seu desempenho”, completa.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que têm em comum a Globo,a Veja,a Folha o Estadão e Yoani Sánches


Nenhuma outra imagem define melhor a mídia fascista.


Todos sabemos que o menino rico dono da bola é um mau pretendente a arquétipo ou a figura social. Ele decide quem faz as equipes e escolhe os melhores jogadores, quem faz as regras e até se o gol vale ou não. Se não for como o dono da bola determina, simplesmente o jogo nem se inicia. Quando seu time começa a perder, o menino rico grita: ''Pára o jogo que a bola é minha”. Ou então ele pega a bola com a mão, bota embaixo do braço e expulsa um ou outro jogador do time adversário.

O fato que evidencia as más intenções de Yoani é a pauta de assuntos que ala tem abordado no Brasil. Não há uma palavra consistente em defesa dos cinco presos políticos cubanos nos Estados Unidos, o ignominioso bloqueio do regime de Washington foi ignorado e a criminosa “Lei de Ajuste” - uma imoralidade norte-americana para incentivar a migração cubana com a finalidade de fazer propaganda anticubana – sequer foi lembrada.


Em Cuba Yoane sempre falou o que quis. Quando foi punida - inclusive com restrições á sua saída do país - foi porque ele não cumpriu a legislação, como acontece em todos os lugares onde vigora o Estado de Direito. Aqui no Brasil, os protestos furaram a censura da mídia sobre quem é de fato Yoani. A liberdade de opinião foi exercida legitimamente pela gurizada nos protestos.
Há uma farta documentação de fácil acesso que comprova sua profusa atuação como publicista da ideologia que se utiliza dos mais torpes recursos contra o processo revolucionário cubano. Uma coisa são as críticas políticas e sinceras. Outra bem diferente são as invencionices, das quais Yoani é uma privilegiada e remunerada porta-voz.
Esta documentação está à disposição de todos provando que ela não é contra o bloqueio, que ela não defende a liberdade dos cinco presos políticos cubanos nos Estados Unidos, que ela não condena Guantánamo e que ela apoia a imoral "lei de Ajuste. Reproduzir acriticamente os chavões da Globo, da Veja, da Folha e do Estadão não, definitivamente, uma ideia defensável.
A ditadura cubana é falácia dos fascistas.

Veja o que é a democracia direta, popular e participativa de Cuba: Em Cuba os eleitores escolhem os candidatos
Entrevista com o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular, Ricardo Alarcón
Fora de Cuba há uma ideia de que aqui as votações são relativas, em função de que existe um partido único. Como é o sistema eleitoral cubano e quais são seus valores, falando em termos de democracia?
"Nós estamos agora num processo eleitoral. Essa é uma das diferenças fundamentais com o modelo existente, com o suposto paradigma. A essência do sistema de eleições no mundo ocidental contemporâneo envolve que os eleitores, que não são todos os cidadãos, mas apenas uma parte, são chamados a votar por algum candidato escolhido pelas maquinarias eleitorais ou partidos políticos. A cidadania tem então escassa participação na escolha dos candidatos. Em Cuba, já levamos várias semanas um processo que consiste em que as pessoas escolhem, mediante o voto, àquelas pessoas que quiserem levar como candidatos. Isso não acredito que seja parecido ao que predomina no resto do mundo. Aqui, podemos dizer que há tempo que milhões de cubanos já votaram, devido às chamadas assembleias de nomeação dos candidatos. Em 21 de outubro, essas mesmas pessoas são convocadas para ir às urnas e optarem entre os vários candidatos que eles mesmos nomearam. Os candidatos são eleitos, não designados. Não estão ali por decisão duma maquinaria eleitoral”.
"Obviamente a propaganda feita nos jornais ou na televisão fala de apoiar os melhores, os mais capazes. Mas a realidade pode ser outra porque um morador, por exemplo, ergue a mão nas assembleias realizadas em todos os bairros e propõe alguém que considera representativo, ou diretamente diz que se candidata ele mesmo, que também se pode fazer e já ocorreu. Se algo abunda em Cuba, são as eleições. Esta etapa termina em 21 de outubro e o segundo turno é no dia 28, onde concorrem os votantes daquelas circunscrições onde nenhum dos candidatos teria obtido mais de 50% dos votos”.

Nas eleições da maioria dos países, se um candidato comete defecção, os votantes podem puni-lo, não votando nele, quando realizadas as novas eleições. Que alternativas têm os eleitores cubanos nesse caso?

“Muito simples: qualquer uma das pessoas eleitas pode ter seu mandato cassado em qualquer momento, por aqueles que o elegeram. Nos últimos anos, eu fui deputado pelo município de Plaza de la Revolución. A primeira vez que isto aconteceu, em 1993, convidaram-me como aos outros deputados da zona, para participar da assembleia municipal, cujo ponto principal era a cassação de seu presidente. Eu me sentei com o resto dos participantes e houve uma intensa discussão: alguns não concordavam com cassar o companheiro e falavam maravilhas de sua gestão. Outros o criticaram fortemente. De repente, um companheiro, que tinha antiguidade no trabalho nesse distrito, se levantou e disse: “Gente, tirem o dramatismo disso, se aqui em Plaza, nenhum presidente terminou seu mandato. Todos foram substituídos”. Não existe nem prazo, nem restrição alguma para cassar mandatos. Pode fazer-se em qualquer momento, mas obviamente sem que isto se converta num caos, onde estejamos votando todos os meses”.

Nas imagens difundidas no exterior sobre as eleições cubanas, trata-se de ridicularizá-las com os números de participação que sempre são altos e em muitos casos superam os 90%.

“Eu tenho uma explicação sobre isso. Quando você vai votar em Cuba para eleger dentre várias pessoas, e é sabido que uma delas foi proposta em sua assembleia de nomeação, você o conhece, sente-o mais próximo, tem confiança dele. É bem diferente às eleições de outros países, onde o candidato inunda as paredes com cartazes com sua foto, sorrindo e prometendo tudo. Em segundo lugar, se há algo fácil em Cuba, é votar. Os centros eleitorais estão a muito pouca distância de onde moram as pesoas, um quarteirão, ou dois máximo. Isto faz com que participe muitas mais pessoas que em locais onde as mesas de votação estão muito afastadas. Outra coisa é a lista de eleitores. Se agora percorre a Ilha, poderá ver-se na porta dos prédios, nas mercearias, nas lojas, a lista dos eleitores, submetidas ao escrutínio público e ao controle popular. Eu vou ali e vejo se meu nome está aí, e se não estou, então reclamo para que me incluam. Mas vejo também que colocaram você, e então digo, este é argentino e não mora em Havana, e não pode votar aqui. De maneira que quando vou votar, já sei que votam tantas pessoas que estão identificadas na porta com seu nome e sobrenome. Depois, chegado o momento do escrutínio, a comissão responsável convida os moradores que estão na porta do local, a que os ajudem a contar. Comparemos isso, com situações onde as pessoas nem sabem quantos podem votar onde votam, nem sabem quantos votaram, nem sequer qual é o resultado”.

Os protestos contra Yoani Sánchez são mais do que justificados. A começar pelo papel que ela desempenha como “dissidente” e outros epítetos repetidos “ad nausan” pela mídia gobbeliana. Não é correto, portanto, reduzir suas atividades às de “infoativista”, “bacharel em linguística (filologia) e fundadora do Blog Geração Y”. Há uma farta documentação de fácil acesso que comprova sua profusa atuação como publicista da ideologia que se utiliza dos mais torpes recursos contra o processo revolucionário cubano. Uma coisa são as críticas políticas e sinceras. Outra bem diferente são as invencionices, das quais Yoani é uma privilegiada e remunerada porta-voz.

Os protestos, portanto, são contra esse conjunto de questões. Baste ver os slogans, as palavras de ordem e as proclamações que foram levantados contra Yoani. Se no lugar dela estivesse qualquer outro “dissidente”, a repulsa seria a mesma. Afinal, há uma indústria da “dissidência” em Cuba, organizada pelo Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Cuba, cuja comprovação está ao alcance de todos. Ainda é relativamente recente a onda de atentados e outros crimes praticados por mercenários, em 2003, quando o governo norte-americano de George W. Bush lançou a ofensiva contra o “eixo do mal”, no qual ele incluiu Cuba.

Há muita gente em Cuba que faz crítica ao governo, muitas pertinentes. Mas tudo dentro da institucionalidade do país, como deve ser em todos os lugares em que vigora o Estado de Direito. Não é o caso dos “dissidentes”, que atuam abertamente contra a legislação do país com a finalidade explícita de criar fatos que pautam a mídia anticubana internacional.
Inácio Rammonet, o Eduardo Galeano, o Fernando Morais? Por que eles transitam livremente por lá? Há algo de podre no reino desses escritores que se dizem "seguidos" em Cuba.

Podemos, nesse vazio de inteligência da mídia, nos consolar com as palavras do Padre Vieira, no Sermão da Sexagésima, onde se vê a causa de o povo não acreditar nessa pregação recheada de ameaças, uma discurseira que põe palavras onde faltam idéias.

Lá se diz: “As razões não hão de ser enxertadas, hão de ser nascidas. O pregar não é recitar. As razões próprias nascem do entendimento, as alheias vão pegadas à memória, e os homens não se convencem pela memória, senão pelo entendimento. (…) O que sai da boca, pára nos ouvidos, o que nasce do juízo, penetra e convence o entendimento.”

Certa vez, Fidel Castro não perdeu a oportunidade de dar uma boa resposta a Bush, que havia dito que "o comércio com Cuba não faria outra coisa senão encher os bolsos de Fidel Castro e seus sequazes".

"Senhor Bush: eu não me pareço absolutamente nada com as corruptas personagens que o senhor honra com a sua amizade no mundo, ou com as que, seguindo receitas capitalistas e neoliberais, confiscaram o Estado e transferiram para o exterior centenas de milhões de dólares, grande parte deles lavados por prestigiados e influentes bancos norte-americanos. O senhor, tão apegado às grandes fortunas como milionário e filho de milionário que é, talvez nunca possa compreender que existam pessoas insubornáveis e indiferentes ao dinheiro."

Quando o amigo e amo da mercenária Yoani Otto Reich veio ao Brasil, no governo Bush, em um protesto cantou-se a música "América Coração", famosa pela interpretação do grupo gaúcho "Os Serranos". O trecho era este: "Diga ao tio que nos visita, que somos todos parentes: negros, índios, brancos, federais e inconfidentes. Somos a força do mundo, arrastando uma corrente. Se às vezes nos faltam armas, temos a força da mente. Só Deus pode calar a voz de um povo valente. América do Sul, por ser o coração do mundo, teu sangue é muito mais que o fogo".

Cuba e os democratas e progressistas lutam contra um mundo que passou ao controle político e econômico de um punhado de magnatas sem face e sem coração. Substituiu-se a perenidade dos bosques europeus pela aceleração das auto-estradas norte-americanas. O tempo que as pessoas se davam para sentar em um café parisiense, ler um livro e viver, pela refeição fast food. E o bem-estar social pelo desemprego, pelo abandono, pela miséria gerada na competição que desce à mesquinharia do cotidiano. Hoje, nada é feito para durar muito. Tudo é descartável. E veio a futilidade como validação estética da baixa erudição (a rasa cultura norte-americana legitima a ignorância média desde que esta se recubra de boa dose de marketing). E rebaixou-se todo ato humano que não seja eminentemente artificial. O brilho da casca, enfim, passou a valer mais do que o miolo. Hoje somos menos horizontais socialmente, menos democráticos e menos bem-humorados por conta da expansão cultural da futilidade norte-americana na “era neoliberal”.
Todos sabemos que o menino rico dono da bola é um mau pretendente a arquétipo ou a figura social. Ele decide quem faz as equipes e escolhe os melhores jogadores, quem faz as regras e até se o gol vale ou não. Se não for como o dono da bola determina, simplesmente o jogo nem se inicia. Quando seu time começa a perder, o menino rico grita: ''Pára o jogo que a bola é minha”. Ou então ele pega a bola com a mão, bota embaixo do braço e expulsa um ou outro jogador do time adversário.

Nenhuma outra imagem define melhor a mídia fascista.

Por Osvaldo Bertolino. Jornalista, pesquisador e escritor.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Brasil comemora 81 anos da conquista do voto feminino


Direito foi assegurado nacionalmente em 24 de fevereiro de 1932, embora o Estado do Rio Grande do Norte sancionou a lei em 1927



Neste domingo, 24 de fevereiro, o Brasil comemora 81 anos da conquista do voto feminino. O direito das mulheres em escolher seus representantes foi garantido em 1932, através do decreto 21.076 do Código Eleitoral Provisório, após intensa campanha nacional.
A luta pelo Dia da Conquista do Voto Feminino no país teve início antes mesmo da Proclamação da República.
Apesar da resolução do então presidente Getúlio Vargas, o direito de participar das votações era somente destinado às mulheres casadas (com autorização dos maridos), e às viúvas e solteiras com renda própria.Em 1934, as restrições femininas foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Enfim, no ano de 1946, uma nova alteração no código também tornou obrigatória a votação pelas mulheres.
No Rio Grande do Norte
Antes mesmo do decreto nacional que instituiu o direito do voto feminino, o governo do Rio Grande do Norte sancionou, em 1927, a lei número 660, estabelecendo não haver mais ‘distinção de sexo’ para o exercício eleitoral. Isso aconteceu devido a conflitos entre a legislação do Estado e a Constituição Federal Brasileira.

Primeira mulher a conquistar o direito de voto
Beneficiada pela lei do Rio Grande do Norte, Celina Guimarães Viana – por intermédio do marido – foi a primeira mulher a exercer o direito do voto no Brasil, o que aconteceu na cidade de Mossoró – RN.Pouco tempo depois, um movimento nacional de mobilização começou no país, com a participação de ativistas, escritoras, militantes, políticas, trabalhadoras e outras pessoas, culminando no decreto nacional que garantiu às mulheres o direito ao voto.

Redação: Fátima Pires

sábado, 23 de fevereiro de 2013

MAS QUEM É A MENINA QUE DESAFIOU A OCUPAÇÃO ISRAELENSE?



No meio de uma estrada deserta, cercada de paisagem árida, uma pequena menina com a insígnia da paz estampada no peito enfrenta dezenas de soldados, protegidos com capacetes e metralhadoras. O contraste da imagem choca, mas nem as armas em punho foram capazes de amedrontar a garotinha, que continuou a gritar e empurrar os oficiais em busca de respostas.

Os risos jocosos dos militares, que se entreolhavam em desprezo, apenas alimentaram o desespero e raiva da jovem. No fim, a única resposta recebida foi o disparo de balas de borracha. As imagens da bravura da menina, na reedição de uma espécia de batalha entre Davi e Golias, correram o mundo. Ahed Tamimi, de apenas 13 anos, queria apenas saber para onde o irmão, Waed, de 15 anos, havia sido levado durante os protestos do dia 2 de novembro em Nabi Saleh, pequeno vilarejo na Cisjordânia onde vivem.


Sentada na cama do hospital, em Ramallah, com a mão enrolada em curativos, a palestina não reclama do ferimento e conta que a dor já se tornou parte de sua vida. Filha do líder comunitário Bassem Tamimi, considerado pela União Europeia um “defensor dos direitos humanos” e pela Anistia Internacional “um prisioneiro de consciência”, Ahed já teve de lidar com o encarceramento dos pais, a morte de dois tios e a violência cotidiana de soldados israelenses contra a família e amigos.

“Eu lembro que o pior período da nossa vida foi quando prenderam o meu pai pela primeira vez. As autoridades israelenses não nos deram autorização para visitá-lo”, contou ela ao portal Opera Mundi. Detido por oficiais israelenses por seu papel de liderança nos protestos pacíficos, Bassem teve de enfrentar a corte militar de Israel por 13 vezes e chegou a passar mais de três anos no cárcere, sem nenhum julgamento.

Há mais de três anos, os residentes de Nabi Saleh se concentram toda sexta-feira às 13h30 no centro da vila e tentam caminhar com bandeiras da Palestina até a Alqaws, fonte de água da cidade confiscada pelos oficiais israelenses em 2009 e atualmente de uso exclusivo dos colonos. O recurso era necessário para as plantações na aldeia e também funcionava como local de lazer, mas Israel restringiu a visita e proibiu a construção de qualquer tipo de infraestrutura no local pelos palestinos.

“Toda sexta-feira, choques começam quando tentamos começar nosso protesto pacífico contra o assentamento que nos cerca”, contou a garota. Idosos, como sua avó, de 90 anos, crianças, mulheres e homens, são atingidos indiscriminadamente por munições e projéteis. Com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e o líquido “skunk”, os soldados impedem que a passeata chegue ao local de destino mas, pela primeira vez, em junho deste ano, o grupo conseguiu entrar na fonte.

Depois dos primeiros protestos, as Forças de Defesa de Israel começaram a fechar todas as entradas e saídas da vila, impedindo a chegada de ativistas internacionais e de outras cidades palestinas e restringindo a manifestação às ruas da vila.

“O uso de todos os meios para finalizar o protesto pelas forças de segurança é excessivo e ocorre mesmo quando os manifestantes não são violentos e não representam ameaça. As forças disparam enormes quantidades de gás lacrimogêneo dentro da área urbana da vila, que é o lar de centenas de pessoas”, disse em relatório a organização israelense B’TSelem. “Em um protesto, pelo menos 150 latas de gás lacrimogêneo foram disparadas”, completou.

Mortes

Foi em uma dessas vezes que Ahed perdeu um dos primos. Há exatamente um ano, Mustafa morreu quando foi atingido na cabeça com uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos. De acordo com testemunhas, ele jogava pedras contra um tanque israelense e um soldado, não identificado, mirou em sua cabeça.

No entanto, segundo organizações de direitos humanos e residentes de Nabi Saleh, os oficiais não usam inadequadamente apenas munições menos letais, mas também armas de fogo. Em 19 de novembro, o tio de Ahed, Rushdi, policial palestino de 31 anos, faleceu de complicações médicas depois de ferimentos com balas de fogo no intestino.

Apesar da crescente repressão, Ahed e sua família continuam a participar dos protestos semanais na aldeia, de 500 habitantes, contra os assentamentos israelenses e o muro que separam os territórios. Sob o argumento de que a manifestação é uma “reunião ilegal”, os oficiais prendem civis e tentam dispersar o grupo logo nos primeiros minutos.

Prisões

“Minha mãe disse a eles para saírem das nossas terras e o soldado, com raiva, respondeu que estávamos em uma zona militar. [Ela] então disse a ele para retirar os colonos também e ele ordenou sua prisão”, lembrou Ahed, mencionando a manifestação do dia 24 de agosto (vídeo). Ao lado das primas, a garota protestou contra a detenção e acabou apanhando dos militares. Nariman foi libertada e logo, voltou a participar das manifestações com sua câmera e kit de primeiros socorros.
O pai foi preso novamente em 24 de outubro, durante uma manifestação a favor do boicote contra o supermercado israelense Rami Leon Trótskivy. Ele posteriormente foi condenado a quatro meses de prisão e a uma multa poucos meses depois de ter sido solto. Após uma semana, o filho mais velho foi levado pelos soldados, mas permaneceu detido poucos dias na delegacia do assentamento de Sha’as Benyamin.

“A prisão de Waed Tamimi, enquanto ele estava andando pacificamente em sua vila, aponta para o contínuo abuso do ativista Bassem Tamimi, de sua família e da comunidade de Nabi Saleh pelas forças militares israelenses”, afirmou Ann Harrison da Anistia Internacional. “Este abuso e assédio deve parar”, acrescentou ela.

Ocupação e os jovens: peça-chave para a repressão

A presença militar de israelenses na vila palestina não é restrita às sextas-feiras. A emissora israelense Canal 10, junto com a B’TSelem, denunciou que os oficiais fazem rondas noturnas em Nabi Saleh, durante as quais invadem as residências dos palestinos e tiram fotos das crianças.

As Forças de Defesa usam as fotografias para identificar os menores que jogam pedras contra os oficiais nos protestos e depois, vão às suas casas durante a noite para prendê-los. Segundo a organização palestina Addammeer, que luta pelo direito dos presos políticos, o depoimento desses jovens é fundamental para Israel construir denúncias contra os líderes do movimento. Foi o interrogatório de uma criança de 10 anos que levou à prisão de Bassem.

Ahed conta que os oficiais estão por perto “toda vez que quero brincar com meus amigos, quando vou à escola e quando estou em casa”.

Mesmo quando os soldados estão longe, os palestinos lembram diariamente de que sua terra está sendo ocupada e confiscada. Nabi Saleh, assim como toda a Cisjordânia, é cercada por um muro de 10 metros de altura e por todos os lados da aldeia, os apartamentos modernos dos colonos construídos ilegalmente em seu território podem ser vistos. A falta de parentes e amigos que estão presos ou foram mortos impedem que essas pessoas se esqueçam da sua realidade.

Sonhos de uma criança

“Eu gostaria que toda a minha família fosse libertada assim como todos os outros prisioneiros palestinos logo e quero ver o meu grande sonho de um dia viver em uma Palestina livre”, declarou Ahed.


O sentimento de tristeza e desespero, pesado demais para uma criança, preocupa os pais de Ahed. “Durante as visitas ao meu marido, Bassem me pediu que os corações dos nossos filhos fossem purificados de todo e qualquer ódio por conta das sementes de amor que plantamos neles”, contou Nariman. “Agora, nós estamos esperando por redenção, felicidade, justiça e liberdade”.

A libertação nacional parece estar longe da vida de Ahed e dos Tamimi. Enquanto a família ainda enfrenta uma ordem de demolição de sua casa em Nabi Saleh, as autoridades israelenses já anunciaram que vão continuar com a expansão dos assentamentos nos territórios palestinos.

No entanto, o espírito de resistência dessa família não parece diminuir, apesar das seguidas provações pelas quais passaram. Metaforicamente, os Tamimi são a Palestina.


Yara Fares e Marina Mattar, Opera Mundi
CurtirEu me lembro que quando vi esta foto fiquei admirada da coragem da pequena menina, de punho cerrados, contra o oficial do exercito que estava armado,ela mostra que se for entre resignar se e resistir, a alternativa é RESISTIR.

MAS QUEM É A MENINA QUE DESAFIOU A OCUPAÇÃO ISRAELENSE?


No meio de uma estrada deserta, cercada de paisagem árida, uma pequena menina com a insígnia da paz estampada no peito enfrenta dezenas de soldados, protegidos com capacetes e metralhadoras. O contraste da imagem choca, mas nem as armas em punho foram capazes de amedrontar a garotinha, que continuou a gritar e empurrar os oficiais em busca de respostas.

Os risos jocosos dos militares, que se entreolhavam em desprezo, apenas alimentaram o desespero e raiva da jovem. No fim, a única resposta recebida foi o disparo de balas de borracha. As imagens da bravura da menina, na reedição de uma espécia de batalha entre Davi e Golias, correram o mundo. Ahed Tamimi, de apenas 13 anos, queria apenas saber para onde o irmão, Waed, de 15 anos, havia sido levado durante os protestos do dia 2 de novembro em Nabi Saleh, pequeno vilarejo na Cisjordânia onde vivem.


Sentada na cama do hospital, em Ramallah, com a mão enrolada em curativos, a palestina não reclama do ferimento e conta que a dor já se tornou parte de sua vida. Filha do líder comunitário Bassem Tamimi, considerado pela União Europeia um “defensor dos direitos humanos” e pela Anistia Internacional “um prisioneiro de consciência”, Ahed já teve de lidar com o encarceramento dos pais, a morte de dois tios e a violência cotidiana de soldados israelenses contra a família e amigos.

“Eu lembro que o pior período da nossa vida foi quando prenderam o meu pai pela primeira vez. As autoridades israelenses não nos deram autorização para visitá-lo”, contou ela ao portal Opera Mundi. Detido por oficiais israelenses por seu papel de liderança nos protestos pacíficos, Bassem teve de enfrentar a corte militar de Israel por 13 vezes e chegou a passar mais de três anos no cárcere, sem nenhum julgamento.

Há mais de três anos, os residentes de Nabi Saleh se concentram toda sexta-feira às 13h30 no centro da vila e tentam caminhar com bandeiras da Palestina até a Alqaws, fonte de água da cidade confiscada pelos oficiais israelenses em 2009 e atualmente de uso exclusivo dos colonos. O recurso era necessário para as plantações na aldeia e também funcionava como local de lazer, mas Israel restringiu a visita e proibiu a construção de qualquer tipo de infraestrutura no local pelos palestinos.

“Toda sexta-feira, choques começam quando tentamos começar nosso protesto pacífico contra o assentamento que nos cerca”, contou a garota. Idosos, como sua avó, de 90 anos, crianças, mulheres e homens, são atingidos indiscriminadamente por munições e projéteis. Com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e o líquido “skunk”, os soldados impedem que a passeata chegue ao local de destino mas, pela primeira vez, em junho deste ano, o grupo conseguiu entrar na fonte.

Depois dos primeiros protestos, as Forças de Defesa de Israel começaram a fechar todas as entradas e saídas da vila, impedindo a chegada de ativistas internacionais e de outras cidades palestinas e restringindo a manifestação às ruas da vila.

“O uso de todos os meios para finalizar o protesto pelas forças de segurança é excessivo e ocorre mesmo quando os manifestantes não são violentos e não representam ameaça. As forças disparam enormes quantidades de gás lacrimogêneo dentro da área urbana da vila, que é o lar de centenas de pessoas”, disse em relatório a organização israelense B’TSelem. “Em um protesto, pelo menos 150 latas de gás lacrimogêneo foram disparadas”, completou.

Mortes

Foi em uma dessas vezes que Ahed perdeu um dos primos. Há exatamente um ano, Mustafa morreu quando foi atingido na cabeça com uma bomba de gás lacrimogêneo durante os protestos. De acordo com testemunhas, ele jogava pedras contra um tanque israelense e um soldado, não identificado, mirou em sua cabeça.

No entanto, segundo organizações de direitos humanos e residentes de Nabi Saleh, os oficiais não usam inadequadamente apenas munições menos letais, mas também armas de fogo. Em 19 de novembro, o tio de Ahed, Rushdi, policial palestino de 31 anos, faleceu de complicações médicas depois de ferimentos com balas de fogo no intestino.

Apesar da crescente repressão, Ahed e sua família continuam a participar dos protestos semanais na aldeia, de 500 habitantes, contra os assentamentos israelenses e o muro que separam os territórios. Sob o argumento de que a manifestação é uma “reunião ilegal”, os oficiais prendem civis e tentam dispersar o grupo logo nos primeiros minutos.

Prisões

“Minha mãe disse a eles para saírem das nossas terras e o soldado, com raiva, respondeu que estávamos em uma zona militar. [Ela] então disse a ele para retirar os colonos também e ele ordenou sua prisão”, lembrou Ahed, mencionando a manifestação do dia 24 de agosto (vídeo). Ao lado das primas, a garota protestou contra a detenção e acabou apanhando dos militares. Nariman foi libertada e logo, voltou a participar das manifestações com sua câmera e kit de primeiros socorros.
O pai foi preso novamente em 24 de outubro, durante uma manifestação a favor do boicote contra o supermercado israelense Rami Leon Trótskivy. Ele posteriormente foi condenado a quatro meses de prisão e a uma multa poucos meses depois de ter sido solto. Após uma semana, o filho mais velho foi levado pelos soldados, mas permaneceu detido poucos dias na delegacia do assentamento de Sha’as Benyamin.

“A prisão de Waed Tamimi, enquanto ele estava andando pacificamente em sua vila, aponta para o contínuo abuso do ativista Bassem Tamimi, de sua família e da comunidade de Nabi Saleh pelas forças militares israelenses”, afirmou Ann Harrison da Anistia Internacional. “Este abuso e assédio deve parar”, acrescentou ela.

Ocupação e os jovens: peça-chave para a repressão

A presença militar de israelenses na vila palestina não é restrita às sextas-feiras. A emissora israelense Canal 10, junto com a B’TSelem, denunciou que os oficiais fazem rondas noturnas em Nabi Saleh, durante as quais invadem as residências dos palestinos e tiram fotos das crianças.

As Forças de Defesa usam as fotografias para identificar os menores que jogam pedras contra os oficiais nos protestos e depois, vão às suas casas durante a noite para prendê-los. Segundo a organização palestina Addammeer, que luta pelo direito dos presos políticos, o depoimento desses jovens é fundamental para Israel construir denúncias contra os líderes do movimento. Foi o interrogatório de uma criança de 10 anos que levou à prisão de Bassem.

Ahed conta que os oficiais estão por perto “toda vez que quero brincar com meus amigos, quando vou à escola e quando estou em casa”.

Mesmo quando os soldados estão longe, os palestinos lembram diariamente de que sua terra está sendo ocupada e confiscada. Nabi Saleh, assim como toda a Cisjordânia, é cercada por um muro de 10 metros de altura e por todos os lados da aldeia, os apartamentos modernos dos colonos construídos ilegalmente em seu território podem ser vistos. A falta de parentes e amigos que estão presos ou foram mortos impedem que essas pessoas se esqueçam da sua realidade.

Sonhos de uma criança

“Eu gostaria que toda a minha família fosse libertada assim como todos os outros prisioneiros palestinos logo e quero ver o meu grande sonho de um dia viver em uma Palestina livre”, declarou Ahed.


O sentimento de tristeza e desespero, pesado demais para uma criança, preocupa os pais de Ahed. “Durante as visitas ao meu marido, Bassem me pediu que os corações dos nossos filhos fossem purificados de todo e qualquer ódio por conta das sementes de amor que plantamos neles”, contou Nariman. “Agora, nós estamos esperando por redenção, felicidade, justiça e liberdade”.

A libertação nacional parece estar longe da vida de Ahed e dos Tamimi. Enquanto a família ainda enfrenta uma ordem de demolição de sua casa em Nabi Saleh, as autoridades israelenses já anunciaram que vão continuar com a expansão dos assentamentos nos territórios palestinos.

No entanto, o espírito de resistência dessa família não parece diminuir, apesar das seguidas provações pelas quais passaram. Metaforicamente, os Tamimi são a Palestina.


Yara Fares e Marina Mattar, Opera Mundi

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A violência histórica e atual contra a mulher no país




Brasil é um dos países com maior incidência de assassinatos de mulheres. Cultura de opressão sobre a mulher está marcada em todas as esferas

Pedro Carrano - Brasil de Fato

Brasil é um dos países com mais incidência de assassinatos de mulheres
Foto: Marcello Casal Jr./ABr

O caso de estupro sofrido por uma trabalhadora de enfermagem, quando três homens invadiram sua residência e a violentaram, sob mando do ex-marido, chocou a opinião pública paranaense. A mídia deu amplo destaque ao fato, ocorrido em novembro de 2012, mas divulgado apenas agora. O caso deixou exposta a falta de condições de denúncia para crimes como este. A enfermeira não conseguiu fazer a denúncia na Delegacia da Mulher, tendo uma resposta apenas na Delegacia de Furtos e Roubos. Antes disso ainda teve que passar por um distrito policial local.
O caso abre o debate para uma série de dados sistematizados sobre o grande número de casos de violência de gênero e violência sexual contra a mulher. O estado do Paraná é o terceiro estado do país com maior incidência de atos de violência. São 6,3 homicídios a cada 100 mil mulheres. O estado do Espírito Santo, com taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres, mais que duplica a média nacional e quase quadruplica a taxa do Piauí, o estado que apresenta o menor índice do país. Os dados fazem parte do Mapa da Violência contra a Mulher, levantado pelo Instituto Sangari.
Ainda assim, o debate é marcado pela parcialidade e sensacionalismo midiático. Quando, na direção oposta, especialistas na questão de gênero e luta das mulheres apontam que a opressão histórica e a cultura patriarcal arraigadas na sociedade fazem do continente latino-americano local de inúmeras violações. Heliana Hemetério dos Santos, integrante da Rede de Mulheres Negras (PR) defende que, de modo geral, no caso brasileiro, não é possível descartar os elementos culturais e históricos para análise de tal situação. Acredita que a violência doméstica e o machismo partem de uma educação que não condena tais práticas. “É uma tradição em nossa cultura, na qual bater na mulher nunca foi vergonhoso. O Estado brasileiro anda de mãos dadas com esta concepção”, denuncia.
A violência, de acordo com a militante, também é elevada entre a população feminina negra. “Houve aumento da violência no caso da mulher negra? Não. Na realidade, nós sempre estivemos no topo das estatísticas. Sempre as mais violentadas dentro e fora de casa, numa situação histórica e permanente”, denuncia.
Os números comprovam uma realidade violenta, não desvelada por completo. Os casos conhecidos como “femicídio”, de acordo com informações do Instituto Sangari, não são devidamente registrados. Ou estão encobertos sob a forma de outras ocorrências. O femicídio “é um termo político que caracteriza o homicídio de mulheres pelo fato de serem mulheres, baseado numa discriminação de gênero, em meio a formas de dominação, exercício de poder e controle sobre elas”, explica Jackeline Florêncio, secretária executiva da Plataforma Dhesca Brasil e integrante do coletivo das Promotoras Legais Populares de Curitiba. “O femicídio tem sido subnotificado. Não são anotadas devidamente as circunstâncias da morte violenta da mulher quando essa se dá no âmbito das relações de homens e mulheres sob a perspectiva de gênero. Hoje não podemos fazer uma estimativa de quantos femicídios são cometidos contra as mulheres”, reconhece texto de Maria Amélia Teles, em uma publicação das Promotoras Legais Populares de São Paulo.
Números
Taxas de homicídio de mulheres (em 100 mil) por
unidade federativa
A realidade nacional, comparada a outros países, também é preocupante. O Mapa da Violência contra a Mulher, elaborado pelo Instituto Sangari, aponta que o Brasil é o sétimo país no mundo em número de homicídios de mulheres. Entre 1980 e 2010, foram assassinadas 92 mil mulheres no Brasil, sendo que quase metade dos assassinatos (41%) ocorreu na sua residência. De acordo ainda com o Instituto Sangari, de 1997 a 2007, 41532 mulheres morreram vítimas de homicídios.
“O Estado brasileiro tem sido ineficiente no dever de devida diligência e na aplicação de políticas e medidas destinadas a prevenir, punir e erradicar esse tipo de violência”, critica Jackeline Florêncio.
Especialistas no tema criticam a construção social que destina a mulher ao âmbito do espaço privado, ao passo que o espaço público seria uma construção destinada aos homens. Entre os homens, só 14,7% homicídios aconteceram na residência ou habitação. Já entre as mulheres, essa proporção eleva-se para 40%, de acordo com o mesmo Mapa de Violência.
“A violência está de mãos dadas com o poder patriarcal, com a educação machista. O racismo e a violência contra a mulher são estruturantes. Precisamos de formação para termos as respostas de fato que precisamos”, comenta Heliana.
Em 1994, na cidade de Belém do Pará, foi firmada a Convenção Interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, conhecida como Convenção de Belém do Pará. O princípio da convenção definia que a violência contra a mulher se dava como qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. Anos antes, em 1979, a Convenção sobre Eliminação de toda forma de discriminação contra a Mulher (Cedaw) da ONU, é um dos primeiros marcos de condenação a estas práticas.
Essas medidas responderam, à época, pelas reivindicações dos movimentos de mulheres. Responderam, de outro lado, pela pressão de organismos como o Banco Mundial, que enxerga a inserção das mulheres com maior velocidade no mundo do trabalho uma condição de lucratividade na ótica neoliberal. “Houve uma luta muito intensa do movimento feminista e de mulheres das Américas para caracterizar e definir formalmente a violência numa região (principalmente a América Latina) tão encharcada pelo sangue feminino”, descreve Jackeline Florêncio.
Na América Latina, a situação está presente em vários países. Segundo o Mapa da Violência 2012, o Brasil, sétimo país com maior incidência de homicídios, perde apenas países como El Salvador, Trinidad e Tobago, Guatemala, Colômbia e Belize. “Na Colômbia, paramilitares, guerrilha e exército otimizam estupros como arma de guerra, no saque às comunidades”, afirma Jackeline Florêncio. Na América Central, México e Guatemala, os índices de femicídio estão entre os mais altos do planeta.
O Mapa da Violência aponta ainda que o Brasil perde para países da América Latina, como a Argentina, em 35º, o Uruguai, em 38º, e o México, em 42º. A lista é liderada pela Austrália, seguida de países europeus como a Noruega, Suécia, Finlândia, Holanda e Alemanha, além da Nova Zelândia e o Canadá. Os EUA ficam na 30ª posição no que se refere a este tipo de abuso.
Reprodução de cartaz para seminário sobre feminismo, gênero e classe
Bandeiras de luta
Há uma série de lutas encampadas melo movimento de mulheres para prevenir a condição atual de violência e opressão. Uma grande lacuna se refere à falta de condição de denúncia e atendimento à mulher vítima de agressão. Heliana Hemetério dos Santos enumera a falta de delegacias da mulher, com estrutura para atendimento, viaturas e profissionais. As delegacias abrem apenas durante horário comercial, e os juizados não são instalados. Afirma também que é importante as secretarias de Educação estaduais adotarem uma política de discussão de gênero no interior das escolas. Outra pauta é a luta por casas de abrigo para mulheres vítimas de violência, algo estipulado por Lei.
Do blog Maria Da Penha Neles

domingo, 17 de fevereiro de 2013

As velhas baianas somem da passarela





Em um samba belíssimo, que embalou o carnaval de 1984 da Unidos de Vila Isabel, Martinho da Vila fala dos sonhos da velha baiana, “que foi passista/brincou em ala/dizem que foi o grande amor do mestre-sala”.
Poucos versos abordam com mais felicidade a ideia da escola de samba como uma instituição comunitária, forjadora de elos entre segmentos populares que, à margem das benesses do poder instituído, inventaram mundos e, desta maneira, se apropriaram da vida e produziram cultura. A moça passista, que desfilou como componente de ala, chegou ao final da trajetória ungida baiana, matriarca do samba e de sua gente simples.
Ocorre hoje, porém, um problema da maior gravidade nas escolas de samba, amplamente comentado no meio e, infelizmente, pouco repercutido na imprensa: a velha baiana corre o risco de desaparecer, arrancada das fileiras de sua escola pela conversão às igrejas evangélicas que, cada vez mais fortes, demonizam o samba, o carnaval e suas práticas.
O problema atinge, sobretudo, as escolas mais pobres, que contam basicamente com os componentes das próprias comunidades para fazer o carnaval. São inúmeros os casos de passistas, ritmistas e, sobretudo, baianas, que abandonaram os desfiles atendendo a determinações de pastores. Diversas escolas de pequeno porte já entram na avenida perdendo pontos, pois o regulamento dos desfiles exige um número mínimo de baianas para o cortejo. Onde elas estão? Nas igrejas, ouvindo pregações apocalípticas contra a festa.
Atribuindo ao carnaval um perfil maligno, fundamentando suas críticas em uma arraigada noção de pecado e em uma vaga ideia de redenção, estes líderes religiosos retiram do ambiente das escolas personagens que, até então, tinham ali construído seus elos comunitários mais bonitos. É pecado sambar?
É evidente que tal prática se inscreve numa disputa pelo mercado da fé, cujo motor é o combate pelo maior número possível de fiéis. É óbvio, também, que as escolas de samba têm fortes raízes fincadas nas religiosidades afro-ameríndias, notoriamente na Umbanda e no Candomblé. Sabemos, por exemplo, que algumas baterias de grandes escolas desenvolveram seus toques característicos a partir dos ritmos consagrados aos orixás. A guerra aberta às escolas de samba deve ser compreendida, portanto, em um panorama mais amplo: é um capítulo da guerra santa travada por fundamentalistas cristãos contra as práticas culturais e religiosas dos descendentes de africanos no Brasil.
O efeito é perverso. Ao construir um discurso de salvação, alicerçado em promessas de tempos melhores, os fundamentalistas da fé buscam matar exatamente o que, durante muito tempo, deu a estas pessoas a noção de pertencimento. Não basta, para os arautos do fanatismo, construir uma nova referencia; é necessário matar o que veio antes, arrasar a terra, negar o outro, destruir a tradição. Conhecemos este filme e o final não é feliz.
Resta botar a boca no trombone e torcer para que no peito da velha baiana do samba do Martinho, aquela que cresceu, amou o mestre-sala e envelheceu dentro de sua escola, o arrepio do surdo de marcação, a harmonia do cavaco e os desenhos dos tamborins superem as trombetas da intolerância. Afinal de contas, não é pecado sambar e celebrar a vida.
Luiz Antonio Simas é professor de História

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Estou presa,continuo mulher

Campanha de arrecadação de roupas íntimas e absorvente: "Estou presa, continuo mulher"

"O quadro não é novo. Já é sabido que muitas prisões não disponibilizam todos os produtos básicos e itens de higiene para os presos. Há anos, por exemplo, sabe-se que mulheres presas que não tem familiares que possam disponibilizar o produto, passam o mês acumulando miolo de pão para improvisar absorventes durante o período menstrual.O governo federal confirmou tal prática em relatório interministerial, publicado em 2007, e a descreveu como “um frontal desrespeito ao preceituado na Lei de Execução Penal”.

Cinco anos depois, relatos similares e dados alarmantes foram apresentados em Audiência Pública realizada ontem (22/11) em São Paulo pela Defensoria Pública do Estado, por meio do Núcleo Especializado de Situação Carcerária.
  
Os dados apresentados pela Defensoria Pública durante a audiência mostram, por exemplo, que nos Centros de Ressocialização de Rio Claro Feminino, Itapetininga Feminino e Sumaré Feminino não há registro de compra de absorventes. Em diversos presídios, o Estado sequer fornece roupa íntima para as presas. Faltam também lençóis, meias, toalha e cobertores, entre outros itens básicos de vestuário. "

Bora contribuir, minha gente!

Do blog Maria Da Penha Neles

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Capitalismo e suas mazelas

Praticamente todas as mazelas vividas pela sociedade moderna têm como causa o sistema capitalista. Aqueles que afirmam isso e lutam contra o sistema costumam ser considerados pessoas utópicas, distantes da realidade.

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A nossa atual situação política e socieconômica, poderia ser diferente e para melhor, se nós não déssemos tanto valor ao capitalismo oriundo do sistema econômico, nos quais fascinam a humanidade à se promover no consumismo desenfreado em prol à saciar a ânsia pela riqueza e satisfação pessoal de uma minoria ególatra capitalista e também, encorajássemos à nos libertar dos grilhões psíquicos que nos prendem aos mesmos.

 Sabe porque? - Porque a massa (povo) foi acondicionada à confundir o direito de dignidade com a humildade em prol dos que lhe convém e vivendo assim, num inconsciente coletivo que tem como cárcere o medo, culpa e os grilhões da humildade; veja bem, eu não quis dizer que a humildade nos impede de sermos dignos e sim, a ignorância, medo e a culpa, sabe porque também? - Boa parte da humanidade desde os primórdios dos tempos, vem sendo acondicionada ao medo, culpa e à obscuridade intelectual no intuito de não apresentar argumentos contraditórios aos que lhes mantem as rédeas do tangimento; e no entanto, há uma linha muito tênue para quebrarmos os pontos de vistas enganosos e certos engodos que foram incutidos em nosso subconsciente ao longo dos anos com pretextos persuasivos".
Voltando a falar na humanidade, resumindo, o ser humano: - Quando o ser humano nasce é constituído de pura inocência psicológica, talvez até espiritual; daí então, ele experimenta pela primeira vez o amor, a compaixão materna. Passando então essa fase de amor, compaixão e carinho, pouco mais adiante em sua infância e dependendo das condições financeiras de seus pais, o ser humano percebe neste mundo em que vive, que precisa do tal dinheiro para ter os seus desejos e satisfações pessoais realizadas, dinheiro este, que foi criado pelo sistema econômico e principal subterfugio escravocráta do capitalismo; primeiro golpe triste no ego do ser humano, se os pais do mesmo não forem abastados ou até mesmo não tiverem condições de lhe dar ao menos dignidade. Começa então, o martírio do ser humano ou melhor, do homem:
Desde os primórdios dos tempos, o homem mais fraco sempre foi oprimido pelo mais forte à lhe servir em suas satisfações pessoais, nascendo então, a soberania hierárquica injusta e foi assim por muito tempo.

Hoje em dia, não é muito diferente, o homem continua sendo oprimido e extorquido em nome da cidadania e do sistema econômico, maneira civilizada, você não acha? - E também, anda tão entorpecido na a busca da sua auto-suficiência, imposta pelo capitalismo hipócrita e derivado do tal sistema econômico, no qual esse sistema econômico, estará fadado em um futuro não muito distante à um colápso que certamente vai provocar o caos social absoluto, que não percebe que por conta disso ou por um sentimento de falsa culpa que lhe foi incutida em sua consciência ao longo dos 2013 anos, que continua mergulhado no inconsciente coletivo manipulado, do qual os que mantem as rédeas da economia, vem se aproveitando todos esses anos.

Portanto e por conta desse capitalismo que vai assolar a humanidade, donde o mesmo por intermédio de muitos meios de manipulação e principalmente a mídia, vem demonstrando ao homem que, só com a hiprocrisia e sua auto-suficiência econômica, ele obterá o respeito alheio, nem que para isso, ele tenha que prejudicar o próximo, objetivo principal dos Reality Shows, novelas, "os circos", que como por por aí vai também, no futebol; éh... Como diziam os antigos imperadores romanos: - Dê pão e circo ao povo com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra nós os governantes. - Fica então assim, difícil de alertar o homem para o seu verdadeiro sentido.

O capitalismo é um regime econômico derivado do "sistema econômico", sistema este, criado desde os primórdios dos tempos e que foi sendo aprimorado pelos que mantem as rédeas da economia e procuram sistematicamente com os engodos fascinantes, promover o consumismo desenfreado no intuito de escravizar cada vez mais os trabalhadores pelos proprietários dos meios de produção e de troca. - E com isso, satisfazer cada vez mais, a ânsia pela riqueza e satisfação pessoal ególatra de uma minoria. - Sistema este, em que 1% dos mais ricos, ficam com 40% do bolo financeiro.
 Ao meu ver e por observar ao longo dos anos tantas crises econômicas desse tal sistema, que promoveu e vem promovendo até hoje tantas injustiças sociais, na qual tem como efeito o notório aumento da violência de âmbito praticamente mundial. No entanto, se não forem tomadas medidas de bom senso no intuito de valorizar com salários mais dignos à classe profissional e operaria, nas quais são as que realmente mantem esse capitalismo do (sistema econômico) em funcionamento, já dá para presumir que em um futuro não muito distante, o mesmo estará fadado à um colapso que provavelmente vai provocar o caos social absoluto e por conseguinte, desencadear o tão assombroso apocalipse que está à se desvelar.
Agora, ainda dá tempo de nos salvar desse destino pernicioso que já está se espreitando, basta mudarmos o nosso ponto de vista em relação à essa ideia capitalista e consumista que nos escraviza, se não... Certamente será a causa da grande e comprometedora pernície social; para mudarmos então, eu chego a conclusão de irmos nos conscientizando de que, SÓ A GLOBALIZAÇÃO DAS NAÇÕES NO SENTIDO COMPARTILHADO DE RECURSOS EDUCACIONAIS, TÉCNICOS, CIENTÍFICOS, INDUSTRIAIS, TRABALHISTAS, AGROPECUÁRIOS E ETC... E SEM FRONTEIRAS PARA OS POVOS É A SOLUÇÃO; e isso, não é utopia não, basta eu, você, a humanidade em si, irmos nos desfazendo de nossas índoles ególatra.