atrapalharam tudo.
Para uma certa lógica que existe hoje no Brasil, Deus é muito treteiro — como se diz no Rio de Janeiro.
Ele faz as coisas de forma tão recôndita e disfarçada que se precisa de uma categoria de gente — os cientistas — para ir tirando os véus, desvendando as coisas, a fim de revelar a obviedade do óbvio.
É a categoria rodriguiana do óbvio ululante — que de tão evidente não é visto.
Era óbvio, por exemplo, que todo santo dia o sol nascia, se levantava, dava sua volta pelo céu, e se punha.
Sabemos hoje muito bem que isto não era verdade.
Gerações de sábios passaram por sacrifícios, recordados por todos, porque disseram que Deus estava nos enganando com aquele espetáculo diário.
Demonstrar que a coisa não era como parecia, além de muito difícil, foi penoso, todos sabemos.
Outra obviedade, tão óbvia quanto esta — ou mais óbvia ainda —, é que todos os pobres vivem dos ricos.
Está na cara!
Sem os ricos, o que seria dos pobres?
Quem é que poderia fazer uma caridade?
(Me dá um empreguinho aí!)
Seria impossível arranjar qualquer ajuda.
(Me dá um dinheirinho aí!)
Sem o rico, o mundo estaria incompleto, os pobres estariam perdidos.
Mas vieram uns barbudos dizendo que não era bem assim e atrapalharam tudo.
Aliás, uma obviedade subversiva.
Uma terceira obviedade que conhecemos bem é a de que os negros são inferiores aos brancos.
Basta olhar!
Eles fazem um esforço danado para ganhar a vida, mas não ascendem como a gente.
Sua situação é de uma inferioridade social e cultural tão visível, tão evidente, que é óbvia.
Basta visitar um presídio para ver isso.
Pois não é assim, dizem os cientistas — esses protetores de bandidos.
Os negros foram inferiorizados.
Foram e continuam sendo postos nessa posição de inferioridade por tais e tais razões históricas, dizem eles.
E são hostilizados, como Galileu o foi.
Osvaldo Bertolino
Ele faz as coisas de forma tão recôndita e disfarçada que se precisa de uma categoria de gente — os cientistas — para ir tirando os véus, desvendando as coisas, a fim de revelar a obviedade do óbvio.
É a categoria rodriguiana do óbvio ululante — que de tão evidente não é visto.
Era óbvio, por exemplo, que todo santo dia o sol nascia, se levantava, dava sua volta pelo céu, e se punha.
Sabemos hoje muito bem que isto não era verdade.
Gerações de sábios passaram por sacrifícios, recordados por todos, porque disseram que Deus estava nos enganando com aquele espetáculo diário.
Demonstrar que a coisa não era como parecia, além de muito difícil, foi penoso, todos sabemos.
Outra obviedade, tão óbvia quanto esta — ou mais óbvia ainda —, é que todos os pobres vivem dos ricos.
Está na cara!
Sem os ricos, o que seria dos pobres?
Quem é que poderia fazer uma caridade?
(Me dá um empreguinho aí!)
Seria impossível arranjar qualquer ajuda.
(Me dá um dinheirinho aí!)
Sem o rico, o mundo estaria incompleto, os pobres estariam perdidos.
Mas vieram uns barbudos dizendo que não era bem assim e atrapalharam tudo.
Aliás, uma obviedade subversiva.
Uma terceira obviedade que conhecemos bem é a de que os negros são inferiores aos brancos.
Basta olhar!
Eles fazem um esforço danado para ganhar a vida, mas não ascendem como a gente.
Sua situação é de uma inferioridade social e cultural tão visível, tão evidente, que é óbvia.
Basta visitar um presídio para ver isso.
Pois não é assim, dizem os cientistas — esses protetores de bandidos.
Os negros foram inferiorizados.
Foram e continuam sendo postos nessa posição de inferioridade por tais e tais razões históricas, dizem eles.
E são hostilizados, como Galileu o foi.
Osvaldo Bertolino
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